Diabetes: Agulhas, seringas e insulinas

Aproximadamente 10% da população brasileira possui a doença

Agulhas, insulinas e seringas são amplamente consumidas por pacientes diabéticos. De acordo com o gerente de produto da BD Diabetes Care para o canal varejo, Wellington Nazaret, dados da Federação Internacional de Diabetes (IDF) apontam que aproximadamente 10% da população brasileira possui a doença, o que representa 10% dos pacientes de uma farmácia.

“Considerando o pacote de produtos que esse consumidor compra, podemos dizer que o peso para o varejista é significativo. Se considerarmos um paciente que comprará apenas produtos relacionados diretamente ao tratamento, como um refil de insulina + agulhas + adoçantes + lenços para limpeza da pele + monitor de glicemia+ lancetas + tiras de monitor, ele gastará cerca de R$ 550,00. Ou seja, esse é um consumidor que tem um alto tíquete médio e ainda nem consideramos as doenças concomitantes”, detalha Nazaret. Ainda de acordo com o diretor de marketing de diabetes da Novo Nordisk, Eduardo Silotto Custodio, trata-se de um mercado que cresce aproximadamente 20% ao ano. 

Inovação

No tratamento do diabetes, a recomendação é a utilização de agulhas curtas, indicadas para todas as pessoas, independente do perfil físico, idade e sexo, orienta Nazaret.

“As canetas para aplicação de insulina estão se tornando cada vez mais populares por serem mais práticas para o manuseio e transporte, além da opção das agulhas mais curtas e finas, como, por exemplo, as de comprimento de 4 mm. 

Com relação às insulinas, Custodio destaca que as modernas possuem formas modificadas, em que a ordem dos aminoácidos é alterada por meio de tecnologia de DNA recombinante. “As insulinas humanas NPH (Neutral Protamine Hagedorn) e regular da Novo Nordisk estão disponíveis em frasco-ampola de 10 mL ou refil para caneta aplicadora com 3 mL em uma caixa com 5 unidades.”

Referente a insulinas, a Novo Nordisk tem uma das mais inovadoras do mercado, que é uma insulina degludeca, lançada em setembro de 2014. É uma insulina basal de longa duração, que oferece grandes benefícios aos pacientes, como: menor risco de hipoglicemia e flexibilidade no horário de aplicação. 

Já a Sanofi anunciou o lançamento de Toujeo (insulina glargina 300 U/mL). “O produto tem perfil PK/PD mais estável em estado constante ao longo do intervalo de 24 horas entre as doses”, avalia o diretor do global Diabetes Medical Team da Sanofi, Riccardo Perfetti. 

Exposição

Os produtos precisam estar em um ambiente arejado, de fácil acesso, dentro de suas respectivas embalagens (não se recomenda a venda unitária de produtos, como agulhas, que perdem seu rastreamento e informações sobre validade ao serem vendidas desta forma). As seringas e agulhas são correlatos e podem – e devem – estar ao alcance do paciente.

“Sugerimos trabalhar com o Gerenciamento por Categorias (GC) de diabetes, considerando os produtos essenciais ao tratamento, posteriormente, os cuidados gerais e, por fim, os relacionados à nutrição. Para as insulinas, Custodio explica que estas não se encaixam na categoria de exposição em ponta de gôndola, por isso é importante armazená-las corretamente, pois são produtos refrigerados. 

Atendimento

No caso do tratamento injetável do diabetes, o gerente de produto da BD Diabetes Care para o canal varejo detalha que o farmacêutico deve orientar o paciente sobre: utilização de agulhas curtas; técnica correta do preparo conforme o dispositivo utilizado (seringas ou agulhas para caneta); técnica correta de aplicação, orientando a necessidade de prega subcutânea e ângulo de inserção da agulha na pele; importância do rodízio dos locais de aplicação; riscos de reutilização de agulhas e seringas.

“A reutilização de agulhas e seringas é facilmente identificada no momento da venda, comparando a quantidade de vezes que o paciente irá realizar a aplicação por dia versus a quantidade de seringas e agulhas que está comprando. A reutilização pode trazer complicações ao paciente, como a lipohipertrofia, que é uma deformidade no tecido subcutâneo que provoca a absorção incorreta da insulina no local de aplicação comprometido, impactando no controle da glicemia”, finaliza Nazaret.

“Vale salientar também que as insulinas humanas estão incluídas no Programa Farmácia Popular e podem ser obtidas gratuitamente nas farmácias participantes. 

Foto: Shutterstock 

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