Um terço das empresas prevê impactos positivos da pandemia no pós-crise

Pesquisa também revela desalinhamento entre discurso e prática em campos como políticas de preservação de empregos e proteção à saúde de colaboradores

O Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC) lança nesta terça-feira a pesquisa Impactos da Covid-19 nas organizações: a visão de colaboradores e administradores. A pesquisa mostra que 33,9% dos 519 respondentes consultados declararam que ela irá afetar as empresas de maneira positiva.

Entre os impactos benéficos mais citados estão a transformação organizacional por meio da inovação, a aceleração e a melhoria de processos, a reinvenção e o aprimoramento da comunicação, maior sinergia entre os colaboradores, mudanças na rotina de trabalho e maior qualidade de vida.

Ao serem questionados sobre as mudanças provocadas pela crise, 46,6% afirmaram que as empresas onde atuam aderiram a alguma iniciativa do governo ou da iniciativa privada visando à preservação dos empregos, como antecipação de férias (29,7%) ou diminuição da jornada de trabalho com redução de salário (23,7%). Desse grupo, 33,1% realizaram desligamentos pontuais e em 10,3% houve desligamentos em maior volume, mesmo com a adoção de práticas de proteção do emprego.

Sobre a rotina de trabalho, 97,9% dos respondentes relataram que houve mudanças, sendo o home office o principal modelo adotado (40,5%), levando empresas e colaboradores a uma nova realidade. Este cenário, no entanto, também trouxe relatos de entraves para o chamado “novo normal”, principalmente de ordem tecnológica, entre as quais encontram-se a falta de equipamentos adequados (35,6%), sistemas obsoletos (22,6%) e qualidade da internet (1,5%), entre outros.

Impactos da pandemia

“A pesquisa nos dá um panorama sobre as principais mudanças, adaptações e dificuldades que as empresas estão enfrentando neste momento desafiador, bem como as melhorias que irão nortear o ambiente de negócios”, diz Pedro Melo, diretor geral do IBGC.

O levantamento revelou um desalinhamento entre discurso e prática. 97,8% dos respondentes informaram que as empresas em que atuam adotaram um discurso diferente do que havia sido anunciado na mídia, nas redes sociais ou internamente, entre os colaboradores. Esse desalinhamento ocorre na percepção sobre adoção de medidas de prevenção ao novo coronavírus (29,5%), proteção à saúde e à segurança dos colaboradores (25,6%) e preservação de empregos (12,7%).

“É preocupante constatarmos o desalinhamento, sobretudo no momento que estamos vivendo. Ao mesmo tempo, é importante notar que os stakeholders, incluindo o colaborador da organização, estão atentos e menos tolerantes a discursos que não se traduzem em práticas efetivas”, diz o gerente de Conteúdo e Pesquisa do IBGC, Luiz Martha.

Além disso, o levantamento aponta, ainda, que 61,7% acreditam que tais empresas não estavam preparadas para lidar com a crise atual e 43% disseram que as empresas onde atuam não têm políticas ou procedimentos formais para direcionar a atuação da organização frente a um período de turbulência – o percentual aumenta para 55% quando consideradas apenas as empresas que não estavam preparadas para a crise.

A pesquisa Impactos da Covid-19 nas organizações: a visão de colaboradores e administradores está disponível no Portal do Conhecimento do IBGC, pelo link http://bit.ly/Pesquisa2Covid19. O estudo foi realizado entre os dias 4 e 17 de maio, envolvendo administradores e colaboradores.

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Foto: Shutterstock

Fonte: IBGC

 

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