Gestantes têm até quatro vezes mais chances de desenvolver quadros graves de dengue

Orientação é adotar barreiras físicas contra o mosquito e buscar atendimento médico imediatamente

 O aumento significativo de casos de dengue acende o alerta para um grupo específico: as gestantes. De acordo com a Sogesp (Associação de Obstetrícia e Ginecologia do Estado de São Paulo), mulheres grávidas têm um risco de morte quatro vezes maior. Também há três vezes mais chances de morte do feto ou do bebê.
Recentemente, o Brasil ultrapassou a marca de 760 mil casos prováveis de dengue neste ano, de acordo com dados do Ministério da Saúde.
Daniella Closer D’Amico, ginecologista e obstetra do Hospital e Maternidade São Luiz Osasco explica que a fisiopatologia da doença é a mesma que na pessoa não grávida. “O que acontece é que a dengue afeta diretamente a cadeia plaquetária, favorecendo quadros hemorrágicos. As gestantes já passam naturalmente por alterações significativas em todo o organismo, que fica ainda mais sensível a essas alterações”, destaca a especialista.
A doença pode afetar tanto a gestante, quanto o feto. “Nos primeiros meses há um risco maior de aborto espontâneo. Já no fim da gestação, há algumas complicações como descolamento de placenta e parto prematuro do bebê, com todas as complicações relacionadas, como baixo peso e problemas de desenvolvimento”, explica Dra. Daniella.
Outro momento que merece atenção especial é o do parto, onde há um risco elevado de hemorragia durante o procedimento.
No Hospital São Luiz Osasco houve um aumento de 39% nos atendimentos de casos suspeitos de Dengue na  semana de 16 a 22/2, em relação à anterior.

Sintomas e prevenção

Os sintomas da dengue consistem principalmente em dor no corpo e nas articulações, febre, manchas avermelhadas, enjoo e dores abdominais.
Alguns sintomas podem se confundir com outras condições comuns na gestação, por isso a orientação é buscar atendimento para fazer o diagnóstico o quanto antes. “O sinal de alerta máximo para as gestantes são os sangramentos, seja nasal, oral ou vaginal. Dor súbita ou hipotensão postural, que é aquele mal-estar ao levantar de forma abrupta, também são indicativos para buscar um pronto-socorro urgentemente”, orienta a obstetra do São Luiz Osasco.
Neste momento de circulação intensa do vírus, a orientação para as gestantes é reforçar as medidas de prevenção.
Além de eliminar potenciais criadouros do mosquito em casa e nos arredores, é preciso reforçar a proteção individual, com o uso de repelentes, preferencialmente a base de DEET (N,N-Dietil-m-toluamida) ou icaridina, comuns no mercado, e adoção de barreiras físicas contra o mosquito, como roupas compridas e telas nas janelas.
“Em caso de sintomas ou suspeita, a orientação é agir imediatamente. Procure um pronto-socorro de confiança e siga as orientações do seu obstetra. Em hipótese alguma use medicamentos por conta própria, pois alguns tipos aumentam os riscos de hemorragias”, alerta Dra. Daniella D’Amico.
Fonte: Hospital e Maternidade São Luiz Osasco
Foto: Shutterstock

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