Sa\u00fade em risco<\/strong><\/h2>\nCom base em estudos e estat\u00edsticas publicados inclusive pelo pr\u00f3prio governo, o presidente do CFF demonstra, portanto, que a pretensa economia para o cidad\u00e3o ter\u00e1 um alto um custo sanit\u00e1rio, social e financeiro, este \u00faltimo, para os sistemas de sa\u00fade, incluindo o p\u00fablico.<\/p>\n
\u201cConforme dados do Departamento de Assist\u00eancia Farmac\u00eautica e Insumos Estrat\u00e9gicos (DAF), do Minist\u00e9rio da Sa\u00fade, para cada real investido na aquisi\u00e7\u00e3o de medicamentos, o SUS precisa despender outros cinco na solu\u00e7\u00e3o de problemas com o uso.<\/strong> E, mesmo com todo o controle existente atualmente, o gasto do SUS no tratamento de v\u00edtimas de danos causados por medicamentos chega a 60 bilh\u00f5es de reais ao ano\u201d, destaca Walter Jorge Jo\u00e3o, citando levantamento realizado na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), em 2017.<\/p>\nPontos importantes da pesquisa<\/strong><\/h2>\nEssa mesma pesquisa aponta que 50% dos casos respons\u00e1veis por esse gasto poderiam ser evitados com a utiliza\u00e7\u00e3o de medicamentos mais seguros e eficazes; a indica\u00e7\u00e3o correta, para o paciente certo; a coopera\u00e7\u00e3o entre farmac\u00eautico, m\u00e9dico e paciente; o monitoramento do uso, e uma resposta r\u00e1pida aos problemas apresentados pelos usu\u00e1rios.<\/strong><\/p>\n\u201cEssas medidas sim, garantiriam um impacto financeiro real e ben\u00e9fico para o cidad\u00e3o e para o Estado. E nem estou mencionando, nessa conta, o custo das sequelas deixadas nas v\u00edtimas e nem do absente\u00edsmo causado pelas interna\u00e7\u00f5es, muito menos o valor imensur\u00e1vel do luto. Sim, porque o mau uso de medicamentos 20 mil mortes ao ano no pa\u00eds, de acordo com\u00a0 dados da Associa\u00e7\u00e3o Brasileira das Ind\u00fastrias Farmac\u00eauticas (Abifarma)”, ressalta o presidente do CFF.<\/p>\n
Problemas administrativos<\/strong><\/h2>\nPara o presidente do CFF, o maior acesso a tais produtos, desassistido da orienta\u00e7\u00e3o pelos profissionais da sa\u00fade habilitados, como o farmac\u00eautico, trar\u00e1, sim, preju\u00edzos econ\u00f4micos tanto para a administra\u00e7\u00e3o p\u00fablica quanto para a iniciativa privada.<\/strong><\/p>\n“E digo isso mesmo diante da pseudo responsabilidade t\u00e9cnica (RT) anunciada pelos supermercados. Hoje, temos em vigor uma lei que prev\u00ea a presen\u00e7a do farmac\u00eautico na farm\u00e1cia durante todo o tempo de funcionamento desses estabelecimentos, e ainda assim, enfrentamos problemas. Imaginem aumentando em 100 mil os pontos de venda de MIPs, com a RT no modelo adotado pelos supermercados! Algu\u00e9m alguma vez j\u00e1 viu o m\u00e9dico veterin\u00e1rio respons\u00e1vel pela inspe\u00e7\u00e3o da carne no mercado quando foi fazer sua compra”, questiona. “Medicamento n\u00e3o pode ser escolhido como se escolhe marca de arroz.”<\/p>\n
Walter Jorge Jo\u00e3o lembra que setores do pr\u00f3prio governo, como o Minist\u00e9rio da Sa\u00fade (MS) e a Ag\u00eancia Nacional de Vigil\u00e2ncia Sanit\u00e1ria (Anvisa) e o Conselho Federal de Medicina (CFM), entre outras institui\u00e7\u00f5es e organiza\u00e7\u00f5es de sa\u00fade, j\u00e1 se manifestaram contra o Projeto de Lei, que ainda ter\u00e1 um impacto econ\u00f4mico enorme sobre o varejo farmac\u00eautico.<\/p>\n
Preju\u00edzo aos lojistas com a venda de medicamentos em supermercados<\/strong><\/h2>\nDe acordo com Associa\u00e7\u00e3o Brasileira das Redes de Farm\u00e1cias e Drogarias (Abrafarma) 30% das vendas das farm\u00e1cias correspondem a esse tipo de medicamento e a concorr\u00eancia com os supermercados ser\u00e1 desleal, prejudicando principalmente os pequenos lojistas.<\/p>\n
A saber, das 90 mil farm\u00e1cias no Brasil, 65% t\u00eam ades\u00e3o ao Simples Nacional.<\/p>\n
\u201cNosso setor gera 2 milh\u00f5es de empregos\u201d, refor\u00e7a Mena Barreto, CEO da Abrafarma.<\/p>\n
O que deve ser evitado com a venda de medicamentos em\u00a0 supermercados<\/strong><\/h2>\nDessa maneira, ent\u00e3o, o presidente do CFF lembra, ainda, que experi\u00eancia anterior da libera\u00e7\u00e3o da venda de MIPs fora das farm\u00e1cias desencadeou uma explos\u00e3o na venda clandestina e na falsifica\u00e7\u00e3o de medicamentos<\/strong>.<\/p>\nPelo visto, na vis\u00e3o do CFF, o \u00fanico objetivo do governo \u00e9 beneficiar as entidades empresariais que se uniram na defesa do projeto de lei, a Associa\u00e7\u00e3o Brasileira de Atacadistas e Distribuidores (ABAD), a Associa\u00e7\u00e3o Brasileira da Ind\u00fastria de Produtos para o Autocuidado em Sa\u00fade (Acessa) e a Associa\u00e7\u00e3o Brasileira de Supermercados (Abras), que no ano de 2019, homenageou o autor do projeto de lei, deputado federal por Goi\u00e1s, Glaustin da Fokus.<\/p>\n
Na ocasi\u00e3o, ele discursou: \u201cPosso dizer que a minha rela\u00e7\u00e3o com esse setor \u00e9 visceral.” Enquanto isso, cidad\u00e3os, o SUS, os sistemas privados de sa\u00fade e o varejo farmac\u00eautico pagar\u00e3o a conta com vidas, adoecimento e muito preju\u00edzo econ\u00f4mico e financeiro.<\/p>\n
Fonte: CFF<\/a><\/p>\nFoto: Shutterstock<\/p>\n