{"id":64214,"date":"2022-08-23T09:00:49","date_gmt":"2022-08-23T12:00:49","guid":{"rendered":"https:\/\/guiadafarmacia.com.br\/?p=64214"},"modified":"2023-01-30T03:30:26","modified_gmt":"2023-01-30T06:30:26","slug":"a-importancia-do-e-commerce-e-da-digitalizacao-para-o-varejo","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/guiadafarmacia.com.br\/a-importancia-do-e-commerce-e-da-digitalizacao-para-o-varejo\/","title":{"rendered":"A import\u00e2ncia do e-commerce e da digitaliza\u00e7\u00e3o para o varejo"},"content":{"rendered":"

A Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC) apresentou o relat\u00f3rio das 300 maiores empresas de varejo brasileiro do e-commerce de 2021. E, de acordo com o Ranking SBVC 2022, o grupo teve um crescimento de dois d\u00edgitos em seu faturamento pelo segundo ano consecutivo.<\/p>\n

Em 2021, portanto, o faturamento consolidado das empresas deste Ranking foi de R$ 892,426 bilh\u00f5es. Ou seja, uma alta de 12,22% em rela\u00e7\u00e3o aos dados das 300 maiores do ano anterior \u2014 que, por sua vez, havia avan\u00e7ado 13,07% sobre as varejistas listadas na edi\u00e7\u00e3o 2020.<\/p>\n

Considerando apenas as 209 empresas que divulgaram seus faturamentos brutos em 2021 e 2020, o crescimento anual foi de 13,17%.<\/p>\n

De acordo com Ranking SBVC sobre o varejo, tr\u00eas setores se destacam na lista dos maiores e-commerces brasileiros em faturamento: Eletrom\u00f3veis, Moda e Drogaria \/ Perfumaria<\/strong>.<\/p>\n

Com isso, ent\u00e3o, as maiores empresas continuam apresentando \u00edndices de crescimento consistentes, acima da infla\u00e7\u00e3o oficial medida pelo IBGE. Em 2021, as vendas das 300 maiores ficaram em linha com o crescimento apontado pelo IBGE para o Varejo Restrito (13,9%) e abaixo dos 18% de expans\u00e3o do Varejo Ampliado (que insere o setor automobil\u00edstico, que n\u00e3o \u00e9 inclu\u00eddo neste Ranking).<\/p>\n

O \u00a0vice-presidente da SBVC, Ronald Nossig, dissse sobre o poder do e-commerce dentro do ranking. \u201cO e-commerce ainda est\u00e1 longe de todo o seu potencial, mas pode-se dizer que ele \u00e9 fundamental para as empresas em geral. Afinal, a jornada de compra j\u00e1 come\u00e7a por ele e, com o incremento gradual da tecnologia 5G, acredito que haver\u00e1 um aquecimento ainda maior do setor e uma oportunidade de crescimento ainda mais efetiva\u201d.<\/p>\n

Os l\u00edderes do e-commerce<\/strong><\/h2>\n

Assim como aconteceu nas duas edi\u00e7\u00f5es anteriores do Ranking SBVC, a l\u00edder nacional<\/strong> em vendas online<\/a> \u00e9 o Magazine Luiza. Com R$ 26,688 bilh\u00f5es, teve um crescimento de 28,4% em rela\u00e7\u00e3o a 2020 e o equivalente a 62,73% do faturamento bruto da empresa. Para que se tenha uma vis\u00e3o mais clara da expans\u00e3o digital da empresa, em 2019 o seu e-commerce movimentou R$ 9,336 bilh\u00f5es \u2014 um crescimento de 185,86% em dois anos. Portanto, no recorte do estudo (e se fosse uma companhia isolada), o \u201cMagalu.com\u201d seria a 7\u00ba maior varejista do pa\u00eds.<\/p>\n

