Corrupção no departamento de compras

Sem o devido cuidado, muitas empresas têm sofrido graves impactos, comprometendo todo o negócio

O Brasil vive uma crise ética. A cada dia, surgem novas notícias sobre falta de ética, suborno, corrupção em compras e negociações. Essa foi a motivação para este artigo, especificamente no segmento de varejo farmacêutico.

Em todos os departamentos, deve-se possuir “ética”, mas focaremos o departamento comercial. Isso porque é o coração da empresa, movimenta volume financeiro e é muito visado.

Sem o devido cuidado, muitas empresas têm sofrido graves impactos, comprometendo todo o negócio e, tudo isto, fruto de ações de compradores e fornecedores corruptos. Comprovar de maneira clara e inquestionável a desonestidade é difícil, então por que não evitar?

O tema ética é quase que indefinível, mas serve como base para o comprador tomar decisões na empresa em que trabalha, zelando pelo bom negócio, com práticas idôneas e sem margem de dúvidas. Ética é não levar “bola”, suborno. Aqui, envolvem-se as negociações que prejudicam a empresa e favorecem apenas os envolvidos na negociação ou um grupo de pessoas.

Sua empresa deve possuir um “código de ética”, com práticas antissuborno, conhecido por todos os funcionários. Caso a empresa não possua, é obrigatório deixar as relações transparentes, por isso, consulte seu imediato sobre alguma abordagem estranha por parte dos fornecedores. Lembrando sempre que o bom senso e a transparência são fundamentais.

A seguir, algumas dessas condutas e cuidados que todo o comprador deve possuir quando está em uma negociação:

1) Jamais esquecer que ele não compra para si e, sim, para a empresa em que trabalha.

2) Mostrar sempre aos fornecedores, por meio de atitudes, análises, orçamentos, que o que corrompa a imagem da empresa e do comprador não será aceito.

3) Receber brindes de pequeno valor pode ser aceito, desde que não influencie a tomada de uma decisão tendenciosa:

a. Evitar aceitar favores ou presente de caráter pessoal.

b. Não aceitar nada que o torne submisso a um fornecedor.

c. Brindes de maior valor não devem ir para o comprador e, sim, para a farmácia, que deve utilizá-los para o bem comum, clientes, sorteios, campanhas, etc. 

4) Amizade e relações comerciais, como jantares, visitas a fábricas são permitidas, desde que sigam padrões éticos.

5) O comprador deve evitar relações comerciais com empresas que possuem familiares como fornecedores, pois pode fazer com que pensem que ele os favorece, por isso, deixar que outros compradores negociem com estas pessoas.

Compradores profissionais, que sabem conduzir uma negociação comercial de maneira ética e transparente, sem se submeter a qualquer tipo de suborno, têm seu valor reconhecido pela empresa, sociedade e até pelos fornecedores.

Reajuste dos medicamentos

Edição 281 - 2016-04-01 Reajuste dos medicamentos

Essa matéria faz parte da Edição 281 da Revista Guia da Farmácia.

Sobre o colunista

Farmacêutico e consultor da Desenvolva Consultoria e Treinamento

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