De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), no Brasil, o câncer de próstata é o segundo mais comum entre os homens – atrás apenas do câncer de pele não-melanoma. Em valores absolutos e considerando ambos os sexos, é o quarto tipo mais comum e o segundo mais incidente entre os homens. Além disso, é considerado um câncer da terceira idade, já que cerca de 3/4 acontecem a partir dos 65 anos.
Segundo o urologista da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo, Dr. Caio Cintra, por se tratar de uma doença normalmente sem sintomas nos estágios iniciais – justamente quando a chance de cura é alta – o rastreamento e o diagnóstico precoce do câncer de próstata são fundamentais para um tratamento bem-sucedido. “Ao invés de outras condições benignas que acometem a próstata e que normalmente se manifestam por meio de alterações urinárias, o câncer costuma ter evolução silenciosa e, se descoberto em estágio elevado, dificulta o sucesso no tratamento”, conta.
Desta forma, a Sociedade Brasileira de Urologia recomenda que todos os homens, a partir dos 45 anos de idade, façam os exames de rastreamento uma vez por ano. “A exceção fica, apenas, para indivíduos da raça negra ou com parentes de primeiro grau que tiveram a doença, pois constituem grupos de risco para a ocorrência e desenvolvimento. Nestes casos, a recomendação é que os exames sejam realizados um pouco antes, aos 40 anos de idade”, ressalta o urologista. Os principais fatores de risco para o câncer de próstata são obesidade, níveis elevados de gorduras no sangue – como colesterol e triglicérides, consumo exagerado de alimentos gordurosos e predisposição genética.
Para detectar o câncer de próstata, as avaliações mais comuns são o exame físico (toque retal) e de sangue (antígeno específico da próstata, conhecido como PSA). Só após esses resultados é avaliada a necessidade ou não de prosseguir com a investigação, que vai afastar ou comprovar a existência do câncer. “É importante reforçar que o diagnóstico preciso só é possível por meio do exame digital, uma vez que cerca de 20% dos tumores podem não ser detectados pela amostra de sangue (PSA)”, explica o médico.
A boa notícia é que novas tecnologias têm sido incorporadas no rastreamento e tratamento do câncer de próstata. “Hoje em dia, contamos com o exame de ressonância nuclear magnética multiparamétrica de próstata e biópsias por fusão de imagem, que têm ajudado a selecionar candidatos reais à investigação invasiva e a indicar o melhor tratamento com diagnóstico preciso. Além disso, novas modalidades de quimioterapia e hormonioterapia oral têm sido utilizadas para tratar a doença, melhorando os índices de resposta e sobrevida”, finaliza o especialista.
Fonte: Guia da Farmácia
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