Processo saudável

O consumo regular de vitaminas é fundamental para desacelerar o desgaste do organismo com o avançar da idade

Por anos, o Brasil foi considerado um país jovem, já que a maioria da população era composta por pessoas com menos de 29 anos de idade. Agora, os tempos são outros.
Avanços da medicina e melhoras nas políticas públicas diminuíram o índice de mortalidade e aumentaram a expectativa de vida do brasileiro, fazendo com que o Brasil entrasse em um processo de envelhecimento da população.

Atualmente, os idosos já representam 13,7% da população, mas, segundo dados da Projeção da População por Sexo e Idade, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2030, este percentual deve chegar a 18,6% e, em 2060, a 33,7%.

Diante dessa inversão na pirâmide populacional, o envelhecimento do brasileiro tem sido pauta frequente de eventos voltados para profissionais da saúde. Afinal, a população idosa tem uma condição fisiológica distinta dos jovens adultos, fruto natural do processo de envelhecimento, e requer cautela específica.

Um dos pontos de atenção nos cuidados com a saúde dos idosos é quanto à carência de vitaminas, problema extremamente comum entre pessoas com mais de 60 anos de idade.

A alta incidência de deficiência de nutrientes no organismo dos idosos pode ter diferentes causas, inclusive a combinação de fatores variados em um mesmo paciente. A mais comum é uma dieta inadequada, provocada por queda de apetite e dificuldades para mastigar.

“A perda de dentes, problemas nas gengivas ou próteses dentárias inadequadas acabam por modificar a escolha dos alimentos, o que pode resultar na diminuição do consumo de carne, frutas e legumes, alimentos mais difíceis de mastigar”, explica o diretor médico da Pfizer Consumer Healthcare para América Latina, Dr. Luiz Henrique S. Fernandes.
A chegada da terceira idade também traz uma diminuição das capacidades sensoriais, como o olfato ou o paladar, o que faz cair o interesse de provar sabores e aromas diferenciados por meio de uma alimentação diversificada.

O desgaste natural do organismo de pessoas com idade avançada também pode levar a um comprometimento da capacidade de absorção das vitaminas pelo trato digestivo – as chamadas Síndromes de Má Absorção.

Há ainda a possibilidade de que o uso de certos medicamentos interferiram no processo de absorção das vitaminas, assim como a falta de exposição ao sol e queda na qualidade do sono.
“Alguns estudos mostram que, quando a qualidade e quantidade do sono estão comprometidas, há um distúrbio na produção de hormônios que são secretados à noite e que participam na produção da vitamina D”, explica a gerente médica MIP do Aché Laboratórios Farmacêuticos S.A., Dra. Wanessa A. Ruiz Scala.

Todos esses fatores citados são características comuns aos indivíduos das terceira idade, mas podem piorar, dependendo da condição social do idoso.

“Essas situações podem ser agravadas por problemas relacionados à solidão, tristeza e ao desânimo e também por dificuldades financeiras que restrinjam a alimentação, não pela busca do saudável, mas pela busca do viável financeiramente. São fatores agravantes de uma má alimentação”, destaca o Dr. Fernandes, da Pfizer.

Consequências da carência vitamínica

Sintomas psicológicos: depressão; alterações cognitivas (memória, raciocínio, concentração); distúrbios do sono; transtornos de personalidade; tonturas; irritabilidade.

Sintomas físicos: alterações ósseas (osteopenia, osteoporose; fraturas pelo enfraquecimento da matriz óssea); astenia aguda ou crônica (fraqueza); comprometimento do sistema imunológico (infecções recorrentes); lesões bucais; distúrbios gastrointestinais (obstipação intestinal ou diarreia); alterações do apetite; dores de origem neurológica; dificuldades de visão; alterações do equilíbrio; distúrbios neuromotores (parestesia dos membros; espasmos musculares; déficit motor ou de sensibilidade, incoordenação motora); anemia.

Doenças cardiovasculares: arteriosclerose; Infarto do Miocárdio (IM); Acidente Vascular Cerebral (AVC); demência; e danos na retina.

Fonte: gerente médica MIP do Aché Laboratórios Farmacêuticos S.A., Dra. Wanessa A. Ruiz Scala

A ação das vitaminas

Existem algumas carências vitamínicas mais comuns na terceira idade, que afetam diretamente a qualidade do envelhecimento. A maioria delas tem a ver com uma má alimentação ou dificuldade de absorção dos nutrientes, com exceção da falta de vitamina D. Apesar de estar presente em alguns alimentos, como sardinha, gema de ovo, fígado e óleo de peixe, essa vitamina só é sintetizada pelo organismo diante da exposição da pele ao sol.

