{"id":19523,"date":"2019-10-17T12:22:55","date_gmt":"2019-10-17T15:22:55","guid":{"rendered":"https:\/\/guiadafarmacia.com.br\/?p=19523"},"modified":"2019-10-17T12:22:55","modified_gmt":"2019-10-17T15:22:55","slug":"um-em-cada-cinco-brasileiros-pode-ter-diabetes","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/guiadafarmacia.com.br\/um-em-cada-cinco-brasileiros-pode-ter-diabetes\/","title":{"rendered":"Um em cada cinco brasileiros pode ter diabetes"},"content":{"rendered":"

Um em cada cinco brasileiros sem diagn\u00f3stico pr\u00e9vio pode ter diabetes e n\u00e3o sabe. A preval\u00eancia de glicemia elevada na popula\u00e7\u00e3o \u00e9 de 18,4%. Esses e outros resultados do maior estudo sobre preval\u00eancia do risco de diabetes no Brasil, o Rastreamento de Casos Suspeitos de Diabetes Mellitus: Novembro Diabetes Azul 2018, foram apresentados ontem (16\/10), em Natal (RN). Realizado no final do ano passado pelo Conselho Federal de Farm\u00e1cia (CFF), com o apoio da Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD), o estudo foi divulgado durante o Simp\u00f3sio \u201cO papel do farmac\u00eautico na aten\u00e7\u00e3o \u00e0 pessoa com diabetes\u201d. O evento faz parte da programa\u00e7\u00e3o do XXII Congresso da Sociedade Brasileira de Diabetes (Diabetes 2019).<\/p>\n

A apresenta\u00e7\u00e3o dos dados coube \u00e0 assessora da Presid\u00eancia do Conselho Federal de Farm\u00e1cia (CFF) e integrante do grupo de pesquisadores respons\u00e1veis pelo estudo, Jos\u00e9lia Frade. A pesquisa teve como foco a parcela da popula\u00e7\u00e3o sem diagn\u00f3stico pr\u00e9vio de diabetes. Dessa forma, a pesquisa envolveu cerca de mil farmac\u00eauticos de farm\u00e1cias p\u00fablicas e privadas, em 345 munic\u00edpios. A maioria das 17.580 pessoas pesquisadas foi atendida em farm\u00e1cias privadas (77,84%). Prevaleceram as mulheres (60%) e pessoas com menos de 45 anos (48%). A maior parcela da popula\u00e7\u00e3o pesquisada possu\u00eda 11 anos ou mais de estudo. Apenas 4,6% dos participantes n\u00e3o eram alfabetizadas.<\/p>\n

Resultados da pesquisa<\/h2>\n

Al\u00e9m de realizarem o teste de glicemia capilar, todos os participantes tiveram a circunfer\u00eancia abdominal, peso e altura medidos, al\u00e9m de serem submetidos \u00e0 avalia\u00e7\u00e3o de risco de desenvolvimento do diabetes<\/a> por meio do Finnish Diabetes Risk Score (FINDRISC). Os resultados do teste apontaram que 22,6% dos brasileiros sem diagn\u00f3stico pr\u00e9vio de diabetes mellitus apresenta risco alto (um brasileiro em cada tr\u00eas) ou muito alto (um brasileiro em cada dois) de desenvolver a doen\u00e7a nos pr\u00f3ximos dez anos. Assim, os fatores de risco mais presentes foram circunfer\u00eancia abdominal aumentada (70,7%), o sedentarismo (68%), o hist\u00f3rico familiar (58%) e a n\u00e3o ingest\u00e3o de verduras e frutas todos os dias (43%).<\/p>\n

Representado na solenidade pelo assessor da Presid\u00eancia do CFF, Tarcisio Jos\u00e9 Palhano, o presidente do conselho, Walter da Silva Jorge Jo\u00e3o, destaca a import\u00e2ncia do estudo. \u201cCom base nas estat\u00edsticas apuradas, temos subs\u00eddios para unir esfor\u00e7os com diferentes entidades e propor a\u00e7\u00f5es que possam mudar esse cen\u00e1rio no Pa\u00eds. Ao apresentar esses dados, nossa expectativa \u00e9 a de que essas informa\u00e7\u00f5es se revertam em medidas que possam de fato beneficiar a popula\u00e7\u00e3o\u201d, destacou.<\/p>\n

A presidente da SBD, Hermelinda Pedrosa, destacou que foi uma honra para a SBD trabalhar em parceria com o CFF na pesquisa. Em sua opini\u00e3o, as estat\u00edsticas apuradas refletem a desigualdade social no Pa\u00eds. \u201cA gente precisa investir principalmente nas regi\u00f5es mais pobres do Pa\u00eds. O Brasil \u00e9 um Pa\u00eds rico, mas desigual, inclusive a gente v\u00ea que, metabolicamente, isso tamb\u00e9m ocorre. Os dados mostram claramente um pior controle no Norte e no Nordeste. Precisamos educar, apoiar e transformar a vida dessas pessoas como profissionais de sa\u00fade.\u201d<\/p>\n

Diferen\u00e7as entre as regi\u00f5es<\/h2>\n

Sobre o porcentual de 24,6% de exames alterados na Regi\u00e3o Centro-Oeste, ela destaca que o \u00edndice certamente tem um v\u00ednculo com os dados de alta preval\u00eancia de sobrepeso e obesidade detectados na regi\u00e3o. Os \u00edndices s\u00e3o da Vigil\u00e2ncia de Fatores de Risco e Prote\u00e7\u00e3o para Doen\u00e7as Cr\u00f4nicas por Inqu\u00e9rito Telef\u00f4nico (Vigitel), do Minist\u00e9rio da Sa\u00fade. \u201cA partir desses dados, precisamos reinventar formas de abordagem e de a\u00e7\u00e3o, precisamos educar e apoiar as pessoas para que possamos transformar essa realidade.\u201d<\/p>\n

Jos\u00e9lia lembra que o CFF<\/a> tem procurado respaldar e estimular os farmac\u00eauticos para a se envolverem no cuidado \u00e0s pessoas com diabetes. Isso tem sido feito de diversas formas, como o desenvolvimento de materiais educativos, como os seletores de locais para aplica\u00e7\u00e3o de insulina. Ela destaca a singularidade do projeto da pesquisa, que permitiu tamb\u00e9m a integra\u00e7\u00e3o e aproxima\u00e7\u00e3o do CFF com a SBD. \u201cO que a gente espera \u00e9 que esses resultados n\u00e3o parem apenas no diagn\u00f3stico. Dessa forma, esperamos que os gestores de sa\u00fade \u00a0olhem para esses dados e, quem sabe, consigamos elaborar planos de a\u00e7\u00e3o para poder minimizar o risco nessa popula\u00e7\u00e3o”, conclui.<\/p>\n

Foto: Shutterstock
\nFonte: CFF<\/p>\n

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