Jovens brasileiros estão mais obesos, sedentários e ansiosos

Em um ano, pesquisa mostra que obesidade disparou 90% entre jovens de 18 a 24 anos, e outros parâmetros de saúde também preocupam

O índice de obesidade entre jovens brasileiros de 18 a 24 anos cresceu cerca de 90% em apenas um ano. Dados de um estudo feito pela Universidade Federal de Pelotas (Ufpel) e pela organização global Vital Strategies, divulgados nesta quinta-feira, 29, mostram que, entre 2022 e 2023, o índice de jovens obesos saltou de 9% para 17,1% no país. Em números absolutos, no ano passado, 1,56 milhão de jovens entre 18 e 24 anos eram obesos, já em 2023, são 2,97 milhões.

A pesquisa indica uma série de fatores que podem ter contribuído para o quadro, como o baixo consumo de frutas e verduras, pouca prática de atividade física e tempo exagerado de uso de telas, como celulares e televisão. Para classificar uma pessoa como “obesa”, o estudo, chamado “Covitel”, levou em consideração o Índice de Massa Corporal (IMC) maior ou igual a 30. O levantamento ouviu 9 mil pessoas maiores de 18 anos entre janeiro e abril de 2023. Os contatos foram feitos por telefone com moradores das capitais e do interior nas cinco regiões do país.

O cenário desenhado pelos dados, segundo pesquisadores responsáveis, indica que a população brasileira ainda vive os reflexos da pandemia de covid. “O excesso de peso vem numa tendência de crescimento há muitos anos. Mas estamos saindo de uma pandemia, e essa população que hoje está com 18 anos, há três anos estava em plena adolescência, que é a época em que socialização é super importante, e ficou todo mundo dentro de casa, sem fazer atividade física, a saúde mental foi super agravada”, explica Luciana Vasconcelos Sardinha, uma das coordenadoras da pesquisa e gerente sênior de Doenças Crônicas Não Transmissíveis da Vital Strategies.

Segundo o Covitel, 63,1% dos jovens de 18 a 24 anos não praticam atividade física de acordo com recomendações da Organização Mundial de Saúde (OMS), ou seja, durante pelo menos 150 minutos por semana. Somado a isso, há a alimentação de baixa qualidade: entre a população dessa faixa etária, 66,5% não consomem frutas, e 60,8% não comem verduras e legumes com frequência – ou seja, cinco vezes na semana ou mais. As pessoas nessa idade também são as que gastam mais tempo diante de telas em comparação com todas as outras faixas etárias: 76,1% usam celulares, computadores, tablets ou TV por mais de três horas ao dia para lazer.

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Fonte: Estadão

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