Previsão de pedir o registro da vacina em janeiro já constava no cronograma da Fiocruz, mas data ainda não tinha sido divulgada e havia dúvidas sobre prazos
À frente de um acordo que prevê a produção de uma vacina contra Covid-19 no Brasil, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) planeja entrar com um pedido de registro do imunizante até o dia 15 de janeiro, disse na última segunda-feira (28) o vice-presidente de inovações da instituição, Marco Krieger.
Desde junho, a Fiocruz trabalha em uma parceria para transferência de tecnologia com a farmacêutica AstraZeneca e a Universidade de Oxford, que desenvolvem a vacina.
Krieger afirma que os primeiros dados ligados à vacina começaram, então, a ser submetidos à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) pelas empresas de forma escalonada.
“A maior parte dos dados já foram entregues, falta só a última parte de manufatura e controle que estamos finalizando para entrar. Devemos entrar [com o pedido]na semana que vem ou no mais tardar [poucos dias depois]. Nosso deadline interno é fazer isso até o dia 15 de janeiro, mas estamos com expectativa de antecipar um pouco“, afirmou.
Pedido de registro
A previsão de pedir o registro em janeiro já constava no cronograma da Fiocruz.
Mas a data ainda não tinha sido divulgada e havia dúvidas sobre o risco de haver atrasos nesse processo.
O vice-presidente de inovações confirmou, contudo, que o cronograma está mantido.
De acordo com ele, a instituição deve fazer o pedido de registro definitivo, e não o de uso emergencial.
Acordo
Atualmente, a Fiocruz tem um acordo para entregar 210 milhões de doses ao Ministério da Saúde .
Desse total, 100 milhões seriam entregues no primeiro semestre, já o restante, nos meses seguintes.
A expectativa é, portanto, iniciar a produção das doses no dia 20 de janeiro.
A presidente da fundação, Nísia Trindade, disse que a previsão era entregar 1 milhão de doses da vacina de 8 a 12 fevereiro e mais 1 milhão na semana seguinte para o Programa Nacional de Imunização (PNI), do Ministério da Saúde.
A partir de então, serão 700 mil doses diariamente.
A instituição ainda trabalha para tentar adiantar parte das doses, o que permitiria antecipar a vacinação.
Mas nas últimas semanas, a possibilidade de haver atrasos no cronograma passou, então, a ser aventada em meio a questionamentos sobre os dados de eficácia da vacina, que teve números diferentes conforme a aplicação das doses.
Dessa maneira, a situação fez com que a AstraZeneca anunciasse novos estudos.
Recentemente, a Anvisa concedeu um certificado de boas práticas de fabricação à empresa Wuxi Biologics, que fica na China, e que fornece os insumos para produção da vacina.
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Fonte: O Tempo
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