O hospital salva a vida, mas \u00e9 a reabilita\u00e7\u00e3o que devolve essa vida para a sociedade”, afirma a especialista, que \u00e9 idealizadora da Rede Lucy Montoro.\u00a0<\/strong><\/p>\nEntre os casos atendidos no Hospital das Cl\u00ednicas, que em sua maioria s\u00e3o de pacientes vindos de hospitais, Linamara diz que quase todos t\u00eam tido sucesso no tratamento e cerca de 8% seguem com limita\u00e7\u00f5es importantes no dia a dia. Ela ressalta que apesar de a ci\u00eancia n\u00e3o explicar muitos desses sintomas, h\u00e1 todo um arsenal terap\u00eautico dispon\u00edvel para tratamento.<\/p>\n
A pneumologista Patr\u00edcia Canto, da Escola Nacional de Sa\u00fade P\u00fablica S\u00e9rgio Arouca (Ensp\/Fiocruz), defende que haja uma centralidade no cuidado das pessoas com sequelas da Covid, justamente para evitar peregrina\u00e7\u00f5es pelo sistema de sa\u00fade.<\/p>\n
“O SUS pode dar conta, mas s\u00e3o necess\u00e1rios investimentos e organiza\u00e7\u00e3o. O ideal \u00e9 que o paciente consiga ir a um centro especializado para receber todo o atendimento”, disse a especialista.<\/p>\n
J\u00e1 na rede privada, o Hospital Alem\u00e3o Oswaldo Cruz criou, em agosto do ano passado, o seu pr\u00f3prio Centro de Tratamento P\u00f3s-Covid ap\u00f3s observar um n\u00famero significativo de pacientes precisando de reabilita\u00e7\u00e3o e outros com sintomas persistentes.<\/p>\n
“Essas pessoas acabavam passando por m\u00faltiplos especialistas para ter certeza de que estava tudo bem. \u00c0s vezes, sem direcionar para o que era mais essencial e at\u00e9 sobrecarregando o sistema com repeti\u00e7\u00e3o de exames. Tudo isso por falta de um cuidado centralizado”, afirma, portanto, o coordenador do centro, Filipe Piastrelli.<\/p>\n
Estados como o Piau\u00ed criaram unidades espec\u00edficas de reabilita\u00e7\u00e3o p\u00f3s-covid, mas, de acordo co especialistas, esses cuidados podem ser feitos nos j\u00e1 existentes Centros Especializados em Reabilita\u00e7\u00e3o (CER). Atualmente, o SUS possui 268 CER espalhados de forma desigual pelas 27 unidades da federa\u00e7\u00e3o.<\/p>\n
Cuidados<\/strong><\/h2>\nO pneumologista Carlos Carvalho, diretor da UTI Respirat\u00f3ria do Instituto do Cora\u00e7\u00e3o do Hospital das Cl\u00ednicas da FMUSP, afirma que o Minist\u00e9rio da Sa\u00fade deve fazer um diagn\u00f3stico das necessidades de atendimento em cada estado do pa\u00eds para, depois, avaliar a necessidade de investimentos nos CER.<\/p>\n
Outra prioridade, diz ele, \u00e9 a elabora\u00e7\u00e3o de um protocolo nacional para o p\u00f3s-Covid. Em dezembro, Carvalho enviou \u00e0 Secret\u00e1ria Extraordin\u00e1ria de Enfrentamento \u00e0 Covid-19, Rosana Leite, uma sugest\u00e3o de programa de avalia\u00e7\u00e3o e tratamento da s\u00edndrome p\u00f3s-covid elaborada em conjunto com outros profissionais da sa\u00fade. At\u00e9 agora ele disse que n\u00e3o teve retorno.<\/p>\n
Em janeiro, o pneumologista teve rejeitado pela pasta o protocolo de tratamento da Covid elaborado por um grupo de estudos que ele formou a pedido do ministro Marcelo Queiroga. O protocolo contraindicava o uso do \u201ckit Covid\u201d ou tratamento precoce.\u00a0<\/strong><\/p>\n“Neste programa de p\u00f3s-covid n\u00f3s propomos montar uma rede para cuidar desses pacientes, inclusive com programa de reabilita\u00e7\u00e3o. \u00c9 uma tentativa de estrutura\u00e7\u00e3o para que se fa\u00e7a uma triagem simples e r\u00e1pida para tentar reconhecer quem vai ficar com forma cr\u00f4nica de Covid e precisar do servi\u00e7o de sa\u00fade” , diz, portanto,\u00a0 Carvalho.<\/p>\n
Procurado, o Minist\u00e9rio da Sa\u00fade (MS) n\u00e3o respondeu sobre o documento enviado por Carvalho. Disse, em nota, que a pasta repassa anualmente recursos na ordem de R$ 608,1 milh\u00f5es para CER e servi\u00e7os de reabilita\u00e7\u00e3o habilitados em uma \u00fanica modalidade.<\/p>\n
Fonte: O Globo<\/p>\n
Foto: Shutterstock<\/p>\n