A vice-lideran\u00e7a digital, por sua vez, mudou de m\u00e3os. A Americanas<\/strong>, 3\u00aa colocada em 2020, subiu uma posi\u00e7\u00e3o ao aumentar suas vendas online em 41,9%, para R$ 19,107 bilh\u00f5es, o equivalente a 59,36% do faturamento da companhia. A evolu\u00e7\u00e3o digital da empresa nos \u00faltimos anos \u00e9 not\u00e1vel, pela integra\u00e7\u00e3o da antiga B2W (Submarino, Americanas.com, Shoptime) e uma forte atua\u00e7\u00e3o omnichannel, tanto com click & collect quanto com ship from store. O p\u00f3dio do e-commerce brasileiro se completa com a Via, cujas vendas online avan\u00e7aram 22,9% em 2021 e chegaram a R$ 16,825 bilh\u00f5es, ou 44% do faturamento total da companhia.<\/p>\n

Enquanto essas tr\u00eas empresas concorrem intensamente em um posicionamento generalista no e-commerce, com vendas multicategorias, as empresas que as seguem no top 10 do e-commerce<\/strong> possuem atua\u00e7\u00e3o segmentada. Raia Drogasil<\/strong>, Grupo Botic\u00e1rio, Grupo SBF, Lojas Renner, Burger King, C&A e Arezzo&Co mostram que existem grandes oportunidades nos mais variados setores do varejo. O consumidor entende, aceita e gosta da experi\u00eancia de compra online. Portanto, varejistas que se posicionarem bem nessa arena, especialmente com opera\u00e7\u00f5es omnichannel bem definidas e altamente eficientes, continuar\u00e3o a se destacar.<\/p>\n

O poder do digital no varejo<\/strong><\/h2>\n

Somadas, as cinco maiores empresas em volume de vendas online do pa\u00eds alcan\u00e7am R$ 70,772 bilh\u00f5es. Neste caso, equivale a 38,73% das vendas totais do e-commerce brasileiro, estimadas em R$ 182,7 bilh\u00f5es pela Ebit | Nielsen. O n\u00famero tamb\u00e9m representa 7,93% das vendas das 300 maiores varejistas brasileiras (eram 3,98% h\u00e1 dois anos).<\/p>\n

Tr\u00eas setores se destacam na lista dos maiores e-commerces brasileiros em faturamento: Eletrom\u00f3veis, Moda e Drogaria \/ Perfumaria. Representantes desses segmentos somam 13 dos 20 maiores e-commerces do pa\u00eds, refletindo a grande relev\u00e2ncia desses setores nas vendas online e a primazia no varejo omnichannel.<\/strong><\/p>\n

A participa\u00e7\u00e3o do online no faturamento das maiores varejistas brasileiras tem grande varia\u00e7\u00e3o, refletindo n\u00edveis de maturidade digital diferentes. Uma dire\u00e7\u00e3o, por\u00e9m, \u00e9 clara: o digital vem se tornando cada vez mais importante para impulsionar o relacionamento com o cliente, as vendas e os resultados das empresas. \u201cPor\u00e9m, \u00e9 preciso alinhar o discurso ao que o consumidor necessita. Ao oferecer uma entrega r\u00e1pida, \u00e9 preciso cumprir com a oferta, pois o cliente ir\u00e1 avaliar a empresa inclusive por isso. Minha segunda dica \u00e9: seja bom naquilo que voc\u00ea oferece, e isso vale para produto, garantia de entrega, atendimento, meios de pagamentos\u2026 N\u00e3o estamos falando de reinventar a roda, mas de ter esses pilares sempre alinhados para fidelizar os clientes, independente do tamanho que for o neg\u00f3cio\u201d, diz Nossig.<\/p>\n

Acelera\u00e7\u00e3o digital nas maiores empresas do varejo<\/strong><\/h2>\n

A manuten\u00e7\u00e3o do ritmo de expans\u00e3o das 300 maiores do varejo mostra que o setor encontrou alternativas para continuar pr\u00f3ximo dos consumidores. Essas empresas v\u00eam se mostrando refer\u00eancias na acelera\u00e7\u00e3o da transforma\u00e7\u00e3o digital dos neg\u00f3cios. Parte disso \u00e9 m\u00e9rito \u00e0 uma gest\u00e3o mais profissional, cultura mais inovadora e acesso facilitado a recursos financeiros e tecnol\u00f3gicos.<\/p>\n

