A inovação a favor do varejo farmacêutico

Inovar vai além do investimento em tecnologia. Muitas vezes, é preciso otimizar processos existentes, reorganizar a apresentação dos produtos na farmácia e redefinir as ações

*Por Ney Henrique Santos

Em um cenário em que a dinâmica do varejo farmacêutico está sendo redefinida pelas constantes evoluções tecnológicas, é fundamental compreender o papel da inovação para a sobrevivência e o crescimento das farmácias.
O surgimento de novas tecnologias não apenas remodela as operações das farmácias, mas também redefine a interação entre os consumidores e esses estabelecimentos. Nesse contexto, é crucial desvendar e desmistificar o conceito de inovação, uma missão à qual me dedico como diretor de uma área exclusivamente voltada para esse tema na Febrafar.
Em primeiro lugar, vejo que é preciso entender que inovar vai além do investimento em tecnologia. Muitas vezes, é preciso otimizar processos existentes, reorganizar a apresentação dos produtos na farmácia e redefinir as ações. A amplitude do conceito vai desde a implementação de sistemas de gestão de despesas, automação de estoque e atendimento, até a introdução de serviços personalizados para os diversos tipos de clientes.
Ter o controle das despesas, gestão de funcionários e atenção com a manutenção das farmácias são funções cruciais que hoje já não podem mais estar em cadernetas.
Programas capazes de entender o mercado, que busquem comprar as melhores ofertas junto às indústrias visando ao que está sendo consumido pelos clientes na região de atuação, estão disponíveis para aquelas farmácias que desejam inovar e se digitalizar.
Muitas farmácias estão sempre em busca de maneiras de aprimorar a experiência do cliente e aumentar as vendas. Com base em minha experiência, defendo a utilização de dados e análises integrados e de ferramentas tecnológicas em todos os setores da farmácia, o que possibilita uma compreensão mais profunda das reais necessidades dos clientes, especialmente aquelas voltadas para a personalização da experiência.
No âmbito associativista da Febrafar, cito uma das várias soluções inovadoras que desenvolvemos: o PEC (Programa de Estratégias Competitivas), que pos sibilita os Programas de Fidelidade para nossas redes. Essa solução permite que as lojas digitalizem seus consumidores, criando ações de engajamento que englobam estratégias de precificação com foco na fidelização; possibilidade de criação de alianças locais com outras empresas; entendimento das preferências e nível de engajamento dos clientes; criação de campanhas de prêmios; possibilidade de oferecer um novo canal de compras digital; e ações de reconquista de clientes que já nascem integradas com o WhatsApp.
Em resumo, para atrair e manter clientes, é essencial que as farmácias estejam com controle diário da gestão administrativa, de compra e de venda.
O empresário que hoje não se digitaliza, não consegue ter controle desses três pilares, já que cada cliente que entra em uma farmácia tem uma necessidade e uma expectativa de atendimento diferentes.
Em um mercado altamente competitivo, a inovação não deve ser uma meta, mas, sim, um processo contínuo que exige atenção e dedicação por parte das farmácias.

*Ney Henrique Santos é diretor de Inovação e Tecnologia da Federação Brasileira das Redes Associativistas e Independentes de Farmácias (Febrafar)

Leia mais:

Exclusivo: Jantar Anual Febrafar anuncia resultados da entidade

Deixe um comentário