Entrevista: farmácias podem usar nossos dados?

Dados de clientes de uma rede de farmácias estão sendo usados para ganhar dinheiro com anúncio

Uma reportagem especial do UOL levantou nesta sexta-feira (1) algumas dúvidas sobre como, para quê e se é permitido a coleta de dados de clientes por farmácias. Os questionamentos surgiram após uma investigação mostrar que a RaiaDrogasil armazena dados de 48 milhões de pessoas e que a RD Ads, empresa de publicidade da mesma rede, libera essas informações para anunciantes com fins de publicidade direcionada.

“Qual seu CPF, para ver se tem desconto?”

O alto valor de remédios anunciado por atendentes funciona como um tipo sutil de convencimento para o cliente divulgar seu CPF e, assim, receber um interessante “desconto” nos itens comprados — segundo relato do UOL, o valor final com desconto, na verdade, seria o preço real do remédio. A tática é possível graças ao preço máximo sugerido na tabela da Cmed (Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos).

De acordo com a Lei Geral de Proteção de Dados, a LGPD, o consumidor tem o direito de pedir às empresas os dados que elas mantêm a seu respeito. Além disso, ele também tem o direito de ser informado sobre com que outras empresas e órgãos públicos os dados foram compartilhados.

Guilherme Braguim, advogado especialista em proteção de dados, conversou com o Olhar Digital News para analisar o caso.  Segundo ele, “é possível que dados pessoais como nome, e-mail, CPF, eles sejam compartilhados com terceiros, por aquele que coletou, desde que, deixe claro que os consumidore que são os titulares dos dados, estejam cientes desse compartilhamento de forma prévia e não se oponham a isso. Essa ciência, geralmente ela se dá por políticas de privacidade, outros documentos que precisam trazer transparência.”

Descontos das farmácias atrelados ao CPF são questionados pelo Idec

Fonte: Olhar Digital

Foto: Shutterstock

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