A linha do tempo do Guia da Farmácia

Ao longo de 300 edições, o Guia da Farmácia passou por diversas alterações e estilo, tanto gráfico quanto editorial, a fim de acompanhar a evolução do mercado e do leitor.

A partir da segunda década dos anos 2000, uma combinação de fatores econômicos e sociais formou um cenário propício para uma nova expansão do setor farmacêutico.

De um lado, o avanço de políticas sociais e estabilidade econômica permitiram a ascensão de 35 milhões de brasileiros à classe média, composta atualmente por 104 milhões de pessoas, o que corresponde a 53% do total da população.

Ao mesmo tempo, melhorias no acesso à saúde e avanços da ciência fizeram crescer a expectativa de vida. O número de idosos disparou e segue em crescimento. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), hoje, o País tem 12,5% de pessoas com 60 anos de idade ou mais. Em 2030, essa porcentagem deve crescer para 18,6%; e, em 2050, o percentual pode chegar a 29,4% da população – o equivalente a 66,5 milhões de brasileiros.

Com maior poder aquisitivo, milhões de novos consumidores aqueceram o mercado de consumo interno. Com maior número de idosos, a quantidade de clientes das farmácias, principalmente de usuários de medicamentos de uso contínuo, disparou.

Linha do Tempo

1992

O Guia da Farmácia é lançado. Seguindo tendências da época, a publicação tem design gráfico marcado por uma tipografia grande e quadrada. As imagens eram bem saturadas de amarelo. Na capa, um logo simples, com um escudo que mudava de cor de uma edição para outra e um anúncio. A lista de preços fazia parte do editorial, vinha como um caderno.

2001

Na edição 102, foi desenvolvido um logo mais marcante, que acompanhava o crescimento da representatividade da revista no mercado. Também nessa edição, foi publicada a primeira capa com chamadas e imagem.

2009

Na gestão da jornalista Tânia Longaresi, a revista adotou uma linha editorial semelhante à que se mantém até hoje. A revista ganhou um ar mais leve e novas seções. Além de falar sobre saúde e gestão de loja, assuntos polêmicos e atuais, como política, legislação, processos de fabricação e eventos começaram a ser abordados.

2011

Foi criado o projeto gráfico utilizado atualmente, que envolveu mudança de tipografia e inserção de duas cores marcantes, o azul e o verde.

2012

Ao assumir o cargo de editora-chefe, a jornalista Lígia Favoretto promoveu novos ajustes no conteúdo. Para manter-se atual, a revista passou a acompanhar toda a movimentação e o noticiário do País e do mundo. Além disso, as reportagens ficaram um pouco mais curtas, respeitando os novos hábitos do leitor.

2013

O Guia da Farmácia abriu espaço para capas mais criativas, artísticas e coloridas, com o intuito de trazer modernidade para a revista e assim cativar a atenção de mais leitores.

Maio 2013

Edição retratou a chegada de players internacionais do varejo farmacêutico brasileiro, bem como uma alta onda de fusões e aquisições.

Março 2014

A revista destacou a decisão da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) de aprovar a classe de medicamentos equivalentes.

Setembro 2014

A matéria de capa detalhou a promessa dos candidatos à presidência da República na área da saúde e, na ocasião, aconteceu a morte de Eduardo Campos, que era um dos três mais cotados.

Outubro 2014

A revista destaca a Lei 13.021/14, que deu aos farmacêuticos o poder de prescrever/indicar medicamentos de uso livre à população, desonerando os sistemas de saúde pública.

Dezembro 2015

O Guia da Farmácia rompeu barreiras e foi convidado para cobrir o FT Latin America Healthcare and Life Sciences Summit, organizado pelo Financial Times, em Miami (EUA). O evento abordou o futuro da saúde na América Latina.

Março 2016

A matéria de capa revelou quanto o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) onera toda a cadeia e faz com que o consumidor pague preços abusivos por medicamentos.

Diante das oportunidades, o varejo farmacêutico iniciou um movimento grande de fusões e aquisições, que visava criar grandes conglomerados de lojas. O ano de 2011 ficou marcado pela fusão da Droga Raia e Drogasil e, logo depois, Drogaria São Paulo e Pacheco.

As duas uniões provaram-se certeiras e fizeram o mercado estrangeiro passar a olhar para o varejo brasileiro com maior interesse. Em 2013, a gigante norte-americana CVS adquiriu 80% das ações da rede Onofre, assumindo o controle da oitava maior varejista farmacêutica do País em receita. A expectativa com a chegada de uma empresa de tamanho porte ao mercado brasileiro era grande, mas, passados quatro anos, a atuação da CVS segue tímida.

“O mercado brasileiro é bastante complexo e desafiador. A internacionalização chegará com mais intensidade em algum momento, mas de fato ainda não é uma realidade que impacta significantemente o mercado”, diz Kurata.

Por envolver produtos essenciais à saúde, o setor farmacêutico sempre resistiu bem aos períodos de instabilidade. No entanto, dessa vez, não foi possível escapar da crise política e econômica que atingiu o Brasil no ano de 2015.

“Nosso setor é sempre o último a entrar, mas se é um problema duradouro, acaba sendo afetado. Nos últimos 25 anos, tivemos algumas crises, mas essa última misturou política e economia e gerou um impacto maior”, lamenta Mussolini.

