Os perigos da leucemia

As leucemias podem ocorrer em qualquer fase da vida, desde o nascimento, até em idades muito avançadas, e seu diagnóstico costuma ser feito a partir de exames clínicos simples, como o hemograma

O segundo mês do ano também é dedicado à campanha Fevereiro Laranja, que tem como objetivo conscientizar as pessoas sobre a leucemia e a importância da doação de medula óssea e células-tronco. Atualmente, a doença ocupa a nona posição nos tipos de câncer mais comuns em homens e a 11ª em mulheres.

De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca), em 2020, estima-se que houve 5.920 casos de homens com leucemia a cada 100 mil habitantes e 4.890 mulheres também a cada 100 mil habitantes.

As leucemias podem ocorrer em qualquer fase da vida, desde o nascimento, até em idades muito avançadas, e o diagnóstico costuma ser feito a partir de exames clínicos simples, como o hemograma.

“As leucemias linfoides, por exemplo, são predominantes nos extremos da vida. A linfoide aguda tem sua mediana aos quatro anos de idade e a crônica, entre 60 e 70 anos de idade. Já as mieloides se distribuem ao longo da vida, são as predominantes no adulto jovem e em idade reprodutiva. Portanto, podem ocorrer em todas as idades”, explica o coordenador dos Comitês Científicos da Associação Brasileira de Hematologia, Hemoterapia e Terapia Celular (ABHH), Dr. Carmino Souza.

Doação pode ser fundamental

 O Inca explica que, nas leucemias agudas, por exemplo, o processo de tratamento envolve quimioterapia (combinações de quimioterápicos), controle das complicações infecciosas e hemorrágicas e prevenção ou combate da doença no Sistema Nervoso Central (SNC) (cérebro e medula espinhal). Para alguns casos, é indicado o transplante de medula óssea.

Nesse sentido, o Dr. Souza afirma que o Brasil é uma sociedade miscigenada, o que é uma vantagem biológica, mas é uma desvantagem para o encontro de doadores: um a cada 100 mil habitantes é a chance de achar um doador por acaso. Contudo, ela pode ser essencial em alguns casos.

“A doação de medula ou de células-tronco é fundamental para o sucesso do transplante de medula óssea”, reforça, acrescentando que as complicações ao doador são raríssimas.

“O doador precisa ser sadio, sem nenhum tipo de problema e todo o cuidado deve ser feito para que se colha com a máxima segurança possível. Nos meus mais de 40 anos de profissão nunca vi nenhuma complicação seria sobre doadores de células-tronco seja do sangue periférico, seja da medula óssea”, garante o médico.

Sintomas recorrentes

Os sintomas da doença dependem do tipo da leucemia. Nas agudas, é clássica a rápida piora do quadro hematológico e as pessoas podem ter anemias, infecções, sangramentos e há sinais clínicos relativamente comuns, como palidez, crescimento de gânglios, do fígado e do baço.

“É comum, nas leucemias agudas, a falência da medula óssea com a tríade habitual de anemia, febre derivada da redução de glóbulos brancos e sangramentos pela redução das plaquetas. Na leucemia linfoide crônica, é mais habitual o crescimento de gânglios, do baço e fígado; enquanto na leucemia mieloide crônica, é comum o crescimento do baço”, exemplifica o Dr. Souza.

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Fonte: Guia da Farmácia

Foto: Shutterstock

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