Conheça as 3 varejistas mais expostas às enchentes no RS

Apesar do impacto da tragédia climática, bolso do consumidor está comprometido com compras de primeira necessidade, o que beneficia a Panvel

A Panvel, o Carrefour e a Renner são as redes varejistas mais expostas às enchentes no Rio Grande do Sul, segundo a análise da Genial Investimentos, que considerou uma amostra de treze varejistas cobertas pela empresa.

As três empresas, no entanto, observam dinâmicas diferentes. O topline daquelas que comercializam produtos de primeira necessidade — Carrefour e Panvel — deve se beneficiar do aumento de volume de compras, em um primeiro momento, apesar de uma perda de inclinação na rentabilidade.

“Acreditamos que o bolso do consumidor estará comprometido com as compras de produtos de primeira necessidade – o que deve suavizar o impacto em empresas como a Panvel e o Carrefour”, dizem os analistas Iago Souza e Nina Mirazon.

Por outro lado, os analistas avaliam que as companhias de consumo discricionário, como a Renner, devem observar maior compressão de demanda, a qual deve ser mantida por mais tempo.

Impacto esperado para a Panvel

Apesar da forte concentração de receita da Panvel no Estado gaúcho — cerca de 67% das vendas –, os analistas da Genial acreditam que, por comercializar medicamentos e serviços farmacêuticos, o impacto deve vir mais na linha de margem operacional do que no faturamento bruto.

“Na hipótese onde o volume bruto de vendas dos outros três estados permaneçam inalterado, em termos financeiros, isso poderia implicar em um crescimento de 12,8% no faturamento da Panvel ao longo do segundo trimestre. O número consolidaria um trimestre com um crescimento abaixo do histórico registrado pelo grupo”, dizem.

Souza e Mirazon acreditam que quatro pontos devem impactar o lucro operacional da companhia:

  • O faturamento do atacado deve reduzir drasticamente. “Com a paralisação da operação de atacado, acreditamos que a margem bruta consolidada do grupo deve sofrer um impulso positivo, uma vez que a rentabilidade desse canal girava em um patamar inferior ao consolidado pelo grupo”;
  • O crescimento de venda dos itens de higiene deve ajudar a defender a rentabilidade bruta;
  • maiores despesas com vendas, devido à antecipação do 13º salário para colaboradores e maiores gastos com logística. “Somando a isso a menor alavancagem operacional, entendemos que este fator deve pressionar a margem Ebitda”;
  • Panvel deva apresentar uma baixa de ativos relacionado à perda de estoque nas 18 lojas temporariamente fechadas, apesar da maioria possuir apólice de seguro.

“Apesar de impactar financeiramente a companhia no curto prazo, entendemos que se abre uma considerável ‘janela de oportunidade’ para maior consolidação do setor no estado, dado o fechamento de lojas de independentes/associados, devolvendo pontos comerciais ‘interessantes’ para a Panvel aumentar a sua expansão”, dizem.

Carrefour e Renner

Das 99 unidades do Carrefour localizadas no Rio Grande do Sul — que possuem apólices de seguro –, cerca de sete precisaram ser temporariamente fechadas. “Analisando o impacto para o topline, essas lojas fechadas representam 1,0% das vendas brutas totais do grupo”, afirmam os analistas.

Souza e Mirazon acreditam, no entanto, que o Carrefour deve apresentar um trimestre de maior alavancagem operacional, com destaque para o aumento de volume bruto de mercadorias, mais do que compensando a variável preço.

Com uma dinâmica diferente da Panvel e do Carrefour, a Renner tem natureza não essencial de consumo do setor de vestuário, o que deve trazer o maior impacto financeiro.

“Entendemos que o impacto não deve vir tanto de baixa de ativos (relativo às perdas de estoques) e/ou maior Capex de reforma de lojas, mas sim de uma desaceleração de vendas e maiores despesas operacionais, o qual poderá dar um duplo golpe na margem Ebitda e lucro”, afirmam os analistas.

No momento mais crítico da situação, cerca de 27 lojas da Renner — 4% do parque total — chegaram a ficar fechadas, dado a falta de acessibilidade até o local. Atualmente, cerca de 7 unidades — 1% do parque — ainda continuam fechadas.

Fonte: SBVC, com Moneytimes

Foto: Panvel

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