Descarte de medicamentos só deve ser feito em pontos de coleta

Quando jogados no lixo comum ou vaso sanitário, substâncias farmacológicas podem contaminar solo e lençóis freáticos causando danos à saúde em geral

O descarte de medicamentos ganha destaque na sociedade. Sejam remédios vencidos ou sobras de tratamento, representam resíduos que geram diversos impactos negativos ao meio ambiente quando descartados de forma inadequada. O acadêmico Giovani Santos de Oliveira, orientado pela professora Regina Andrade, da Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto (FCFRP) da Universidade de São Paulo (USP), alerta para a importância do descarte responsável dos medicamentos.

“O descarte inadequado de medicamentos desencadeia uma série de impactos negativos de proporções significativas”, afirma o acadêmico. De acordo com Oliveira, quando descartados no lixo comum ou no vaso sanitário, as substâncias dos medicamentos podem se infiltrar no solo e atingir as fontes de água potável, contaminando tanto lençóis freáticos quanto rios. “Isso resulta na disseminação de substâncias farmacológicas na cadeia alimentar, com possíveis consequências para a saúde humana e a vida aquática”, complementa.

Além disso, a liberação de substâncias químicas dos medicamentos no meio ambiente pode contribuir para a resistência antimicrobiana, como explica Oliveira. “Antibióticos e outros medicamentos podem estimular o desenvolvimento de bactérias resistentes, tornando os tratamentos médicos menos eficazes e aumentando o risco de infecções difíceis de tratar”, declara.

A alternativa segura para descartar medicamentos vencidos ou não utilizados são os pontos fixos para descarte e os pontos de coleta. “O Decreto-Lei n°10.388, promulgado em 2020, tornou obrigatório que farmácias e drogarias de capitais e de municípios com mais de 500 mil habitantes mantenham, no mínimo, um ponto fixo para descarte de medicamentos para cada dez mil habitantes. As Unidades Básicas de Saúde (UBS) também funcionam como pontos de coleta”, informa o acadêmico.

Dessa forma, para Oliveira a população deve assumir sua parte como protagonista na construção de um futuro mais saudável e sustentável, evitando ao máximo descartar medicamentos em lixos comuns e vasos sanitários. “Em caso de qualquer dúvida, consulte o seu farmacêutico sobre o posto de coleta mais próximo”, indica.

Empresas unem esforços para combater o descarte incorreto de medicamentos

Fonte: USP

Foto: Shutterstock

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