Câncer de Próstata: diagnóstico precoce aumenta em 90% as chances de cura

Brasil registra quase 72 mil novos casos da doença por ano, segundo estimativa do INCA

No Dia Mundial de Combate ao Câncer de Próstata, celebrado em 17 de novembro, a Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) alerta para a importância do rastreamento de tumores de próstata na população e a necessidade do fortalecimento da rede de atenção primária para conscientização da doença. De acordo com dados da própria SBU, as chances de cura aumentam em 90% quando o diagnóstico é feito de forma precoce, mas apesar de acometer quase 72 mil pacientes por ano no Brasil, segundo estimativa do Instituto Nacional do Câncer (INCA), atualmente não existe no país uma indicação oficial para investigação da doença.

Em nota técnica divulgada no início deste mês, a SBU destaca que o rastreamento consiste na aplicação sistemática de exames em homens assintomáticos ou com sintomas leves, a fim de identificar qualquer alteração na próstata ainda em estágio inicial, a exemplo das estratégias já adotadas para outros tipos de tumores como o de mama e o de colo uterino, por exemplo.

“O câncer de próstata é responsável por cerca de 15 mil mortes por ano no Brasil e é o tipo de câncer que mais acomete a população masculina, se desconsiderarmos o câncer de pele não melanoma que é muito comum. Por isso, mesmo não havendo um rastreamento coletivo da população, é fundamental que todos os homens acima dos 50 anos façam um monitoramento individualizado anualmente”, afirma o médico urologista Paulo Jaworski, membro da SBU, professor titular de urologia da Faculdade Evangélica Mackenzie e diretor científico do Uroville – Urologia Avançada.

Em casos de câncer de próstata na família (pai, avô ou irmão), o acompanhamento médico deve começar aos 45 anos. O médico explica que além do histórico familiar, a obesidade, a alimentação baseada em produtos ultraprocessados e a genética também são fatores de risco para o desenvolvimento deste tipo de tumor. “O grupo de risco envolve homens afrodescendentes que geneticamente têm mais chances de ter câncer de próstata, e pacientes que tenham na família alguma mulher (mãe ou irmã) que já teve câncer de mama com mutação genética, por exemplo”, destaca Paulo Jaworski.

Tratamentos minimamente invasivos

Apesar da alta prevalência na população masculina, nem sempre o câncer de próstata se manifesta de forma agressiva em um primeiro momento. Segundo Paulo Jaworski, em muitos casos a conduta médica adotada é a vigilância ativa, com exames periódicos a cada três meses para monitorar a evolução da doença. Se houver indícios de que o tumor está progredindo para um grau mais avançado, a cirurgia e a radioterapia podem ser indicadas.

E com o avanço da tecnologia, as intervenções cirúrgicas estão cada vez menos invasivas, contribuindo para a qualidade de vida do paciente. “Uma das opções disponíveis atualmente é a cirurgia robótica por exemplo, na qual conseguimos um excelente resultado com o mínimo de impacto possível nos tecidos nobres que envolvem a próstata, como músculos e nervos. A alta precisão do procedimento permite a manutenção destes tecidos, preservando assim funções importantes como a potência sexual e a continência urinária.”, destaca Paulo Jaworski.

Outras vantagens da cirurgia robótica são a redução no tempo de internação e, consequentemente, a diminuição dos riscos de infecções. Além disso, como se trata de um procedimento minimamente invasivo, a recuperação do paciente é mais rápida do que nas cirurgias tradicionais.

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Fonte e Foto: Dr. Paulo Jaworski

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