Hepatite medicamentosa: entenda o que é, causas e sintomas

Hepatite medicamentosa é uma inflamação do fígado causada por algumas substâncias as quais o paciente está exposto e pode dar os primeiros sinais pouco tempo após o organismo ser atingido pelo agente agressor

A hepatite medicamentosa ganhou destaque nos últimos meses, após médicos virem a publico para alertar sobre o perigo do consumo indiscriminado de medicamentos sem uso comprovado para o combate da Covid-19, ressaltando como tomar medicamentos sem receita em excesso pode contribuir para o desenvolvimento dessa grave doença.

Medicamentos sem eficácia comprovada não são capazes de combater ou evitar a infecção pelo vírus Sars-CoV-2. O que pode acarretar no aumento de casos de hepatite medicamentosa e transplante de fígado.

Afinal, o que é hepatite medicamentosa?

O Hepatologista no Hospital Albert Einstein, o Dr. Guilherme Berenhauser, explicou que a hepatite medicamentosa trata-se de uma inflamação do fígado causada por algumas substâncias as quais o paciente está exposto, principalmente medicamentos, e pode dar os primeiros sinais pouco tempo após o organismo ser atingido pelo agente agressor.

“A hepatite medicamentosa pode ser causada por medicamentos ou suplementos nutricionais. Em alguns casos, a hepatite tóxica medicamentosa se desenvolve horas ou dias após a exposição a um agente agressor. Em outros casos, pode levar meses de uso regular antes que os sinais e sintomas apareçam”, comenta o especialista.

Quais são os sintomas da hepatite medicamentosa?

Os sintomas  aparecem de forma repentina.

No entanto, os sintomas mais comuns são: febre; coceira pelo corpo; náuseas e vômitos; mal-estar; aspecto amarelado na pele e na parte branca dos olhos.

Mas, apesar de os sintomas costumarem sumir com a interrupção da exposição do paciente ao agente agressor, a hepatite tóxica medicamentosa pode também causar danos permanentes ao fígado.

Os sintomas da hepatite tóxica medicamentosa geralmente desaparecem quando a exposição ao agente agressor é interrompida.

Mas a hepatite tóxica pode causar danos permanentes ao fígado, causando cicatrizes irreversíveis no tecido hepático (cirrose) e, em alguns casos, insuficiência hepática, que pode ser fatal.

Quais medicações podem agredir o fígado?

Medicamentos considerados de baixo risco por não exigirem prescrição médica podem agredir o fígado e gerar a hepatite medicamentosa tóxica.

“Os analgésicos de venda livre podem danificar o fígado; especialmente se tomados com frequência ou combinados com álcool. Podemos citar por exemplo as estatinas usadas para tratar o colesterol alto, antibióticos e a associação de outros medicamentos como a amoxicilina-clavulanato, fenitoína, azatioprina, niacina, cetoconazol, drogas antivirais e esteróides anabolizantes”, revela o médico.

Além disso, substâncias naturais e até suplementos vitamínicos também podem acabar agredindo o fígado e causar problemas mais graves.

Por isso, é necessário consultar um especialista antes de iniciar qualquer tratamento.

“Os fitoterápicos, como ervas e suplementos também podem agredir o fígado. Algumas ervas são consideradas perigosas para o fígado, incluindo, aloe vera, cohosh preto, cascara, chaparral, confrei, bem como kava e efedra. Não podemos esquecer de citar o uso indiscriminado e abusivo de suplementos vitamínicos também”, lembra o médico hepatologista.

A hepatite medicamentosa pode matar?

Ela é uma doença grave, que pode gerar a insuficiência do fígado ou danos crônicos.

É, portanto, necessário tratamento imediato e acompanhamento do paciente.

Nos casos mais graves, pode ser necessário o transplante do órgão.

“A doença pode levar a uma insuficiência hepática aguda, assim, evoluindo até a morte. Além disso, o paciente também pode evoluir para um dano hepático crônica, culminando com a cirrose hepática”, esclarece  Berenhauser.

Qual é o tratamento para hepatite medicamentosa?

Com o diagnóstico correto da doença, o primeiro passo, então, é identificar o medicamento ou substância que causou a hepatite medicamentosa e suspender o uso.

Caso não seja suficiente, o médico pode recomendar o uso de corticoides até que os exames do fígado voltem ao normal.

“O pilar fundamental do tratamento é a suspensão da medicação que causou a agressão ao fígado, associado ao tratamento dos sintomas secundários a essa agressão”, conta o especialista.

Contudo, por se tratar de uma doença que traz riscos, é importante que o paciente faça uma consulta anual com um hepatologista e realize exames para avaliar a saúde do seu fígado.

Fonte: O Sul

Foto: Shutterstock

Não se automedique, consulte um profissional de saúde.

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