Entre moradores de grandes centros urbanos em geral, a carência de vitamina D já atinge índices preocupantes, mas entre os idosos, a situação se torna ainda mais grave, já que, depois dos 70 anos de idade, a capacidade de síntese costuma ficar reduzida.

De acordo com a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), valores inadequados de vitamina D foram encontrados em 85% dos idosos moradores na cidade de São Paulo (SP) e em mais de 90% dos idosos institucionalizados – aqueles que são cuidados por terceiros em asilos públicos ou privados.

A falta de vitamina D interfere diretamente na qualidade de vida e independência do idoso, já que provoca perda da massa óssea e da força muscular, além de outras situações clínicas indesejáveis. “É também importante para o equilíbrio das funções neurológicas e cardíacas e para coagulação sanguínea”, lembra o Dr. Fernandes.

Atenção especial também deve ser dada para a falta de vitamina B12, bem frequente entre idosos, com prevalência superior a 20%. A ação desse nutriente no organismo é muito ampla, estando relacionada com o metabolismo de todas as células, especialmente as do trato gastrointestinal, da medula óssea e do sistema nervoso. A falta de vitamina B12 pode provocar anemia e alguns sintomas neurológicos.

Outra carência vitamínica presente com frequência nos idosos é a de ácido fólico (vitamina B9), essencial na formação e na maturação de hemácias e de leucócitos na medula óssea.
“É necessário ao equilíbrio das funções cerebrais e à saúde mental e emocional. Portanto, tem função no desenvolvimento do Sistema Nervoso Central (SNC) e na memória. A deficiência é comum em casos de alcoolismo, desnutrição, leucemia e também na terceira idade”, descreve o médico.

Quanto aos minerais, o zinco merece destaque pela ingestão ser baixa e de difícil ajuste no consumo alimentar dos idosos. A carência desse nutriente colabora para a diminuição da função do sistema imunológico, da cicatrização de feridas e da percepção gustativa.

Por fim, é preciso mencionar também a deficiência de ferro – importante substância por compor a hemoglobina e, assim, transportar oxigênio, produzir energia e imunidade.

Vários idosos possuem distúrbios de má absorção, apresentando risco elevado para a deficiência de ferro. Pouco absorvível a partir dos alimentos de origem vegetal, estando mais presente nas carnes, a absorção é facilitada se ingerido juntamente com vitamina C.

“Nos casos das carências vitamínicas severas, pode haver aumento da incidência de doenças cardiovasculares, como arteriosclerose, Infarto do Miocárdio (IM), Acidente Vascular Cerebral (AVC), demência e danos na retina”, reforça a Dra. Wanessa, do Aché.

No entanto, é preciso destacar que a carência de vitaminas não tem só consequências físicas. O desequilíbrio de nutrientes no organismo também provoca sintomas psicológicos, como depressão, alterações cognitivas (memória, raciocínio, concentração), distúrbios do sono, transtornos de personalidade, tonturas e irritabilidade.

Suplementacao necessaria

Para evitar todas essas possíveis complicações e garantir que os idosos não só vivam mais, mas também com qualidade, em muitos casos, é necessário o uso de suplementos vitamínicos, capazes de suprir a insuficiência de vitaminas e minerais em pacientes que não atingem as necessidades nutricionais diárias recomendadas.

Uma pesquisa realizada pela Universidade da Aarhus, na Dinamarca, identificou que idosos que tomam suplementos de cálcio e vitamina D, por exemplo, podem ter uma expectativa de vida maior do que aqueles que não ingerem quantidades suficientes dos nutrientes. Os suplementos reduzem em até 9% as chances de mortalidade em um período de três anos entre pessoas com idade média de 70 anos.

Atualmente, as opções presentes no mercado são inúmeras e cada vez mais direcionadas a carências comuns a determinados grupos populacionais, entre eles, os idosos.
“Existem suplementos alimentares que contêm vários nutrientes diários necessários (polivitamínico e minerais) e existem suplementos que contêm uma quantidade muito maior de proteínas, carboidratos ou outros componentes para atender a uma necessidade específica do paciente”, garante o gerente médico do Aché Laboratórios, Dr. Stevin Zung.

Confira os benefícios de outras vitaminas nos idosos

Luteína: protege os olhos do estresse oxidativo. É essencial na prevenção de doenças oculares, como catarata, retinite pigmentosa e degeneração macular.

Vitamina C: ajuda no fortalecimento do sistema imunológico, tem ação antioxidante, fortalece os vasos capilares sanguíneos, além de melhorar a absorção de ferro.

Colágeno: dá sustentação ao tecido cutâneo e firmeza à pele.

Ômega 3: favorece a vasodilatação, reduzindo casos de hipertensão leves e riscos de doenças cardiovasculares.

Cálcio: combate a perda de massa óssea e previne o surgimento de osteoporose.