Covid-19: Mudança no horizonte

Casos, internações e óbitos de Covid-19 têm queda significativa no País, mas é preciso manter a vigilância

No atual cenário da Covid-19, é possível respirar com certo alívio. Depois de um momento crítico, a quantidade de casos e óbitos vem diminuindo consideravelmente no Brasil. Os 14.573.707 casos confirmados em 2021 caíram para 1.440.425 neste ano (até a semana epidemiológica 34, de 20 a 26 de agosto). Já o número de mortes despencou de 423.349 para 11.460 no período. Os dados são do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass).

Desde o início da pandemia, o País registra um total de 37. 771.706 casos confirmados e 705.313 óbitos, segundo dados do Ministério da Saúde (MS) atualizados até 30 de agosto.

“Até o momento, felizmente, quando olhamos os dados de internações, vemos um sinal relativamente tranquilo. Não há indícios de retomada de crescimento em nenhum estado do País, mantendo um patamar relativamente baixo, mas ainda presente, de internações associadas à Covid-19”, comenta o coordenador do InfoGripe, iniciativa da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) que monitora as notificações de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAS) no Brasil, incluindo a Covid-19, Marcelo Gomes.

Mas como se trata de um vírus que tem como característica gerar mutações, é preciso manter o monitoramento. Em agosto, o MS confirmou os primeiros casos da nova variante EG.5 (chamada de Éris nas redes sociais), em São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília. A Organização Mundial da Saúde (OMS) notificou a EG.5 pela primeira vez em fevereiro.

“Embora as mutações presentes na EG.5 apontem para uma possível maior facilidade de reinfecção, não há até o momento indícios de que ela seja mais grave do que variantes anteriores em termos de risco de internação e óbito, por exemplo”, avalia Gomes.

Importância da imunização

A vacina continua sendo a principal forma de prevenção. Dados do Vacinômetro Covid-19, do MS, mostram que foram aplicadas 517.035.943 doses no País. No entanto, este é um desafio na análise de Gomes, pois muitas pessoas ainda não completaram o esquema vacinal com todas as doses de reforço, em particular a bivalente que passou a ser recomendada este ano.

A preocupação é ainda maior em relação ao público infantil. Apenas 11,4% das crianças, entre seis meses e cinco anos de idade, tomaram ao menos duas doses da vacina contra a Covid-19, segundo boletim publicado em 9 de agosto pelo Observatório de Saúde na Infância (Observa Infância), iniciativa que reúne pesquisadores da Fiocruz e do Centro Universitário Arthur de Sá Earp Neto (Unifase).

Outra recomendação é usar a máscara em unidades de saúde, dando preferência aos modelos que oferecem bom ajuste ao rosto e capacidade de filtragem, como PFF2, N95, e KN95, segundo Gomes. É importante que pessoas dos grupos de risco e aquelas com sintomas de infecção respiratória (que não puderem ficar em casa) utilizem a máscara também em locais fechados ou mal ventilados e no transporte público.

Foto: Shutterstock
Fonte: Guia da Farmacia

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Edição 371 - 2023-10-01 Mais Conveniência

Essa matéria faz parte da Edição 371 da Revista Guia da Farmácia.