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Clean beauty: o que é e como promete mudar a indústria

Clean Beauty é um movimento no mercado cosmético que engloba produtos livres de ingredientes que podem causar danos à pele ou ao organismo, mas também ao meio ambiente

A palavra “Clean beauty” traduzida como beleza limpa, significa um movimento no mercado cosmético, onde prioriza produtos livres de substâncias tóxicas para a pele.

O que realmente se busca com um cosmético clean beauty é a soma de ações e atitudes que juntos formam um produto livre de toxinas, que não irão agredir o meio ambiente e nem o consumidor final, e isso tem a ver com o propósito e o objetivo de cada empresa que o desenvolve.

Pode-se dizer que Clean beauty é um movimento de beleza conectado ao propósito de quem desenvolve e para quem usa. Transparência, leveza e sem qualquer potencial tóxico para o corpo humano ou para a natureza, o que necessariamente não significa ser um personal care ou Skin care orgânico, vegano ou natural.

Clean Beauty é um movimento no mercado cosmético que engloba produtos livres de ingredientes controversos, ou seja, produtos que são livres de substâncias que podem, de alguma forma, causar danos à pele ou ao organismo, mas também ao meio ambiente como em corais no mar por exemplo. Essas substâncias estão presentes em uma lista que está em constante evolução. Conforme novos estudos vão demonstrando a toxicidade de algum ativo cosmético, este passa a fazer parte da lista”, orienta a cosmiatra, especialista em dermatocosmética e diretora científica da Be Belle, Ludmila Bonelli.

Transformação na indústria cosmética

Já a farmacêutica e gerente científica da Biotec Dermocosméticos, Patrícia França explica que atualmente, sabemos que a indústria cosmética passa por uma grande transformação em seus propósitos, conceitos e reposicionamento de mercado visando uma sustentabilidade de ambiente e marca. Nesse sentido desenvolver produtos que sejam amigos da pele e do meio ambiente faz sentido.

Para entendermos os benefícios de utilizarmos produtos clean beauty, basta lembrarmos dos parabenos, substâncias com ações conservantes, encontrados, respectivamente, em cerca de 40% das formulações cosméticas e que estão relacionados aos casos de alergias e dermatites de contato. Vale lembrar que a alergia relacionada a cosméticos afeta cerca de 6% da população. Um outro exemplo é o Dioxano, substância com função emulsificante, detergente e solvente comumente encontrado em produtos como shampoo, creme dental e enxaguatório bucal, sendo essa substância química um potente carcinógeno, capaz de desencadear câncer de mama, pele e fígado”, explica Patrícia.

“O mercado Clean beauty no Brasil ainda não possui uma regulamentação específica para isso, o que na minha opinião poderia ser introduzido dentro da cosmetovigilância (conjunto de medidas que permite avaliar o risco de ocorrências de eventos indesejáveis (eventos adversos) e quaisquer outros problemas associados a produtos de higiene, cosméticos e perfumes) com suas normas e critérios. Acredito que cada vez mais teremos empresas engajadas em fazer uma cosmética limpa, a chamada beleza natural, pois a demanda vem do consumidor jovem, cada vez mais exigente e antenado aos rótulos e ao legado futuro”, destaca Patrícia.

Clean Beauty nas farmácias

O potencial de vendas nas farmácias é grande, pois à medida que os consumidores se tornam mais conscientes dos ingredientes dos produtos, irão procurar por produtos que sejam seguros, menos tóxicos e eficazes.

De acordo com previsões da Mintel, agência de inteligência de mercado, em 2030 a “beleza limpa” terá se tornado o padrão da indústria o que demonstra a grande potencialidade das farmácias venderem esses produtos.

Ludmila explica que o movimento Clean Beauty vem chegando aos poucos em todos os países com novas legislações, novas tecnologias e novos ativos. Ainda que o termo Clean Beauty esteja em fase de reconhecimento entre os consumidores, esse conceito ainda não está tão definido no mercado, pois não foi regulamentado por um órgão legal até o momento.

Por isso, um produto Clean Beauty pode ser facilmente confundido com cosméticos naturais, veganos ou orgânicos. O desenvolvimento de cosméticos livres de toxinas é a premissa do conceito de beleza limpa e com certeza aos poucos, quando a legislação trouxer novas normas neste sentido, farmácias irão se adequar ao novo conceito de beleza. Vale estar atentos para alguns ingredientes que podem ser de origem animal ou artificial, mas que não trazem malefícios ao organismo humano. Por isso, conhecer algumas substâncias tóxicas e nocivas pode ajudar na hora de checar os rótulos” ressalta Ludmila.

Fonte: Victoria Nascimento

Foto: Shutterstock  

*Conteúdo exclusivo do Guia da Farmácia. Ao reproduzir, colocar a fonte e o link para o texto original.

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