De fato, entre maio e julho deste ano, o setor farmacêutico registrou o primeiro trimestre de desempenho negativo nas vendas. “O último trimestre foi preocupante, mas acreditamos que vamos atingir um crescimento entre 8% e 9% em 2017, que é um excelente resultado, considerando a situação”, aposta Mussolini.

Entre as inciativas que ajudam a manter os índices do setor farmacêutico em níveis satisfatórios está o Programa Aqui tem Farmácia Popular, que permite o acesso a medicamentos essenciais a baixo custo, por meio da parceria entre o governo federal e o setor privado varejista farmacêutico. No entanto, após chegar a 80% dos municípios brasileiros e beneficiar mais de 32 milhões de pessoas, o Programa enfrenta um momento delicado.

Primeiro, o governo decidiu fechar as unidades próprias e manter apenas as parcerias com as farmácias. Em seguida, começou uma rodada de negociações com a indústria farmacêutica e o setor de farmácias em busca de reajustes de valores.

A proposta inicial visa diminuir os preços pagos pelos medicamentos em uma média de 35%, o que, segundo o setor, vai inviabilizar a continuação do projeto. O varejo alega que os valores recebidos pelos produtos já são baixos e estão no limite. Caso caiam mais, darão prejuízo e não poderão continuar a ser vendidos.

Próximos passos

Enquanto a situação do Aqui tem Farmácia Popular segue em um impasse, outros projetos estão a todo vapor no setor farmacêutico. Dentro das grandes redes – que costumam ditar as tendências de mercado –, a grande novidade é investir na ampliação dos serviços farmacêuticos.

De acordo com Mena Barreto, da Abrafarma, a farmácia do futuro vai ser a porta de entrada de saúde da população, com aplicação de vacinas, realização de testes laboratoriais rápidos e acompanhamento do tratamento do paciente.

No entanto, para que isso se torne realidade, o governo federal, por meio da Anvisa, precisa regulamentar a Lei 13.021/14, que autoriza o farmacêutico a ter uma participação maior na saúde do brasileiro. O primeiro ponto que entrou na pauta de discussão do órgão regulatório é o serviço de vacinação no País, que deve ser autorizado em breve.

A partir disso, Mena Barreto acredita que muitas outras mudanças vão começar a acontecer. “Todas essas iniciativas vão mudar a cara das farmácias, elas se tornarão muito mais uma referência de saúde do que um comércio simples. O farmacêutico será empoderado, não vai mais só entregar a caixinha de medicamento”, afirma.

Dentro das indústrias, a grande aposta fica por parte dos medicamentos inovadores e biológicos, que são capazes de tratar doenças muito específicas e de maior gravidade, diferente dos produtos de massa vendidos no varejo.

“As indústrias investem muito na inovação incremental. No futuro, teremos medicamentos com menos efeitos colaterais e mais precisos. Além disso, a forma de tomá-los também deverá ser simplificada”, aposta Mussolini, que espera que o País consiga solucionar os problemas de acesso à saúde ainda existentes. “O setor farmacêutico é essencial. Temos que olhá-lo de forma mais efetiva e solucionar os problemas.”

Para registrar todos os próximos passos desse mercado, o Guia da Farmácia, seus suplementos e outros diversos produtos vinculados à marca passarão por uma expansão digital, buscando aumentar cada vez mais a utilidade e, consequentemente, audiência. Tudo isso sem perder a qualidade editorial, gráfica, a variedade de assuntos abordados e o compromisso com nossos leitores e anunciantes. “A evolução do nosso produto sempre teve como diretriz primária a qualidade”, reforça Godoy.

A executiva da Contento Comunicação, Luciana Bataglia, enfatiza que a revista se configura também como um excelente canal de publicidade e é imprescindível que as empresas façam parte dele. “Para o trade ou para qualquer outra área do marketing, a publicidade segmentada se destaca por alcançar um público específico, com características próprias. Cada vez mais valorizada, a mídia segmentada alcança um número menor de pessoas, quando comparada à mídia generalizada, mas se destaca pela alta eficiência e baixa dispersão do conteúdo a ser propagado.” A executiva reforça que muito mais que uma revista, o Guia da Farmácia se tornou, ao longo desses anos, uma ferramenta gerencial para os farmacistas.

“Os anunciantes se beneficiam dessa credibilidade e reconhecimento conquistados pelo imenso esforço em manter um editorial rico em notícias, tendências e oportunidades do setor para apresentar seus lançamentos, campanhas, fortalecer sua marca e se perpetuar na lembrança do profissional de farmácia.”

Luciana finaliza dizendo que as indústrias realizam um excelente trabalho de divulgação no ponto de venda (PDV), mas que nem sempre conseguem uma cobertura ideal. “Por meio dos 30 mil exemplares distribuídos por todo o Brasil e uma média de três leitores por loja, a publicidade na revista torna a comunicação mais eficiente, abrangente e linear.”

Em comemoração aos 25 anos de história da revista Guia da Farmácia, Helena Marques (Gerente de novos canais LATAM, da Abbott Rapid Diagnostics – antiga Alere)

Marco histórico

Edição 300 - 2017-11-01 Marco histórico

Essa matéria faz parte da Edição 300 da Revista Guia da Farmácia.