Exclusivo: A cada 20 segundos, uma pessoa é amputada no mundo por consequência da diabetes

O diabetes, que mata 1,5 milhão de pessoas por ano no planeta, já é uma das dez principais causas de mortes por doenças no mundo

No dia 14 de novembro é celebrado o Dia Mundial do Diabetes, data de conscientização sobre prevenção, diagnóstico, tratamento, e reflexos da doença na qualidade de vida e riscos de mortalidade. No Brasil, segundo dados da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia, cerca de 16 milhões de pessoas convivem com diabetes tipo 2. O diabetes, que mata 1,5 milhão de pessoas por ano no planeta, já é uma das dez principais causas de mortes por doenças no mundo.

O diabetes mellitus é uma doença crônica, silenciosa, na qual o corpo não produz insulina ou não consegue empregá-la adequadamente ao organismo. A sua falta gera déficit na metabolização da glicose, ocasionando a patologia, caracterizada por altas taxas de açúcar no sangue de forma permanente.

Existem diferentes tipos de diabetes:

  • Tipo 1: causado pela destruição das células produtoras de insulina, em decorrência de defeito do sistema imunológico em que os anticorpos atacam as células que a produzem. Ocorre em cerca de 5 a 10% dos diabéticos. O Tipo 1 aparece geralmente na infância ou adolescência, mas pode ser diagnosticado em adultos também. Essa variedade é sempre tratada com insulina, medicamentos, planejamento alimentar e atividades físicas, para ajudar a controlar o nível de glicose no sangue.
  • Tipo 2: resulta da resistência à insulina e de deficiência na sua secreção. Ocorre em cerca de 90% dos diabéticos. Ele se manifesta mais frequentemente em adultos, mas crianças também podem apresentar. Dependendo da gravidade, ele pode ser controlado com atividade física e planejamento alimentar. Em outros casos, exige o uso de insulina e/ou outros medicamentos para controlar a glicose.
  • Diabetes gestacional: é a diminuição da tolerância à glicose, diagnosticada pela primeira vez na gestação, podendo ou não persistir após o parto.
  • Outros tipos: são decorrentes de defeitos genéticos associados com outras doenças ou com o uso de medicamentos. Podem ser defeitos genéticos da função da célula beta ou na ação da insulina, de doenças do pâncreas (pancreatite, neoplasia, hemocromatose, fibrose cística etc.) ou induzidos por drogas ou produtos químicos (diuréticos, corticoides, betabloqueadores, contraceptivos, entre outros).

Doenças associadas

O diabetes está associado ao surgimento de diversas outras doenças, como doenças cardiovasculares (11,9% dos pacientes com diabetes tipo 2 possuem), neuropatia periférica (26,9% dos pacientes são acometidos), doença renal diabética (21,2%), aumento do risco de todos os tipos de demência (73%), MASLD (70%), entre outros.

“A obesidade, o aumento dos triglicérides e do LDL, HDL baixo, histórico familiar, sedentarismo e hipertensão, são fatores de risco para desenvolver o diabetes tipo 2”, alerta o vice-presidente da Sociedade de Diabetes e diretor do departamento de medicina da Irmandade Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, Dr. João Salles.

De acordo com a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia, a Sociedade Brasileira de Diabetes e a Sociedade Brasileira de Patologia Clínica/Medicina Laboratorial, a glicemia em jejum, o teste de tolerância à glicose ou a dosagem de hemoglobina glicada podem ser usados para diagnosticar diabetes e identificar pessoas com pré-diabetes.

“Além da falta de diagnóstico, um grande problema é o abandono do tratamento. Como a doença é silenciosa, depois de dois anos do diagnóstico, a cada dez pessoas, só três continuam tomando a medicação. Um alerta para os pacientes de diabetes é observar os pés, porque eles são mais secos, fazem mais ferida e não tem sensibilidade. Então, feridas, cortes, micoses, falta de sensibilidades, entre outros, aumentam o risco de amputação. E se você tem complicações nos pés, você também tem complicações no resto do organismo e deve procurar um médico”, alerta o Dr. Salles.

A relação entre o diabetes e a obesidade

O médico alerta que a Doença Cardiovascular Ateroscleótica é um enorme fardo para quem tem Diabetes tipo 2 e obesidade. Isso porque, mais de 80% dos pacientes com Doenças Cérebro Vascular estão acima do peso ou têm obesidade. “A obesidade está associada a maior risco cardiovascular e de outras doenças como o diabetes tipo 2, e tratar a obesidade tem como objetivo reduzir esses riscos. A semaglutida age como se fosse o hormônio GLP-1, que sinaliza ao cérebro a sensação de saciedade”, explica o Dr. Salles.

Novos estudos com a semaglutida, já utilizado para tratamento de diabetes, demonstraram que o risco de morte de pacientes obesos em tratamento com o remédio é 18% menor que o daqueles que não fazem o tratamento. O risco de ataques cardíacos, principal causa de morte no mundo, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), cai cerca de 28% com o uso.

O dia 14 de novembro é o Dia Mundial do Diabetes, que visa conscientizar sobre a importância da prevenção, diagnóstico, controle e tratamento correto da doença.

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Fonte: Guia da Farmácia

Foto: Guia da Farmácia, em evento organizado pela farmacêutica Novo Nordisk

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