As cinco maiores empresas do varejo brasileiro somaram um faturamento bruto de R$ 239,761 bilh\u00f5es, o equivalente a 26,86% do faturamento total das 300 maiores. Na compara\u00e7\u00e3o com a edi\u00e7\u00e3o anterior do Ranking, a concentra\u00e7\u00e3o nas Top 5 do varejo caiu 0,4 ponto percentual. J\u00e1 os 10 maiores varejistas somam R$ 353,461 bilh\u00f5es, ou 39,6% do faturamento total das 300 maiores \u2014 e 0,8 ponto percentual abaixo da edi\u00e7\u00e3o passada.<\/p>\n

Alguns fatores explicam a diminui\u00e7\u00e3o da concentra\u00e7\u00e3o no varejo brasileiro. Entre eles, a acelera\u00e7\u00e3o da digitaliza\u00e7\u00e3o do varejo como um todo foi de suma import\u00e2ncia. Se no in\u00edcio da pandemia os maiores varejistas, mais avan\u00e7ados na transforma\u00e7\u00e3o digital, se beneficiaram, em 2021 foi a vez de um grupo muito maior de empresas colher os frutos de suas estrat\u00e9gias.<\/p>\n

Ajuda dos marketplaces<\/strong><\/h2>\n

Foi a partir dos marketplaces, da acelera\u00e7\u00e3o das vendas no e-commerce e do amadurecimento de alternativas omnichannel (click & collect e ship from store) que empresas al\u00e9m do top 10 puderam acelerar seu crescimento.<\/p>\n

Na edi\u00e7\u00e3o passada do SBVC, a acelera\u00e7\u00e3o da digitaliza\u00e7\u00e3o dos neg\u00f3cios permitia aos l\u00edderes do varejo a captura mais r\u00e1pida das oportunidades de mercado. No entanto, a partir de agora isso j\u00e1 \u00e9 a realidade de um grupo muito maior de empresas \u2014 que, por consequ\u00eancia, aumenta a competitividade do varejo brasileiro.<\/p>\n

As grandes tend\u00eancias que emergiram em 2020, no in\u00edcio da pandemia, se solidificaram. Marketplaces, social selling, startups e fus\u00f5es\/aquisi\u00e7\u00f5es continuam na pauta das empresas, ao lado de iniciativas de aumento de produtividade, ganho de agilidade e acelera\u00e7\u00e3o da inova\u00e7\u00e3o. O varejo continuou avan\u00e7ando rumo aos ecossistemas, mas com um twist: esse movimento se democratizou.<\/p>\n

Cultura de dados<\/strong><\/h2>\n

Em 2020, l\u00edderes como Carrefour, Assai, Magazine Luiza, Via Varejo e GPA Alimentar foram os grandes estandartes da \u201ccultura startup\u201d no varejo. Na ocasi\u00e3o, revolucionaram um setor tradicionalmente low tech e high touch. Hoje, por\u00e9m, esse movimento faz parte do dia a dia da maioria das 300 maiores empresas do varejo. Em quest\u00e3o de dois anos, o varejo brasileiro aprofundou muito sua ado\u00e7\u00e3o de uma cultura baseada em dados. Ou seja, que privilegia informa\u00e7\u00f5es colhidas diretamente na fonte: o comportamento dos consumidores.<\/p>\n

Mais uma vez, a edi\u00e7\u00e3o deste ano do Ranking 300 apresenta altera\u00e7\u00f5es importantes nas primeiras coloca\u00e7\u00f5es. Se o top 4 n\u00e3o se movimentou, com Carrefour, Assai, Magazine Luiza e Via, o restante do top 10 viu mudan\u00e7as. A Americanas, por exemplo, cresceu 25,3% no ano, impulsionada pelo varejo digital, e se tornou a quinta maior varejista do Pa\u00eds.<\/p>\n

