A confiança e os profissionais de farmácia no centro do autocuidado em saúde

Confiáveis aos consumidores, os farmacêuticos conseguem atuar diretamente em dois deles: a informação confiável e o uso correto e responsável de MIPs

O brasileiro confia nos profissionais de farmácia. Todos nós conhecemos casos e mais casos de pessoas que contam com o farmacêutico para auxiliar na manutenção da saúde e tratamentos de doenças. Faz parte de nossa cultura, do jeito de ser do brasileiro e é uma posição que foi conquistada pela categoria por meio de trabalho ético e responsável.

Encontrei uma pesquisa de 2014 realizada pelo instituto de pesquisa alemã GFK Verein que aponta que o farmacêutico era visto como confiável por 76% dos brasileiros, ocupando o quinto lugar, atrás apenas de bombeiros, professores, paramédicos e pilotos.

Eu disse “era”, porque acredito que esse índice tenha melhorado durante a pandemia e se mantido em um excelente patamar. Nesse difícil período da humanidade, a população teve reduzido seu acesso ao sistema de saúde, seja público ou privado, ou mesmo deixado de buscar os pronto-atendimentos para sintomas que não fossem compatíveis com os da Covid-19 por medo de se contaminar. Nessas situações, enxergavam nas farmácias e farmacêuticos o local adequado e os profissionais mais preparados para auxiliar na escolha de tratamentos de sintomas leves ou problemas de saúde menores.

Vemos aqui um dos papéis mais importantes dos profissionais formados em farmácia na sociedade, o de apoio ao Autocuidado em saúde das pessoas. “Autocuidado em saúde” é algo sério e bem definido pela OMS – Organização Mundial da Saúde, e que traz qualidade de vida, prevenção de doenças, além de desafogar o sistema de saúde, em especial pronto-atendimentos e hospitais.

Dentro desse contexto, a OMS definiu sete pilares do Autocuidado em saúde e, por serem confiáveis aos consumidores, os farmacêuticos conseguem atuar diretamente em dois deles: a informação confiável e o uso correto e responsável de MIPs – Medicamentos Isentos de Prescrição.

Lembro que os MIPs são medicamentos seguros para a prática da automedicação, liberados pela Anvisa após criterioso estudo para serem comprados e utilizados pelos consumidores sem a necessidade de prescrição médica ou orientação de outro profissional da saúde. Nada têm a ver com a autoprescrição, que é algo perigoso à saúde das pessoas, pois consiste no consumo, por conta própria, de medicamentos que precisam de prescrição médica.

Mesmo sendo de compra livre em farmácias, há ocasiões nas quais esses consumidores ficam em dúvida sobre a utilização dos MIPs, ou mesmo não encontram o medicamento de sua preferência e não sabem substitui-lo da melhor maneira. Nessas situações, o farmacêutico assume um papel importantíssimo, pois é o profissional mais capacitado e disponível no local para fornecer informações confiáveis ao consumidor e esclarecer suas dúvidas.

Quanto mais a população estiver bem-informada e com acesso aos medicamentos adequados, mais poderemos observar a diminuição substancial de custos para o sistema de saúde; a otimização de recursos governamentais; a diminuição de custos aos usuários; o conforto para os usuários; a melhor qualidade de vida; e consequente direito das pessoas atuarem sobre a própria saúde. Tudo isso junto significa mais saúde e qualidade de vida às pessoas e uma atuação de alto nível e respeitada dos profissionais de farmácia.

Aos profissionais de farmácia, meus parabéns pelo seu dia, a ser celebrado em breve, no dia 20 de janeiro, pela conquista da confiança da população e por conseguir acompanhar as transformações da sociedade. Assim, tenho certeza de que continuarão sempre lado a lado com os demais agentes da saúde e respeitosamente disponíveis aos consumidores.

Fonte: vice-presidente executiva Associação Brasileira da Indústria de Produtos para o Autocuidado em Saúde (ACESSA) , Marli Sileci, com exclusividade para o portal Guia da Farmácia.

Foto: Marli Sileci

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