A maneira como as pessoas se sentem terá um impacto maior sobre a maneira como elas gastam. Veja no relatório "Future Consumer 2023"
O varejo que quer atrair o consumidor nos anos que estão por vir deve estar atento a tendências como venda de produtos por encomenda, a gamificação de experiências e a promoção de bem-estar.
As marcas devem se adaptar a clientes que ocupam dois espaços em tempo integral: a casa física e o mundo digital.
Contudo, um ano após o início da pandemia de Covid-19 e da reformulação compulsória dos negócios, as empresas agora estão buscando oportunidades no rescaldo das incertezas que ainda pairam no ar.
Assim, a percepção do consumidor sobre produtos e experiências mudou, redefinindo, dessa maneira, o consumo global e as prioridades.
De acordo com o relatório, os efeitos da sobrecarga emocional e do anseio por dias melhores ainda ressoarão em 2023.
Ações necessárias desde já
A forma como as pessoas se sentem terá um impacto maior sobre a maneira como elas gastam.
Para as empresas, nunca foi tão importante o alinhamento às necessidades e aos desejos do consumidor para garantir que os produtos que eles vão priorizar sejam criados.
O “Future Consumer 2023” destaca as ações necessárias desde já para ir ao encontro dessas expectativas.
Assim, o relatório divide os consumidores em quatro perfis:
- os “profetas” (que desejam estabilidade e segurança depois da incerteza econômica, da fadiga emocional e de uma noção distorcida do tempo);
- os “novos românticos” (que têm uma profunda necessidade de se reconectar com suas emoções).
- os “impossíveis” (um grupo de ativistas que busca reconstruir tudo de forma melhor).
- e os “condutores” (consumidores em busca de emoção e de “momentos altamente sensoriais”).
Cativar o consumidor
O documento também traça as estratégias necessárias para envolver esses consumidores.
Para os profetas, por exemplo, tendem a fazer sucesso iniciativas relacionadas a encomendas e produtos feitos sob medida.
A saber, os “novos românticos” valorizam rituais e higiene emocional; os “impossíveis”, venda direta ao consumidor e oportunidades de investimento em negócios; já os “condutores” gostam do varejo gamificado e de espaços em que podem se comunicar, jogar, comprar, aprender e trabalhar.
Varejo está atento às tendências para atrair consumidor
Ainda de acordo com Andrea Bell, o varejo já está atento a essas tendências.
“A previsão é de que essas estratégias estejam massificadas em 2023, mas já podemos ver estágios iniciais de investimento dependendo da região.”
Uma previsão em particular continuou a crescer: a ascensão do metaverso e dos mundos virtuais.
“A WGSN vinha rastreando ‘terceiros espaços’ por um tempo e previu que as gerações pré-pandêmicas, mais jovens, incluindo a Geração Z, gravitariam e comprariam em mundos de marca ou experienciais”, diz Bell.
“Estamos em 2021 e várias marcas estão testando essa estratégia. Da recente experiência de Realidade Virtual da Bvlgari para lançar sua mais nova fragrância masculina até a criação, pela Pangaia, de um microsite para transportar clientes para a região selvagem da Antártica, esses metaversos estão impulsionando o comércio eletrônico.”
Andrea Bell ainda cita outros exemplos:
“O Shopify relatou que as interações com conteúdo de Realidade Aumentada e microsites resultaram em uma conversão 94% maior. O lançamento de 5G e 6G, por exemplo, continuará a suavizar a experiência e aumentar a aceitação do consumidor. Esta é realmente a ponta do iceberg, pois existem infinitas possibilidades de entretenimento.”
Soluções para o estresse
Outra tendência acelerada é a da encomenda de produtos.
“Os consumidores procuram ativamente marcas que tenham esse serviço. Um dos maiores impulsionadores da fidelidade do cliente é a disponibilidade de estoque. As encomendas são, portanto, uma forma de eliminar a ansiedade e oferecem uma alternativa sustentável para o excesso de produção e estoque.”
Além disso, de acordo com Andrea Bell, planos de assinatura continuam, portanto, a crescer e continuarão, portanto, sendo uma opção importante em 2023.
“Saber que há uma entrega definida ajuda a construir a rotina, além de evitar a fadiga mental da escolha. E, claro, há pesquisas sugerindo que há uma recompensa química: abrir uma caixa libera dopamina, criando um pico instantâneo de satisfação.”
O relatório destaca que o “jet lag social” – termo cunhado pelo neurocientista e professor de cronobiologia Dr. Till Roenneberg para descrever o impacto dos padrões de sono que variam durante o trabalho e o laze.
À medida que as fronteiras entre o lazer, o trabalho e os momentos sociais se desintegraram, muitos ficaram exaustos e com problemas de saúde. Isso abre espaço para soluções que ajudem as pessoas a lidarem com estresse, ansiedade, insônia e desconexão.
Fontes: Mercado & Consumo e Blog NRF
Foto: Shutterstock