O papel da indústria farmacêutica na promoção da saúde no Brasil

A indústria farmacêutica está cada vez mais integrada a IA, robótica, telemedicina e big data, para melhorar a experiência do paciente

A indústria da saúde é uma das que mais investem em inovação no mundo, e essa realidade também inclui o Brasil. Temos inúmeras empresas no país que utilizam tecnologia de ponta para a descoberta e o desenvolvimento de novos medicamentos e ações que impactam diretamente na melhoria dos diagnósticos, da prevenção até o tratamento de doenças.

O Brasil passa por uma transformação digital que se acelerou nos últimos anos devido à pandemia e tudo indica que ainda estamos no começo dessa evolução.

O aumento do número de healthtechs brasileiras é reflexo desse crescimento, a partir da diversificação das inovações voltadas aos cuidados com a saúde e o bem-estar das pessoas, mas esses benefícios precisam ser estendidos a uma parcela maior da população.

No entanto, o país ainda enfrenta muitas dificuldades em regularizações por conta da rigidez nos requisitos de documentação, integridade dos dados e validação de processos. Avanços no uso de tecnologias digitais podem ajudar a mudar o cenário.

O futuro da saúde passa pela medicina 4P, abordagem baseada nos pilares da prevenção, predição, personalização e participação.

É preciso sedimentar um caminho capaz de ajudar pesquisadores, profissionais da saúde e partes interessadas dos mais diversos setores a se conectar agilmente e estabelecer relações de colaboração mútua. Isso dentro de um ecossistema digital que encurte as distâncias por meio de um tráfego de informação fluído, capaz de sobrepor barreiras tecnológicas, políticas e estruturais, e pautado sobremaneira por elevados padrões de segurança de dados.

Na autoestrada da saúde digital, a medicina 4P pega carona na biarticulada aliança entre a indústria farmacêutica e as empresas de tecnologia em saúde digital, em uma aliança estratégica que concede maior disponibilidade à indústria farmacêutica para focar na evolução do seu core business, delegando a empresas de tecnologia com know-how a viabilização da transformação digital.

Felizmente, no Brasil, temos algumas parcerias desse tipo estabelecidas. Para citar um exemplo, um projeto intitulado Saúde da Mulher digitaliza a jornada de pacientes com câncer de mama por meio de uma plataforma digital, que possibilita uma proximidade com cada mulher na idade alvo, entendendo e monitorando sua navegação como paciente, visando garantir um diagnóstico precoce da doença, que permite alto índice de cura. Tudo isso é obtido usando ferramentas integradas como agendamento inteligente de exames e consultas, teleatendimentos e monitoramento de riscos, acompanhante virtual, entre outras funcionalidades.

Essa linha de cuidados de ponta a ponta foi possível graças à parceria entre a indústria farmacêutica, uma empresa de tecnologia e a federação de Santas Casas e hospitais filantrópicos de Minas Gerais.

O projeto objetiva a transformação de protocolos de sobrevida em protocolos de cura, com aumento da abrangência do rastreamento e do diagnóstico, bem como o tratamento precoce para o câncer de mama.

As parcerias entre empresas de tecnologia e farmacêuticas impulsionam também o desenvolvimento de medicamentos especificamente desenvolvidos a grupos de pacientes, além de testes de diagnóstico que promovem tratamentos assertivos para cada doença.

Um dos grandes desafios que a indústria farmacêutica brasileira enfrenta é superar obstáculos para lançar novos medicamentos, especialmente para redução do time-to-market.

A indústria farmacêutica está cada vez mais integrada a AI, robótica, telemedicina e big data, com o objetivo principal de melhorar a experiência do paciente.

Não à toa, a quantidade de healthtechs é cada vez maior. Estamos diante de uma grande oportunidade, e as farmacêuticas que se movimentam nesse sentido terão enorme vantagem competitiva.

Fonte: Correio Braziliense

Foto: Shutterstock

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