Excelência em movimento

A judoca Rafaela Silva, 31 anos, natural da Cidade de Deus, Rio de Janeiro (RJ), tem sido motivo de orgulho aos brasileiros pela sua história e trajetória de sucesso. Adepta à modalidade desde pequena, aos cinco anos de idade já arriscava os primeiros movimentos nesta arte marcial, mesmo sem ter ideia do que estava fazendo.

A judoca Rafaela Silva, 31 anos, natural da Cidade de Deus, Rio de Janeiro (RJ), tem sido motivo de orgulho aos brasileiros pela sua história e trajetória de sucesso. Adepta à modalidade desde pequena, aos cinco anos de idade já arriscava os primeiros movimentos nesta arte marcial, mesmo sem ter ideia do que estava fazendo.

“Nesta fase, eu queria brincar. Não sabia o que era judô. Até que, em 2007, fui assistir ao Mundial e aos Jogos Pan-Americanos no Rio de Janeiro e comecei a entender o que era, de fato, um mundial, uma olimpíada e foquei nesses objetivos. Nunca imaginei que o judô fosse me levar a grandes lugares como me levou”, disse.

Mas nem tudo foram flores, especialmente na infância. Os pais de Rafa, como é conhecida hoje, trabalhavam das 10h às 10h. Assim, ela, com cinco anos de idade e a irmã, com oito, ficavam sozinhas em casa, pois era a única opção.

E foi na Associação de Moradores que ela encontrou alguns momentos para se divertir. “A minha irmã escolheu a dança e eu escolhi o futebol. Mas como eu não podia competir neste esporte, fui conhecer o judô. Gostei da modalidade, pois conseguia brincar, tinha contato com outras crianças. Acabei gostando e ficando”, relembra.

“O judô tem muita importância na minha vida. Na comunidade, os meninos ou se envolviam com drogas ou eram presos muito jovens. Já as meninas se tornavam mães, como foi o caso da minha irmã, que engravidou aos 15 anos de idade. Meus pais sempre tentaram evitar essas situações para a gente.

Sempre que me perguntam ‘se não fosse o judô, quem seria a Rafaela?’ Falo que o judô me transformou não só em uma atleta, como no ser humano que sou”, acrescenta.

Acompanhe, a seguir, os principais momentos deste bate-papo.

Quais são as suas principais conquistas no esporte?

Rafaela Silva • Sou campeã mundial júnior, bicampeã mundial adulto, campeã olímpica e campeã pan-americana. Sou a única atleta de judô no Brasil que tem os títulos de Campeonato Mundial, Jogos Pan-Americanos e Jogos Olímpicos.

Quais as vitórias e medalhas mais marcantes na sua trajetória?

Rafaela • Com certeza foi a medalha conquistada na Olimpíada Rio 2016. Depois dos Jogos Olímpicos de Londres 2012, as pessoas falaram que o judô não era para mim, que eu era uma vergonha para a minha família. Então, conseguir ser campeã no Rio de Janeiro foi muito gratificante

Qual foi o momento mais difícil na sua carreira?

Rafaela • Acredito que um dos principais foi a derrota em Londres 2012, pois cheguei lá na Olimpíada como favorita. Era a 4ª do ranking mundial e atual vice-campeã do mundo. E acabei saindo sem medalha. Foi uma derrota amarga e precisava do apoio da minha família e dos meus amigos. E, quando entrei nas redes sociais, muitas pessoas estavam me criticando, falando que o judô não era para mim, que nunca seria melhor do que ninguém porque sou negra.

Em uma olimpíada, participam quase 20 atletas e só quatro vão ao pódio. Isso não significa que a gente não deu o nosso máximo. O esporte é isso. Foi um momento muito difícil. Tive de fazer um trabalho com psicólogo, com coach, um acompanhamento diário e faço até hoje.

Como é a rotina de treinos de uma atleta de judô?

Rafaela • É um pouco complicada em relação à parte nutricional porque precisamos dar o peso para poder lutar. Essa é a parte mais difícil para mim. Treino a parte física de manhã e já emendo com a parte técnica.

Depois vou para casa tomar banho, descansar um pouquinho, almoçar e no início da tarde, já tenho treino no clube. Saio de casa por volta das 7h40 e retorno por volta das 21h. Mas, no fim, quando estou com a medalha e com o dever cumprido, vejo que todo esse esforço valeu a pena.

Sabemos que atletas como você, que sempre atuam para superar barreiras e a mais alta performance, precisam conviver com dor em alguns momentos. Como você costuma prevenir esses problemas?

Rafaela • Acho que atleta que não sente dor, que não tem fadiga, não tem desgaste é porque não está treinando certo. Estamos acostumados a treinar com dor. Mas quando é uma lesão grave, não tem jeito. Temos de cuidar direito, porque dependemos do nosso corpo para poder praticar a nossa modalidade.

E quando acontecem os episódios de dor, de que forma você costuma tratá-los?

Rafaela • Os médicos e fisioterapeutas geralmente falam que sou muito resistente, que o meu limiar de dor é muito alto, que sempre falo que dá para fazer. Geralmente, quando está me incomodando ao ponto de não conseguir praticar naquele dia, procuro um profissional lá no centro de treinamento do Time Brasil, onde realizo o meu treino técnico e físico. Daí, dão o diagnóstico e sigo o que me passam.

Qual a importância do patrocínio de atletas como você para que continue no esporte?

Rafaela • Os patrocínios são uma parte muito importante em nossa trajetória. Sem os meus patrocínios e apoiadores eu não seria a atleta que sou hoje.

A minha família sempre teve uma condição financeira desfavorável. Na época, lembro que queria um chinelo e meu pai não tinha dinheiro. E, graças a Deus, o judô mudou isso.

Hoje, posso ter um chinelo, um tênis e a tranquilidade de entrar no tatame e não ficar preocupada de ter de sair do treino nove da noite para arrumar um emprego para me manter dentro do judô. Só tenho a agradecer aos meus patrocinadores e apoiadores.

Como tem sido a parceria com a marca Advil para você como atleta?

Rafaela • Está sendo incrível, porque conseguimos conhecer novas histórias, novos esportes, novas modalidades. Conseguimos tirar lições de outras histórias, o que é muito bom para termos outras referências.

Na reta final de preparação para os Jogos Olímpicos, com certeza, vai fazer a diferença e o melhor ainda está por vir. Pois a parte mais difícil é você lidar com a dor e Advil está aí para isso, para facilitar para a gente!

Fonte: Guia da Farmácia
Foto: Shutterstock

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