Dia Nacional de Combate ao Colesterol: veja 7 dicas de controle

Data tem como objetivo alertar sobre os riscos dos altos níveis da substância no organismo

Hoje, 08 de agosto marca o Dia Nacional de Combate ao Colesterol, data criada dar dicas e para conscientizar a população sobre os riscos do descontrole do colesterol. Principal fator de doenças cardiovasculares, o colesterol também está relacionado a problemas nos rins e à doença aterosclerótica.

Mas afinal, o que é o colesterol?

“O colesterol é uma gordura produzida pelo fígado e encontrado em alguns alimentos. Mas nem todo colesterol é igual. Temos, por exemplo, o colesterol HDL, considerado bom, que, quando em excesso, é decomposto e removido do corpo. Já o colesterol LDL, conhecido como mau, pode, quando em grandes quantidades, gerar o acúmulo de placas de gordura nas artérias, impedindo ou dificultando a passagem do sangue e levando a graves complicações, como AVC ou infarto. Por não receberem o sangue suficiente para filtrar as impurezas, os rins também podem ser comprometidos, já que as artérias já se encontram obstruídas pelas placas de gordura”, afirma a médica nefrologista e intensivista Dra. Caroline Reigada, também especialista em Clínica Médica/Interna.

E, devido ao estilo de vida atual, os altos níveis de LDL são comuns. De acordo com o Ministério da Saúde (MS), estima-se que quatro em cada 10 brasileiros têm o chamado ‘colesterol alto’.

“O grande problema dos altos níveis de colesterol no sangue está no fato de ser uma intercorrência silenciosa: ele aumentado pode não causar sintoma nenhum, obstruindo as artérias aos poucos. Então, em alguns casos, a primeira manifestação da alta do colesterol é um evento como infarto ou derrame, quando já é tarde para prevenir”, alerta a cirurgiã vascular e membro da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular (SBACV), Dra. Aline Lamaita.

Doença silenciosa

Todavia, como é uma doença silenciosa e que pode causar problemas em outros órgãos, a melhor política é a prevenção.

E mesmo pessoas que praticam atividade física ou levam uma vida aparentemente saudável devem adotar medidas preventivas contra os altos níveis de colesterol, pois ainda assim podem sofrer com o problema.

“Sua redução é uma das medidas mais importantes para promover a saúde geral do coração. Infelizmente, poucas pessoas entendem as etapas essenciais para atingir essa meta. Além de reduzir a ingestão de determinados alimentos, o aumento do consumo de gorduras saudáveis e fibras também é essencial. Além disso, é fundamental fazer exames preventivos”, destaca a Dra. Caroline Reigada.

Veja algumas dicas sobre como controlar os níveis de colesterol ruim 

1. Evite as gorduras não saudáveis

O consumo de gorduras trans e saturadas deve ser evitado, pois pode prejudicar o organismo, favorecendo o aumento do perfil inflamatório e lipídico e o desenvolvimento de doenças cardiovasculares e metabólicas.

“A ingestão de frituras de imersão e carnes gordas, por exemplo, deve ser reduzida, pois não fazem bem para circulação, aumentando a quantidade de colesterol nas artérias e favorecendo a aterosclerose”, diz a Dra. Aline Lamaita. Da mesma forma, se você está acima do peso devido ao consumo excessivo de gorduras, também corre um risco maior de colesterol alto.

2. Tome cuidado também com o excesso de açúcar

De acordo com a cirurgiã vascular, estudos recentes vêm apontando os carboidratos e açúcares como grandes vilões para o aumento de colesterol. “Há uma linha de pesquisa que aponta que para controlá-lo precisamos diminuir o consumo de açúcares e carboidratos no dia a dia”, afirma a médica.

“Esses alimentos, em excesso, podem levar também ao desenvolvimento de diabetes e problemas como resistência à insulina. O açúcar em excesso acarreta maior inflamação, com consequente risco de diabetes – que é o maior fator de risco para doença renal crônica no mundo”, completa a Dra. Caroline. E tome cuidado com os açúcares escondidos, que também podem aumentar seu peso e piorar o perfil lipídico.

