Chocolate faz bem para o cérebro

Além da ativação dos hormônios do bem-estar, alimento promove o aumento da produtividade e da motivação

Com a proximidade da Páscoa, o consumo de chocolate fica ainda mais evidente, mas o exagero deve ser evitado. Alguns estudos sugerem que poucas quantidades de chocolate ao dia fazem bem ao coração. Entretanto, outros órgãos podem se beneficiar da ingestão do doce, como por exemplo, o cérebro.

Estima-se que a semente do cacau tenha mais de 800 compostos químicos. Além disso, uma pesquisa realizada em 2020 pelo Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos (NIH) revelou que quanto mais escuro o chocolate, mais efeitos benéficos à saúde ele possui. Além disso, comer bombons, barras e ovos de chocolate libera diversos hormônios relacionados ao bem-estar.

“Ao comermos doces em geral, mas especificamente chocolate, o nosso cérebro libera algumas substâncias químicas responsáveis por causar a sensação de bem-estar, felicidade, agitação e até mesmo o aumento da motivação e produtividade. São eles: serotonina, dopamina, teobromina e feniletilamina. Esses quatro hormônios agem juntos, um induzindo o outro, gerando um sentimento prazeroso na pessoa que está comendo o chocolate”, explica José Renato Bauab, neurologista do Hcor.

Alimentação emocional

O açúcar, geralmente, está associado a uma alimentação emocional, como um “alimento de conforto” ante alguma situação chata ou desgastante. É comum que, após um dia estressante ou sentindo dores de cólicas menstruais, a pessoa se reserve o direito de “comer um docinho para melhorar”. A situação também acontece em momentos felizes, em que o chocolate é como um cumprimento, uma felicitação.

“Comer chocolate ou doce esporadicamente, sem sentir a necessidade, não é considerado prejudicial, bem pelo contrário. O cacau, encontrado em larga escala nos chocolates amargos, apresenta flavonoides e antioxidantes que podem combater a oxidação natural das células e contribuir para a melhora do sistema imunológico”, aponta o especialista.

Outros efeitos benéficos para a saúde cerebral são a redução do estresse, aumento do fluxo sanguíneo e diminuição de sintomas depressivos. “É importante ressaltar que o chocolate não cura a depressão e nem muda o estado de espírito da pessoa como um todo, a única coisa que acontece é uma liberação de hormônios do bem-estar que ajudam com a sintomatologia”, reforça Dr. Bauab.

Qualquer chocolate faz bem ao cérebro?

O chocolate amargo é o que possui mais propriedades benéficas ao corpo no geral. Essa diferença ocorre por causa da quantidade de cacau existente em cada tipo, ou seja, quanto maior é a quantidade da fruta, melhores são as respostas do organismo. Segundo o NIH, existem nutrientes específicos do cacau que aumentam a saúde cardiovascular e cerebral, especialmente em pessoas idosas.

“Vale lembrar também que o açúcar pode ser viciante. Chocolates ao leite ou brancos tem uma quantidade de açúcar muito maior que a de cacau, podendo causar um desejo intenso de consumir cada vez mais. Quando o indivíduo sente que precisa comer doce ou que não consegue viver sem, pode ser considerado um vício. Estima-se que o grau de necessidade sentida de comer chocolate pode ser comparado com o de uma pessoa dependente química”, alerta o especialista.

Por isso, o neurologista propõe o desafio nessa Páscoa: procurar produtos com menos açúcares e mais concentração de cacau. Mesmo que o paladar aceite melhor o sabor doce, quando consumido em grande escala, pode causar diversos problemas a longo prazo. “Para uma saúde cerebral mais saudável, temos que saber medir os excessos”, finaliza.

Fonte: HCor
Foto: Shutterstock

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