Perimenopausa: conheça os sinais e como lidar com essa fase

Perimenopausa é o período que antecede a menopausa e pode começar a afetar as mulheres a partir dos 30 anos

A menopausa está na moda. A atriz Naomi Watts, 55 anos, recentemente fundou uma marca de bem-estar chamada Stripes, que oferece “soluções para a menopausa”. Outros nomes, como a ex-primeira-dama Michelle Obama, 60 anos, e as atrizes Halle Berry, 57 anos, e Drew Barrymore, 49 anos, têm falado publicamente sobre suas experiências com a menopausa.

O momento é propício, pois a geração do milênio, conhecida por falar sobre tudo, desde menstruação até depressão pós-parto, agora está falando sobre a perimenopausa, período que antecede a menopausa e pode começar a afetar as mulheres a partir dos 30.

“As millennials estão empenhadas em resolver esse problema da menopausa para sua geração, porque não querem que as mulheres sejam descartadas, não recebam apoio e não tenham informações”, diz a psiquiatra pesquisadora Judith Joseph, professora assistente da Escola de Medicina Grossman da Universidade de Nova York. “Então, acho que isso faz com que elas sejam especiais nesse ativismo contra a menopausa”.

A ciência em torno da menopausa também está mudando. No início deste mês, um acompanhamento de 20 anos da Women’s Health Initiative, um estudo de referência sobre saúde reprodutiva, constatou que para muitas mulheres mais jovens na menopausa – geralmente aquelas com menos de 60 anos – os benefícios provavelmente superam os riscos dos medicamentos hormonais no tratamento de curto prazo dos sintomas da menopausa, como ondas de calor e suores noturnos.

As diretrizes da Sociedade da Menopausa dos Estados Unidos afirmam que, para pessoas com menos de 60 anos, tomar hormônios por um período limitado pode aliviar com segurança as ondas de calor, os suores noturnos e o ressecamento vaginal, além de proteger contra a osteoporose. Cremes e injeções de estrogênio também podem fornecer hormônios de forma mais limitada.

É uma grande notícia para a geração do milênio. Muitas mulheres da geração baby boomer e da geração X enfrentaram os sintomas incômodos da menopausa sem o benefício de tratamentos hormonais altamente eficazes.

A seguir, veja dicas de especialistas para lidar com a perimenopausa.

Os sintomas podem começar mais cedo do se imagina

Muitas mulheres e até mesmo seus médicos acreditam que as irregularidades menstruais são o primeiro sinal da perimenopausa. Mas a alteração dos níveis hormonais pode causar mais de 30 sintomas, desde irritabilidade e mudanças de humor até problemas de sono e dores nas articulações, muito antes de a menstruação ser afetada.

A ginecologista Robin Noble, que atende em Portland, Maine, viu pacientes que procuraram especialistas por causa de eczema, palpitações cardíacas, ombro congelado, infecções frequentes do trato urinário e outros problemas, sem encontrar alívio, mas cujos problemas melhoraram ou foram resolvidos quando receberam terapias específicas para a menopausa.

As mulheres negras podem chegar à perimenopausa mais cedo

Para as mulheres negras, a transição pode começar mais cedo e os sintomas podem ser mais intensos e duradouros, mostram as pesquisas.

Mas grande parte da conversa pública que se forma em torno da menopausa não incorpora essas experiências, observa Anita Powell, cofundadora da Black Women in Menopause. Foi por isso que ela criou o podcast Black Menopause & Beyond, para divulgar informação útil sobre o tema.

Encontrar um especialista em menopausa

Além dos tratamentos hormonais, os médicos podem prescrever medicamentos não hormonais para ondas de calor ou problemas de sono, ou oferecer terapias complementares, como tratamento do assoalho pélvico para sintomas geniturinários, ou ainda técnicas de redução do estresse. Mas é importante encontrar alguém com a formação certa.

Os médicos normalmente recebem pouca ou nenhuma instrução sobre o tema na faculdade de medicina.

Evitar desinformação e produtos da moda

A conectividade que as millennials têm desde a juventude pode ajudá-las a lidar com a menopausa, diz Claire Gill, fundadora da Fundação Nacional da Menopausa. Mas recorrer às redes sociais também pode ser problemático, porque a internet está cheia de desinformação e de “gente querendo lucrar com a menopausa”, informa Noble.

Jen Gunter, ginecologista e autora do best-seller The Menopause Manifesto, adverte contra suplementos caros. “A menopausa está virando um grande negócio, e todo mundo está entrando nessa”, comenta. “Não existe nenhum produto de venda livre sem prescrição médica que seja amparado por dados de boa qualidade”.

Consulte fontes confiáveis, como a Fundação Nacional da Menopausa e a Let’s Talk Menopause, que oferecem listas de verificação de sintomas e conselhos fundamentados em evidências científicas.

Mesmo as mulheres sem sintomas precisam de um plano para a menopausa

Mesmo se passar pela menopausa com poucos sintomas, isso não significa que a mulher deva ignorá-la. Na menopausa, o corpo para de produzir estrogênio, e isso tem efeitos colaterais.

As mulheres ficam mais vulneráveis à perda óssea, doenças cardíacas e problemas metabólicos. Por isso, é importante conversar sobre essas questões o médico. “É um momento fundamental para preparar o terreno para melhores cuidados de saúde na meia-idade”, ensina Noble.

Fazer exercícios e ter uma dieta saudável

As melhores coisas não médicas que você pode fazer para se preparar para a perimenopausa são seguir uma dieta saudável e fazer exercícios, diz Gunter.

Conversar com as amigas

As ativistas encorajam as mulheres a compartilhar informações e estratégias de enfrentamento – como falar sobre a onda de calor, em vez de tentar escondê-la.

“Acho extraordinário que haja tanta conversa sobre a saúde das mulheres na meia-idade neste momento, é uma coisa que me deixa muito otimista”, disse Gill. “Mas isso não significa que resolvemos o problema. Temos muito trabalho a fazer”. /

Fonte: Estadão

Foto: Shutterstock

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