Segurança, proteção e independência

Além de evitar a gravidez, são diversos os métodos contraceptivos disponíveis que podem, acima de tudo, evitar doenças sexualmente transmissíveis. Entenda a indicação de cada um deles

Os métodos contraceptivos não só podem, como devem fazer parte do universo feminino. Afinal, além de evitar a gravidez quando indesejada, eles também significam relações sexuais seguras.

Hoje, pode-se contar com múltiplas formas de contracepção, capazes de se adequar com o perfil e a necessidade da mulher. Entre eles, estão os métodos de barreira e hormonais.
Segundo explica o ginecologista e obstetra especialista em Reprodução Humana da Criogênesis, Dr. Renato de Oliveira, os métodos de barreira são aqueles que evitam a gravidez com o impedimento da ascensão dos espermatozoides.

Já a anticoncepção hormonal se dá pela utilização de drogas, classificadas como hormônios, em dose e modo adequados para impedir a ocorrência de uma gravidez não desejada ou não programada.

“A anticoncepção hormonal é composta por até dois hormônios do ciclo menstrual feminino: estrogênio e progesterona. Dessa forma, pode ser um método combinado, com ambos os hormônios, ou apenas com progesterona”, explica.

O especialista mostra, a seguir, como funcionam os principais métodos contraceptivos disponíveis, reforçando que é fundamental buscar orientação e indicação médica para os melhores resultados.

Métodos de barreira

Preservativos masculinos: também conhecidos como camisinha, são indicados para todas as relações sexuais sem fins reprodutivos, uma vez que, além de prevenir a gravidez, são o único método de evitar infecções sexualmente transmissíveis.

Diafragma: é uma membrana de silicone em forma de cúpula, assemelhando-se a um anel flexível, com diversos tamanhos, a fim de melhor adaptação conforme o tamanho vaginal. Sua inserção deve ser feita de tal modo que cubra completamente o colo do útero e a parede vaginal anterior.

Pílula do dia seguinte: só para emergências

A contracepção de emergência se dá pela ingestão de comprimido de progesterona (1,5 mg de levonorgestrel), em dose única, em situações de emergência, ou seja, quando há um risco de gravidez na falha de outros métodos.

“Esse medicamento pode ser ingerido até cinco dias após a relação sexual. Porém, os melhores resultados ocorrem nos primeiros três dias, principalmente se até 24 horas”, aponta o ginecologista e obstetra especialista em Reprodução Humana da Criogênesis, Dr. Renato de Oliveira, ressaltando que este não deve ser um método anticoncepcional de rotina, uma vez que a dosagem é alta e pode acarretar efeitos colaterais (como náuseas, dores de cabeça e mal-estar), além de alterar o ritmo menstrual.

Anticoncepcionais: segurança no uso

Apesar das pílulas anticoncepcionais serem a escolha de 61% das mulheres que usam métodos contraceptivos no Brasil – segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no último ano, o País viu crescer o número de pessoas preocupadas com o surgimento de trombose causada pelo uso do medicamento.
De acordo com o presidente da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), Dr. César Fernandes, esse crescimento se deu pela falta de informação das mulheres sobre o real risco de trombose devido ao uso das pílulas.

Segundo o especialista, o número de mulheres com trombose causada pelo uso desses medicamentos é muito baixo do ponto de vista epidemiológico. “Os estudos mostram que o risco de uma mulher que toma pílula ter trombose é de oito, no universo de dez mil mulheres”, ressalta.
O Dr. Fernandes ressalta que as mulheres devem ficar tranquilas, pois se tratadas com pílulas modernas, com baixos índices hormonais e indicadas para o seu perfil, os riscos de trombose caem ainda mais.
Para eliminar qualquer dúvida, é imprescindível que as mulheres procurem um ginecologista para que, juntos, definam o melhor método anticoncepcional para ela e seu parceiro.
“O papel do médico é fundamental no processo de escolha do anticoncepcional, pois ele é capacitado para analisar o histórico de saúde da paciente e oferecer alternativas que facilitem a vida dessa mulher”, finaliza.

Métodos hormonais

Anel vaginal: este é um método combinado de fácil manuseio que deverá permanecer dentro da vagina por três semanas. Após uma semana de pausa, deve-se inserir um novo anel. O método não interfere nas relações sexuais e não limita atividades físicas.

Pílula anticoncepcional: há mais de 150 combinações disponíveis, pois cada mulher possui uma necessidade e capacidade de adaptação. Há, por exemplo, combinações melhores para combater acne, melhorar inchaços e reduzir os sintomas da Tensão Pré-Menstrual (TPM).

Adesivos transdérmicos: adesivo colado à pele, em rodízio de lugares, por três semanas. Após uma semana de pausa, inicia-se novo ciclo. Pode-se entrar na água com o adesivo.
Dispositivo Intrauterino (DIU) Hormonal: o DIU liberador de progesterona (levonorgestrel) dura cinco anos e tem uma taxa de rejeição baixa.

Injeções: há as mensais combinadas, e as trimestrais, apenas com progesterona. Práticas, minimizam o esquecimento nas tomadas diárias dos comprimidos.