Vitamina D: quando o sol não é suficiente

A importância da vitamina D para os ossos é inversamente proporcional à quantidade de pacientes que têm o seu nível adequado no corpo. Suplementos vitamínicos são essenciais para ajudar quem tem carência da substância

A vitamina D é considerada a vitamina do sol. Isso porque a luz solar é a principal fonte para ela. E sua deficiência não preocupa à toa. A vitamina D é essencial na manutenção da massa óssea e sua deficiência cura com aumento do hormônio Paratormona (PTH), que aumenta a reabsorção óssea.

Segundo a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), a deficiência de vitamina D leva ao retardo do crescimento e ao raquitismo. Em adultos, leva à osteomalácia, ao hiperparatiroidismo secundário e, consequentemente, ao aumento da reabsorção óssea, favorecendo a perda de massa óssea e o desenvolvimento de osteopenia e osteoporose.

De acordo com o endocrinologista membro da SBEM, Dr. Sergio Setsuo Maeda, a produção da vitamina D é desencadeada pela ação da luz solar. Por isso, é recomendado expor braços e pernas três vezes por semana por 15 minutos conforme a coloração da pele (cútis mais claras menos tempo e vice-versa).

A vitamina D é essencial na manutenção da massa óssea e sua deficiência cura com aumento do hormônio Paratormona (PTH), que aumenta a reabsorção óssea.

“Porém, a mesma radiação que forma a vitamina D também causa o câncer de pele. Logo, após o tempo recomendado, deve-se aplicar protetor solar, principalmente no rosto, que é o local de maior incidência do carcinoma basocelular. Após os 70 anos de idade, a pele perde a capacidade de produzir quantidades adequadas de vitamina D, portanto, recomenda-se a administração de suplementos”, diz ele.

Mas a preocupação não é somente com os idosos. Estão no grupo de risco, também, indivíduos com restrição de exposição solar; gestantes; pessoas que sofrem com osteoporose, quedas frequentes e fraturas, doenças osteometabólicas e inflamatórias, doença renal crônica; pacientes pós-bariátricos; portadores de síndromes de má absorção e usuários de medicações que interfiram no metabolismo da vitamina D (glicocorticoides, anticonvulsivantes, antirretrovirais, entre outras).

Nesses casos, são indicadas as suplementações vitamínicas. O Dr. Maeda explica que elas estão disponíveis na forma de gotas, cápsulas ou comprimidos. “Por meio delas, podem-se manter os níveis estáveis de vitamina D sem recorrer ao sol. Como é uma substância de depósito, o suplemento pode ser tomado semanalmente também.”

A vitamina D pode ser obtida, ainda, a partir de fontes alimentares, por exemplo, óleo de fígado de bacalhau, peixes gordurosos (salmão, atum, cavala), cogumelos e ovos.

Para saber se o paciente está com deficiência de vitamina D, é feito exame de sangue. “Nos grupos de risco, recomenda-se monitorização dos níveis de 25(OH)D que fiquem acima de 30 ng/mL. Nos indivíduos jovens saudáveis, a partir de 20 ng/mL é adequado, segundo recomendações da SBEM”, finaliza o Dr. Sestsuo Maeda.

Foto: Shutterstock

Doenças de inverno

Edição 305 - 2018-04-01 Doenças de inverno

Essa matéria faz parte da Edição 305 da Revista Guia da Farmácia.