Setores do ranking do varejo da SBVC<\/strong><\/h2>\n

Entre as 10 maiores varejistas brasileiras listadas pelo SBVC, est\u00e3o:<\/p>\n

    \n
  • Quatro supermercadistas\/atacadistas;<\/li>\n
  • Tr\u00eas redes de drogarias\/perfumarias;<\/li>\n
  • Duas redes de lojas de departamentos;<\/li>\n
  • e uma empresa de eletrom\u00f3veis.<\/li>\n<\/ul>\n

    Os supermercados comp\u00f5em exatamente 50% da lista das 300 maiores. Por se tratar de um setor considerado essencial, manteve suas portas abertas durante toda a pandemia. Portanto, continuou a encontrar oportunidades de expans\u00e3o no digital para atender clientes que n\u00e3o se dispuseram a visitar lojas.<\/p>\n

    O segundo setor mais representado, em n\u00famero de empresas, entre as 300 maiores \u00e9 o de Moda, Cal\u00e7ados e Artigos Esportivos: 38 empresas (uma a menos do que em 2018). Esse foi o segmento mais prejudicado com o isolamento social. E n\u00e3o apenas pelo fechamento das lojas f\u00edsicas. Afinal, o crescimento do trabalho em home office diminuiu a demanda por vestu\u00e1rio. O mesmo vale para a manuten\u00e7\u00e3o das restri\u00e7\u00f5es para eventos, bares e restaurantes, que reduziu a quest\u00e3o social sempre envolvida nas compras de vestu\u00e1rio.<\/strong> Por outro lado, a acelera\u00e7\u00e3o da presen\u00e7a digital e a progressiva libera\u00e7\u00e3o das restri\u00e7\u00f5es permitiu que, depois de um 2020 complicado, as principais empresas do setor tivessem desempenhos bastante expressivos.<\/p>\n

    Digitaliza\u00e7\u00e3o foi fundamental para o varejo<\/strong><\/h2>\n

    Com 30 empresas listadas no Ranking (uma a menos que em 2020), o setor de Eletrom\u00f3veis teve um primeiro semestre positivo, impulsionado pelas baix\u00edssimas taxas de juros. No segundo semestre, a infla\u00e7\u00e3o em alta e a acelera\u00e7\u00e3o da taxa Selic fizeram o mercado refluir e impactaram fortemente o desempenho das empresas do setor.<\/p>\n

    Para o SBVC, os ganhos obtidos em 2020 com a digitaliza\u00e7\u00e3o dos neg\u00f3cios e as vendas via WhatsApp se tornaram parte do arsenal dos vendedores.<\/strong> Ainda assim, n\u00e3o foi suficiente para reverter um cen\u00e1rio de forte desacelera\u00e7\u00e3o econ\u00f4mica. Especialmente nos per\u00edodos mais fortes de venda, como na Black Friday e Natal, quando a curva de juros passou a subir de forma ainda mais acentuada.<\/p>\n

    Sobre futuro do varejo, Nossig faz uma previs\u00e3o: \u201cPor conta do passado recente, de uma queda representativa em alguns setores do varejo, acredito que haja uma grande melhora para 2023 e 2024. Passamos por um ano de recupera\u00e7\u00e3o em diversos setores do varejo. Houve uma redu\u00e7\u00e3o de consumo de mercado, pois as pessoas em 2021 ficaram mais em casa e agora est\u00e3o voltando a consumir fora. Na minha vis\u00e3o, o grande desafio para 2022, e talvez por mais uns 2 ou 3 anos, ser\u00e1 a quest\u00e3o dos juros altos, uma vez que o varejo tamb\u00e9m depende do cr\u00e9dito. Por outro lado, o aux\u00edlio de R$ 600 impacta em regi\u00f5es do pa\u00eds menos abastadas onde o varejo est\u00e1 saindo melhor que outros lugares\u201d, finaliza.<\/p>\n

    Fonte: E-Commerce Brasil<\/p>\n

    Foto: Shutterstock<\/p>\n

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