Prevenção não pode parar

Saber orientar sobre o HIV e Aids é essencial para ajudar na luta contra a doença. Veja o papel da farmácia nessa campanha

O Dezembro Vermelho é a campanha escolhida para conscientizar a população sobre a prevenção e tratamento contra a Aids (sigla em inglês da Síndrome da Imunodeficiência Adquirida). A doença, que acontece em decorrência do vírus HIV (sigla em inglês do Vírus da Imunodeficiência Humana), não tem cura –, mas se tratada da maneira correta, pode dar qualidade de vida aos pacientes.

A Aids é a quarta pandemia que mais matou a população mundial na história e, ainda hoje, é um importante problema de saúde pública global. Em 2021, 650 mil pessoas morreram pessoas adquiriram o vírus. Havia uma estimativa de 38,4 milhões de pessoas vivendo com HIV no fim de 2021.

De acordo com a médica infectologista da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo, Dra. Ingrid Cotta, o Brasil tem registrado queda no número de casos de infecção por Aids nos últimos anos. Desde 2012, observa-se uma diminuição na taxa de detecção da doença no País, que passou de 21,9/100 mil habitantes em 2012 para 17,8/100 mil habitantes em 2019, representando um decréscimo de 18,7%.

Por outro lado, há crescimento da infecção pelo HIV na faixa etária dos 15 aos 29 anos de idade e a epidemia é concentrada em algumas populações-chave: gays e outros homens que fazem sexo com homens, pessoas transgênero, trabalhadoras(es) do sexo, práticas sexuais, parcerias ou contextos específicos. Precisa-se ter atenção, pois essas pessoas também estão sujeitas a situações de discriminação, sendo alvos de estigma e preconceito, o que aumenta ainda mais a sua vulnerabilidade ao HIV/Aids.

“Não há cura para a infecção pelo HIV. No entanto, com o aumento do acesso à prevenção combinada, ao diagnóstico, ao tratamento e aos cuidados eficazes do HIV, inclusive para infecções oportunistas, a infecção pelo HIV tornou-se uma condição crônica de saúde gerenciável, permitindo que as pessoas vivendo com HIV tenham uma vida longa e saudável”, comenta a médica.

Segundo ela, o vírus é transmitido a outras pessoas pelas relações sexuais desprotegidas, pelo compartilhamento de seringas contaminadas ou de mãe para filho durante a gravidez e a amamentação.

TRATAMENTOS E PREVENTIVOS

O tratamento é composto, segundo a Dra. Ingrid, sempre por mais de um medicamento e é chamado de Terapia Antirretroviral (TARV). Atualmente, existem 22 medicamentos, em 38 apresentações farmacêuticas, que em combinação compõem o tratamento dos pacientes.

Além disso, a Profilaxia Pré-Exposição (PrEP) tem o objetivo de reduzir o risco de adquirir a infecção pelo HIV e está indicada para todos os adultos e adolescentes sexualmente ativos sob risco aumentado de infecção pelo HIV, a partir de 15 anos de idade, com peso >= 35 kg. “Quanto à Profilaxia Pós-Exposição ao HIV (PEP), se a pessoa passou por uma situação de risco, como ter feito sexo desprotegido ou compartilhado seringas, é necessário fazer o teste de HIV. Caso a exposição sexual de risco tenha acontecido há menos de 72 horas, buscar a PEP. Os exames laboratoriais e os testes rápidos detectam os anticorpos contra o HIV em cerca de 30 minutos”, alerta a médica.

“Com isso, espera-se ter mais elementos para responder às necessidades específicas de determinados públicos a diversas formas de transmissão do HIV e conter a quarta pandemia que mais matou a humanidade”, finaliza a Dra. Ingrid.

PREVENÇÃO COMBINADA

De acordo com o Ministério da Saúde (MS), o preservativo, popularmente conhecido por camisinha, é o método mais conhecido, acessível e eficaz para se prevenir da infecção pelo HIV e outras Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs), como a sífilis, a gonorreia e alguns tipos de hepatites.

Existem dois tipos de camisinha: a masculina, que é feita de látex e deve ser colocada no pênis ereto antes da penetração; e a feminina, que é feita de látex ou borracha nitrílica e é usada internamente na vagina, podendo ser colocada algumas horas antes da relação sexual, não sendo necessário aguardar a ereção do pênis.

Ainda assim, segundo a médica infectologista da BP, atualmente, a melhor forma de agir contra o HIV é a prevenção combinada: o uso simultâneo de diferentes abordagens de prevenção, aplicadas em diversos níveis para responder às necessidades específicas de determinados grupos populacionais e de diferentes formas de transmissão do HIV.

Fazem parte da prevenção combinada: preservativos masculinos e femininos; uso de gel lubrificante; o tratamento para todas as pessoas que vivem com HIV; a PEP e a PrEP; além de ações que contribuem para o aumento da informação e da percepção do risco de exposição ao HIV e para sua consequente redução, mediante incentivos a mudanças de comportamento da pessoa e da comunidade ou grupo social em que ela está inserida. Nesta lista, também entram as ações voltadas aos fatores e às condições socioculturais que influenciam diretamente a vulnerabilidade de indivíduos ou grupos sociais específicos ao HIV.

DICAS DO GUI: FORMAS DE EXPOSIÇÃO DE PRESERVATIVOS NO PDV

EXPOSIÇÃO: deve ser feita no ponto natural junto aos demais subgrupos da Categoria Masculinos ou Homem, nas prateleiras de gôndolas. O ideal é iniciar o subgrupo com os lubrificantes, seguidos, em gancheiras, pelos preservativos.

SORTIMENTO: o subgrupo de preservativos oferece uma diferenciação muito grande de itens, como: mais finos, texturizados, com efeito retardante, à base de poliuretano, destinado a pessoas que sofrem alergia ao látex, entre outros. A outra forma é organizar seguindo o critério de benefícios, como: clássicos, diversão, tamanhos, sensações e texturas.

MARCAS: deve-se observar também o alinhamento por marcas, pois a compra está baseada na confiança do produto. O segundo momento de compra é sobre o benefício, pois o cliente procura por produtos que também tragam alguma sensação a mais. Uma boa estratégia para potencializar as vendas de preservativos é elaborar kits incluindo preservativos e os Medicamentos Isentos de Prescrição (MIPs), como antiácidos, anti-histamínicos e analgésicos.

Fonte: mentoring empresarial, palestrante e consultora de empresas, Silvia Osso

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