A escolha certa

RESPONSÁVEIS POR 70% DA LIMPEZA DOS DENTES, AS ESCOVAS PRECISAM PROMOVER SAÚDE BUCAL. SAIBA COMO DAR DESTAQUE À CATEGORIA ORAL CARE NO DIA A DIA.

A higiene bucal eficiente passa pelo uso adequado da escova de dente. Com uma infinidade de opções disponíveis no mercado, é importante considerar não apenas o design e a marca, mas também o tipo de cerda utilizado. Afinal, cada pessoa possui necessidades e preferências específicas que devem ser levadas em conta para garantir uma escovação eficaz e confortável. Mas qual escova limpa melhor, a macia ou de cerdas mais firmes? Especialistas esclarecem e ajudam na escolha, destacando que a escova é protagonista na limpeza dos dentes.

O dentista e membro da Câmara Técnica de Dentística do Conselho Regional de Odontologia de São Paulo (CROSP), professor Dr. Camillo Anauate Netto, explica que as escovas dentais removem 70% dos resíduos que se formam por conta da mastigação dos alimentos – também chamados de biofilme –, mais bactérias, saliva e células em descamação da boca.

Os outros 30% do que deve ser removido na escovação estão nos espaços entre os dentes e na língua, que deve ser limpa com instrumentos diferentes, como a escova circular específica ou raspadores de língua.

Muitas pessoas têm a falsa impressão de que escovas mais duras são mais efetivas, porém, isso não é verdade, segundo o Prof. Dr. Netto. Isso porque não têm a mesma flexibilidade das cerdas macias e, portanto, não conseguem alcançar alguns espaços que precisam ser limpos, e ainda podem machucar a gengiva.

“Cerdas duras podem causar abrasão e desgaste do esmalte dos dentes, retração gengival e até mesmo provocar sensibilidade dental”, lista o também dentista e coordenador do curso de Odontologia da Faculdade Anhanguera, Dr. Marcelo Palinkas.

“A escova de dente considerada ideal é aquela que apresenta uma cabeça pequena, cerdas ultra macias, filamentos de cerdas ultrafinos e com alta densidade de número de cerdas. A maioria das escovas dentais tem cerdas de náilon, porém, as cerdas de um tipo de microfibra são consideradas as mais macias e as que menos se deformam”, descreve o Prof. Dr. Netto.

DIFERENÇAS ENTRE AS CERDAS

As cerdas ultramacias protegem a margem gengival de possíveis agressões provocadas pela escovação traumática, por excesso de força de escovação ou conjugação com cerdas de náilon menos macias, que podem provocar retrações gengivais e exposição do “colo”, região do início da raiz do dente provocando hipersensibilidade dentária. A extrema maciez das cerdas é compensada pela alta densidade de mais de 5 mil cerdas. “Existem escovas de 5.460, 7.600 e até 12.460 cerdas, que pela alta densidade conseguem, sem traumas, remover o biofilme dental”, reforça o Prof. Dr. Netto.

O Dr. Palinkas lembra que o correto é que a escova tenha uma dimensão adequada para caber confortavelmente na boca e alcançar todas as áreas dos dentes, sendo as escovas pequenas recomendadas e mais adequadas para crianças, enquanto as maiores, para adultos.

“Outro ponto importante na escolha da escova é o formato da cabeça, que pode variar, mas é importante escolher um que permita alcançar os dentes posteriores sem dificuldade. Cerdas arredondadas são ideais para minimizar o risco de ferir a gengiva”, orienta.

A escova é protagonista, porém, não consegue atender 100% da higiene bucal. Os espaços entre os dentes não conseguem ser alcançados pelas escovas dentais convencionais, assim, nessas áreas, a higienização precisa de fio ou fita dental. Porém, hoje, sabemos que ainda não são o suficientes. Um simpósio da Federação Europeia de Periodontia concluiu que as escovas interdentais, preferentemente calibradas de acordo com o espaço interdental de cada paciente, são a forma mais efetiva de remover os resíduos, principalmente em pessoas que já têm inflamação gengival de grau 1 a 3.

TEMPO DE TROCA

A maioria dos dentistas já tem uma resposta pronta quando a indagação do paciente é esta, porém, alguns fatores inerentes ao desgaste de uma escova dental devem ser levados em consideração, por exemplo: qual o tipo de cerdas da escova? Quantas vezes se escova por dia? Qual a força de escovação empregada, o somatório desses fatores pode influir decisivamente, na manutenção ou não, das condições ideais de remoção da placa bacteriana. Embora a média considerada aceitável para a troca gire em torno de três meses, geralmente, o paciente se perde e não consegue mensurar por quanto tempo está utilizando a mesma escova.

“Recomento aos pacientes que comprem quatro escovas, uma de cada cor, e trocar na virada da estação do ano, primavera, verão, outono e inverno. Mudou a estação, mudou a escova. Se não trocar, está com escova inadequada”, ensina o especialista do Conselho Regional de Odontologia de São Paulo (CROSP).

ESCOVAS PARA CRIANÇAS

O Prof. Dr. Netto ensina que escovas consideradas ideais para crianças devem ter projeto de cabeça pequena, cerdas também ultra macias e cabo anatômico mais curto e, preferencialmente, emborrachado para permitir um maior contato com a mão da criança. Dê preferência às escovas coloridas, para serem mais motivacionais para os pequenos. “As escovas com formatos divertidos podem incentivar uma escovação mais eficaz”, orienta o Dr. Palinkas.

DICAS DO GUI: POTENCIALIZE AS VENDAS DE ESCOVAS DE DENTE NA FARMÁCIA.

Sortimento: para escolher o mix ideal, deve-se avaliar quantas e quais marcas a loja irá oferecer e o posicionamento da farmácia com a categoria (se premium, low price, preço intermediário, marca própria…). A recomendação é valorizar aquilo que é relevante para o shopper.

Árvore de decisão: outro passo importante para a escolha do mix é analisar árvore de decisão do shopper com a categoria e o que é mais importante na escolha de uma escova: estilo, design, tipo de cerdas, tradicionais ou elétricas, marca, preço…

Papel da categoria: é igualmente importante para definição do sortimento avaliar o papel da categoria na loja. Se a escova de dente é de conveniência, por exemplo, pede-se um mix restrito. Assim, uma ou duas marcas são suficientes.

Exposição: escova de dente deve compor a solução “Cuidado ou Higiene Oral”, onde estão

creme dental, enxaguante, fios e fitas. Para organizar a seção, é crucial conhecer a correta segmentação pela visão do shopper, entender como o mesmo toma suas decisões, sua hierarquia de escolha (árvore de decisão). Para as escovas, a recomendação é expô-las antes (se vertical) ou acima (se horizontal) dos cremes dentais, organizando pela relevância do shopper.

Segmentação: devem ser separadas as escovas de adulto das infantis. As específicas para dentes sensíveis podem estar, preferencialmente, junto ao creme para sensibilidade dentária, ajudando a criar conhecimento da categoria e a impulsionar o valor do tíquete médio. As marcas normalmente devem ser blocadas, dando destaque para os últimos lançamentos e produtos de maior valor.

Fonte: CEO da Connect Shopper e especialista em shopper, Fátima Merlin

Fonte: Guia da Farmácia

Foto: Shutterstock

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