“Conheça os ingredientes e leia atentamente os rótulos nutricionais. Fique longe de alimentos que contenham fontes ocultas de açúcar, como xarope de milho com alto teor de frutose e algumas dextrinas”, conta a médica nutróloga, diretora e professora da Associação Brasileira de Nutrologia (Aban), Dra. Marcella Garcez

3. Adicione boas fontes de gordura à dieta

Vale lembrar que nem toda a gordura é ruim. “O azeite, a castanha, o abacate e os peixes, por exemplo, são ricos em gorduras benéficas para o organismo que favorecem o sistema circulatório e melhoram a qualidade de circulação, diminuindo o ruim e aumentando o bom”, aconselha a Dra. Aline.

“Por exemplo, o DHA, abreviação de ácido docosahexaenóico, é um ácido graxo poli-insaturado que, quando ingerido regularmente, pode contribuir para o funcionamento cardíaco adequado e ajudar a diminuir os níveis de LDL e aumentar os níveis HDL, o colesterol ‘saudável’”, explica a Dra. Caroline, que aponta salmão, sardinha e atum como fontes populares de DHA.

4. Inclua as fibras na dieta

O consumo de fibras é uma excelente opção para reduzir os níveis de colesterol. “Os alimentos ricos em fibras são capazes de sequestrar a gordura alimentar no intestino, assim diminuindo a absorção do colesterol, de gorduras e de açúcares”, afirma a médica nutróloga Dra. Marcella Garcez.

“Uma excelente opção para quem deseja consumir mais fibras é, por exemplo, a aveia, já que contém uma fibra solúvel chamada betaglucana, que retarda o esvaziamento gástrico, promovendo maior saciedade, melhora a circulação, controla a absorção de açúcares e inibe a absorção de gorduras, assim ajudando a reduzir os níveis de colesterol. As frutas cítricas também são grandes aliadas do controle do colesterol, pois são ricas em fibras e substâncias antioxidantes que limitam a absorção do colesterol no intestino e ajudam a reduzir os níveis de LDL, colesterol ruim, no organismo”, destaca a médica.

5. Aposte em alimentos que ajudem a reduzir o colesterol

Ainda de acordo com a Dra. Marcella, além das fibras, os fitoesteróis, que estão presentes no azeite de oliva, linhaça, nozes, castanhas, peixes de água fria, chocolate amargo e abacate, também podem ajudar a reduzir os níveis de colesterol, pois competem por receptores intestinais das moléculas de colesterol exógeno, reduzindo assim sua absorção.

“Aposte também em alimentos ricos em ômega 3, como o salmão e as sementes de linhaça e chia, que é responsável por prevenir doenças cardiovasculares, evitar a formação de coágulos, diminuir os níveis de colesterol total e de LDL colesterol e aumentar as de HDL”, completa.

6. Pratique atividades físicas

Medidas simples como subir escadas, se movimentar mais, fazer caminhadas e se exercitar diariamente são atitudes que ajudam a diminuir o colesterol. “Ser ativo por 30 minutos na maioria dos dias pode ajudar a reduzir o colesterol ruim e aumentar o colesterol bom”, explica o Dra. Caroline.

7. Desista de vez do cigarro

Se você fuma, saiba que as inúmeras substâncias tóxicas presentes no cigarro podem oxidar o colesterol bom e transformá-lo em colesterol ruim. “Com o cigarro, os níveis de colesterol também ficam fora de controle, já que a fumaça aumenta os níveis de LDL, ou colesterol ‘ruim’, e de uma gordura no sangue chamada triglicerídeos. Isso faz com que uma placa de gordura se acumule em suas artérias, aumentando o risco de ataques cardíacos”, explica a médica Dra. Caroline, que integra o corpo clínico de hospitais como São Luiz, Beneficência Portuguesa de São Paulo e Hospital Alemão Oswaldo Cruz.

Por fim, a Dra Aline Lamaita ressalta a importância da realização anual de exames para acompanhar os níveis de colesterol e diagnosticar qualquer possível complicação precocemente. “Além disso, aqueles que já apresentam níveis de colesterol acima do recomendado devem consultar um médico regularmente, afinal, a intensidade do controle do colesterol, com o uso de medicamentos ou apenas com a adoção de uma alimentação balanceada, depende do risco cardiovascular de cada indivíduo, variando caso a caso”, finaliza a médica.

Fontes: médica nefrologista e intensivista, Dra. Caroline Reigada / cirurgiã vascular e membro da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular (SBACV), Dra. Aline Lamaita /  médica nutróloga, diretora e professora da Associação Brasileira de Nutrologia (Aban), Dra. Marcella Garcez

Foto: Shutterstock

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