Covid-19: Vacina da Moderna induz anticorpos em idosos, mostra estudo

A vacina contra a Covid-19 da Moderna criou anticorpos neutralizantes para as pessoas acima de 56 anos. Foram aplicadas duas doses da vacina

A vacina contra a Covid-19 desenvolvida pelo laboratório americano Moderna criou anticorpos neutralizantes em quantidades consideradas elevadas para a faixa etária acima de 56 anos.

As informações, divulgadas nesta terça-feira, 29 de setembro, por pesquisadores na revista especializada News England Journal of Medicine, mostraram que o imunizante em desenvolvimento gerou sintomas toleráveis nos participantes dos testes durante as fases 1 e 2.

De acordo com a publicação, foram ministradas duas doses do imunizante em cada indivíduo.

A vacina

A vacina da Moderna consiste, assim, em usar um segmento de RNA.

O RNA é material genético do vírus, que dentro do organismo humano promove a produção de uma proteína do vírus que funciona como “antígeno”, a molécula que faz o sistema imune reconhecer o patógeno.

O estudo, voltado para idosos, teve a participação de 40 pessoas divididas em duas faixas etárias:

De 56 a 70 anos e acima de 71 anos.

O resultado foi, por tanto, a produção de anticorpos neutralizantes em quantidades elevadas.

Segundo os dados, participantes com mais de 71 anos apresentaram resposta neutralizante ainda maior do que o grupo situado entre 56 e 70 anos.

Efeitos colaterais

São: fadiga, calafrios e dores de cabeça e no local da injeção.

No entanto, os mais graves foram febre e cansaço, este último reportado no grupo acima de 71 anos.

Devido às reações adversas, durante a fase 3 de testes, a Moderna optou, dessa maneira, por ministrar 50 microgramas do composto divididas em duas doses em um intervalo de quatro semanas.

“Vacinas como a da Sinovac, testada aqui em São Paulo, por exemplo, são produzidas com o vírus inativados, e costumam ser menos imunogênicas para pessoas acima de 50 anos”, diz o professor titular de Imunologia Clínica e Alergia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), Jorge Kalil.

No entanto, este teste foi realizado justamente para verificar como a vacina da Moderna vai se sair nessa faixa etária.

Os estudos mostraram que o grupo entre 56 e 70 anos teve resposta similar à dos grupos mais jovens.

Esses, entre 18 e 56 anos, testados anteriormente.

E que acima de 70 anos foi ainda maior a quantidade de anticorpos neutralizantes produzidos.

Para Kalil, que faz parte do grupo independente de especialistas que audita o estudo, chama a atenção, no entanto, o fato dos testes terem sido realizados com um grupo reduzido de participantes.

“É um estudo bem realizado, porém, pequeno, com quatro grupos de 10 pessoas, todos brancos, sem negros ou latinos. A gente não sabe, mas pode ser que tenha diferença entre os indivíduos”.

Em julho, o então ministro interino da Saúde, general Eduardo Pazuello, afirmou, desse modo, que o Brasil seguia em negociações com a Moderna para uma possível compra com prioridade da candidata a vacina desenvolvida pela empresa contra a Covid-19.

Foto: Shutterstock

Fonte: O Globo

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