Outubro Rosa: tudo que você precisa saber sobre câncer de mama avançado

O diagnóstico tardio é uma realidade de muitas pacientes

Escutar o diagnóstico de um câncer é sempre um momento difícil. E, para quem descobre o câncer em um estágio muito avançado, a notícia do diagnóstico é ainda mais complicada. O câncer de mama é o principal tipo de câncer a atingir mulheres (excluindo os tumores de pele não melanoma), com uma estimativa de 66.280 novos casos em 2022, de acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca). Destes, estima-se que cerca de 35% já são diagnosticados em fase avançada.

O câncer de mama é caracterizado em diferentes estágios: 0 a IV, sendo o último o mais grave. Isso significa que nesta fase o câncer já pode ser encontrado em outras partes do corpo, também podendo ser chamado como câncer metastático. Os locais mais propícios a serem atingidos são o fígado, os ossos e o pulmão.

“Apesar de ser difícil ouvir esse diagnóstico, é importante destacar que hoje em dia há diversas opções de tratamento disponíveis que ajudarão o paciente a ter uma melhor qualidade de vida e aumentar seu tempo de sobrevida global, mesmo quando a presença do câncer é confirmada”, diz o  diretor médico de Innovative Medicines da Novartis Brasil, Lenio Alvarenga.“O importante é sempre conversar com o seu médico para entender qual o melhor caminho tomar com relação ao seu tratamento”, completa.

Para isso, é imprescindível conhecer a doença pela qual você está passando e, assim, entender melhor cada passo do tratamento. Afinal, conhecimento é a base para que cada paciente possa ir em busca do melhor tratamento para o tipo e subtipo da doença, além de auxiliar para a manutenção do bem-estar e da qualidade de vida.

Existem quatro tipos de câncer de mama

As proteínas que os definem são os receptores hormonais (RH) e o receptor do fator de crescimento epidérmico humano 2 (HER2).

Quando as duas proteínas estão presentes, o tumor é classificado como RH+ e HER2+. Agora, quando estão ausentes, o tumor é classificado como RH- e HER2-, que pode também ser chamado de triplo negativo. Há ainda a possibilidade de apenas uma das proteínas estarem presentes, levando a duas possibilidades distintas: RH+ e HER2- ou RH- e HER2+.

Destes, o tipo mais comum é o RH+ e HER2-, que atinge em torno de 69% das mulheres. Assim, os quatro tipos de câncer de mama são:

  • RH+ e HER2+
  • RH- e HER2-
  • RH+ e HER2-
  • RH- e HER2+.

Por que acontecem as metástases?

A metástase pode acontecer quando as células do câncer de mama se separam do tumor principal e entram no fluxo sanguíneo ou no sistema linfático. Desta forma, as células que estão separadas são deslocadas para outras partes do corpo, às vezes para longe do tumor original.

No momento em que essas células atracam em uma determinada região, elas podem crescer e formar novos tumores nesse novo local.

Quando o câncer de mama já apresenta metástase, o tratamento é diferente?

Apesar do tumor ter se espalhado para outras regiões do corpo, suas características ainda são de um câncer de mama. Por exemplo, independentemente se o tumor se espalhou para os ossos, são as células do câncer de mama que estão na região, que são diferentes das células de um tumor que se inicia diretamente no osso. Por isso, o tratamento continua sendo o mesmo.

Como funciona o tratamento do câncer no SUS?

Os médicos do Sistema Único de Saúde (SUS) utilizam as Diretrizes Diagnósticas e Terapêuticas (DDT) em oncologia para nortear as melhores condutas para tratamento do câncer.

Trata-se de documentos baseados em evidência científica que auxiliam o médico na escolha terapia adequada para cada paciente.

Por isso, é importante que as DDTs de cada tipo de câncer estejam atualizadas com todos os tratamentos incorporados e disponíveis no Brasil.

Recentemente, foi realizada uma Consulta Pública para envio das contribuições sobre a recomendação da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec), relativa à proposta de atualização das Diretrizes Diagnósticas e Terapêuticas do Carcinoma de Mama, que visa incluir a incorporação ao SUS da classe de medicamentos chamada inibidores de ciclina ou CDK para o tratamento do câncer de mama avançado ou metastático com HR+ e HER2-, além das demais opções de terapias já disponibilizadas para as pacientes atualmente.

Tenho câncer de mama avançado, e agora?

Mesmo que o câncer seja diagnosticado já em fase metastática, isso não precisa significar uma sentença para essa paciente, pois hoje em dia, com o avanço da ciência, há opções de tratamento para ajudar a conviver com a doença.

Nos últimos anos, houve um grande avanço em tecnologia e pesquisa, o que significa que mulheres que recebem o diagnóstico de câncer de mama tipo 4 podem viver durante muitos anos, dependendo da resposta ao tratamento proposto.

Neste caso, o tratamento passa a focar no aumento do tempo de sobrevida global (tempo total vivendo com metástase de câncer de mama) ou livre de progressão (a quantidade de tempo que o câncer não cresceu ou avançou durante o tratamento) da paciente e na promoção de qualidade de vida.

O médico pode se guiar por diversos fatores para montar um plano de ação, como as características das células, os outros locais que foram atingidos, quais sintomas a paciente pode estar sentindo, além de quais outros tratamentos de câncer de mama foram realizados anteriormente.

É importante tirar todas as dúvidas com relação aos próximos passos com o médico e incluir a família e rede de apoio no processo.

Não deixe de buscar informações e até mesmo grupos de apoio de pessoas que estão passando pela mesma situação.

Ver a história de outras pessoas que passam pelo mesmo processo é fortalecedor e pode ajudar a passar por esse processo de uma maneira melhor.

Fonte: Novartis

Foto: Shutterstock

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