Tendo a Olina como carro-chefe, o Laboratório Wesp espera crescimento de 20% para 2024, apostando em lançamentos
Impossível falar do Laboratório Wesp sem citar a Olina, medicamento fitoterápico que atua como auxiliar digestivo e que está no mercado desde 1919. Nestes mais de 100 anos de história, a fórmula para manter um produto há tanto tempo no mercado tem diversos fatores envolvidos, como matéria-prima de qualidade e equipe altamente capacitada.
“O segredo para manter a produção e entrega do produto é ter um bom processo, e boas pessoas nos cargos que fazem o negócio funcionar. E por muito tempo, o Laboratório Wesp faz Olina e outros produtos do jeito mais correto possível, para ajudar todos”, afirma o diretor do Laboratório Wesp, Christian Wesp, em entrevista exclusiva ao Guia da Farmácia.
Com a Olina presente em quase 10 mil pontos de venda (PDVs) pelo País, o executivo aposta num crescimento consistente da empresa. “Para os próximos anos, com o lançamento de novos produtos, acreditamos que teremos um acréscimo superior a 20% no faturamento da empresa no geral”, indica o executivo.
Acompanhe, a seguir, os principais momentos deste bate-papo.
Guia da Farmácia • A Olina está no mercado desde 1919. Como manter uma marca presente por tantos anos no mercado?
Christian Wesp • Não só a marca, mas o que faz estarmos a tanto tempo no mercado é o nosso produto. A maior dificuldade de uma empresa ao longo dos anos claro que é se adaptar, passar por diferentes épocas, mais de 100 anos de história, e manter-se sempre atual junto com o seu público-alvo ou consumidor em geral.
O segredo para manter a produção e entrega do produto é ter um bom processo e boas pessoas nos cargos que fazem o negócio funcionar. E por muito tempo, o Laboratório Wesp faz Olina e outros produtos do jeito mais correto possível, para ajudar todos.
Guia • De que forma João Wesp, fundador da Olina, foi importante para a história do mercado farmacêutico nacional?
Wesp • João Wesp, como imigrante alemão, trouxe consigo conhecimentos técnicos e formulações europeias para a produção de medicamentos inexistentes no Brasil. Além de produzir fórmulas próprias, comprou, também, fórmulas e marcas de outros laboratórios do centro do País. Ajudou, assim, tanto com conhecimento quanto com capital para o desenvolvimento da indústria farmacêutica que é esta grande potência de hoje.
Guia • Quais são os diferenciais da empresa? Estão na matéria-prima dos produtos?
Wesp • Em primeiro lugar, a excelência das matérias-primas. O laboratório as adquire de diversos países espalhados pelo mundo, o que há de melhor em quesito plantas. Plantas com a máxima eficiência para o que se propõe.
Também foi desenvolvida uma metodologia única na extração dos princípios ativos dos vegetais, resultando em uma eficácia inigualável.
Guia • Quais são os produtos carros-chefes?
Wesp • Nosso produto principal é a Olina. Um medicamento fitoterápico composto por sete plantas que auxiliam na digestão de alimentos enquanto ajudam a regular o intestino.
Este produto representa a maior parte da produção e do faturamento da empresa, sendo a mesma desde que foi inventada. Mesma fórmula e mesmos insumos de produção.
Guia • Onde está localizado o parque-fabril? São quantos colaboradores? Qual a capacidade produtiva?
Wesp • Está localizado em Canoas (RS) e, atualmente, conta com 35 colaboradores e uma capacidade produtiva máxima de até 1,5 milhão de frascos ao ano.
Guia • Hoje, mais do que nunca, tem se fortalecido o mercado de produtos com origem natural. Como a Olina também se beneficia, se fortalece e se destaca nesse cenário tendo os fitoterápicos como alicerce?
Wesp • O produto pode ser categorizado como fitoterápico e é um dos pontos que trabalhamos, mas também tem de se considerar o uso como medicamento, tornando-o competitivo em vários âmbitos e apresentações em farmácias.
Guia • Em 2022, a empresa decidiu, estrategicamente, intensificar a expansão que já vinha acontecendo no Sul para o Sudeste. Como ficam os planos de crescimento para 2023/2024? Onde estão os principais focos?
Wesp • O foco de todo investimento dos próximos anos vai ser na Região Sul do País, que ainda retém a grande maioria de vendas e consumidores ativos dos produtos da marca. Além de uma maior presença no que chamamos de “cultura” de produto, onde ele se situa e por sua idade e reconhecimento se torna mais facilmente entregue ao público que já tem alguma relação afetiva com a marca.
Guia • A Olina está presente em todo o território nacional? São quantos PDVs atingidos pela marca?
Wesp • Atualmente, a Olina está presente em todo território nacional, porém em maior quantidade na parte sul do País. Rio Grande do Sul (RS), Santa Catarina (SC) e Paraná (PR) são os três estados que contêm a maior quantidade de PDVs com Olina. No Brasil, o número somado de PDVs é 10.959, sendo que desses, só na parte sul do País, são 8.100.
Guia • No ano passado, a Olina também realizou investimentos maciços em mídia. Eles devem continuar? Qual o perfil das ações?
Wesp • No ano passado, a empresa optou por conter despesas por causa da pandemia, porém, este ano, foram retomadas as ações de marketing e presença física da marca, tanto em mídias convencionais quanto em redes e mídias digitais. Agora, o perfil das ações deve se focar mais em atrair o público que já conhece o produto, mas que não tem aquela relação de consumidor.
Guia • Outra aposta da empresa estava na autossuficiência energética. Quais os resultados obtidos até o momento?
Wesp • Sempre foi uma preocupação para a marca cuidar tanto do meio em que se situa, quanto da qualidade do produto e produção. A empresa já tem sua energia fotovoltaica totalmente instalada e em funcionamento.
Guia • Estão previstos lançamentos para 2023/2024? Se sim, em quais áreas?
Wesp • Nos anos de pandemia, o laboratório se dedicou a estudos clínicos e pesquisas, investindo para o lançamento de novos produtos e novas apresentações. Não podemos revelar ainda, pois se tratam de lançamentos de mercado.
Guia • E quais as projeções de crescimento para o próximo ano? Onde estarão as principais apostas?
Wesp • Para os próximos anos, com o lançamento de novos produtos, acreditamos que teremos um acréscimo superior a 20% no faturamento da empresa no geral.
Guia • Qual o potencial do mercado de fitoterápicos no País? Na sua visão, quais os gargalos que impedem um crescimento ainda maior desse setor?
Wesp • Com novas pesquisas, métodos avançados de extração de princípios ativos da nossa rica flora brasileira, acreditamos que os fitoterápicos têm grande participação na solução e tratamento de diversas doenças atuais que afligem nosso povo.
Os dois gargalos que impedem o crescimento desse setor são a burocracia estatal, e sua associação às altas cargas tributárias em todos os elos da cadeia produtiva. Acabam sendo os maiores entraves ao crescimento econômico industrial para nós.
Fonte: Guia da Farmácia
Foto: Divulgação
