Especialistas explicam como aplicar repelente em conjunto com outros cosméticos

A regra para o uso de repelentes é simples. O produto deve ser aplicado sempre depois da maquiagem ou protetor solar

Atualmente, o Brasil vive um surto de dengue. No país, o número de casos registrados já se aproxima a um milhão, segundo dados divulgados do Ministério da Saúde. Para evitar a doença, além de adotar estratégias para impedir a proliferação do mosquito, um cuidado fundamental é o uso de repelente.

Apesar de não ser uma novidade no mercado,  algumas dúvidas relacionadas à aplicação podem surgir,  principalmente  quando ela for combinada com outros produtos como hidratantes, maquiagem e protetores solares. Mas a regra é simples: “O repelente é sempre o último produto aplicado na pele. Então, é fundamental passar primeiro o protetor solar ou a maquiagem e, somente depois, o repelente. Se o repelente for aplicado antes, sua ação será menos eficaz”, explica a dermatologista Dra. Ana Maria Pellegrini, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD).

Produto deve ser reaplicado ao longo do dia

De acordo com a dermatologista Dra. Paola Pomerantzeff, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), o repelente deve ser aplicado principalmente no início da manhã e no final da tarde, pois nesses horários há maior chance de picada devido aos hábitos do mosquito. “Rosto e corpo devem ser protegidos com o repelente, que deve ser espalhado em todas as áreas não cobertas por roupas, sapatos ou chapéus. Para o corpo, o melhor é utilizar o produto em spray, enquanto a versão em creme é ótima para ser aplicada na face, pescoço e orelhas. Caso apenas a apresentação em spray esteja disponível, aplicar primeiro nas mãos e então  na face para não correr o risco de inalar ou atingir os olhos”, recomenda a médica.

Outra orientação é não usar o produto em áreas lesionadas ou inflamadas, pois isso pode aumentar a absorção e o risco de efeitos adversos. A reaplicação do repelente ao longo do dia também é fundamental para garantir sua eficácia. Já o tempo entre as aplicações pode variar dependendo da composição de cada produto, então é importante seguir as instruções descritas no rótulo. Segundo a Dra. Paola, a aplicação do repelente deve ser suspensa na hora de dormir. “O ideal é usar o repelente durante o dia. À noite, na hora do sono, o recomendado é o uso de repelente elétrico”. Ela ainda explica que  o repelente elétrico deve ser colocado a pelo menos dois metros de distância da cama e não deve ser utilizado em locais com pouca ventilação ou na presença de pessoas asmáticas ou com alergia respiratória.

Bebês e crianças precisam de atenção especial

Vale destacar que antes dos seis meses, bebês não devem usar qualquer tipo de repelente. “Após essa idade, até os dois anos, os únicos repelentes que podem ser usados são aqueles compostos de IR3535 e apenas uma vez por dia, sempre com orientação médica. Já entre dois e sete anos, as crianças podem e devem usar repelentes à base de Icaridina, IR3535 e DEET, mas, no caso do DEET, a substância deve estar em uma concentração de, no máximo, 10%”, diz a Dra Paola.

É importante ressaltar ainda que as recomendações referentes aos repelentes não incluem os produtos naturais.  “Esses repelentes naturais são baseados em diferentes espécies de plantas, como citronela ou melaleuca, que exalam odor e, por isso, repelem mosquitos, pernilongos e borrachudos. Mas não existe garantia de que realmente funcionem contra o mosquito da dengue. A eficácia desses produtos não é testada. Então, o ideal durante o surto de dengue é utilizar repelentes industrializados com eficácia comprovada”, diz a Dra. Paola Pomerantzeff.

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Fontes:  Dra Paola Pomerantzeff e Dra Ana Maria Pellegrini, dermatologistas e membros da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD)

Foto: Shutterstock

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