Os medicamentos inovadores para o tratamento da Diabetes

O avanço da medicina é notável para o tratamento da diabetes

A Dra. Dhiãnah, da UNESA, cita, por exemplo, as insulinas de ação ultralonga, que dão menos hipoglicemia e são mais estáveis; e os inibidores do cotransportador de sódio-glicose, que além de controlarem a glicemia somente quando ela estiver alta, trazem outros benefícios. “Eles levam à diminuição da pressão arterial, do peso e ainda protegem quanto ao risco de morte, insuficiência cardíaca, doença renal e eventos cardiovasculares, como derrame e infarto do miocárdio”, diz. A especialista também menciona os agonistas do GLP-1, um hormônio intestinal sintético injetável, que age de forma efetiva para o controle do diabetes, sem causar hipoglicemia, e ainda leva à diminuição da fome, perda de peso, diminuição da pressão arterial, entre outros benefícios.

A Lilly, por exemplo, trouxe, ao Brasil, uma nova alternativa ao tratamento do diabetes, o Trulicity, usando a dulaglutida. Este ativo é um agonista do receptor de GLP-1, de ação prolongada, que atua aumentando a liberação de insulina na presença de altos níveis de glicose e diminuindo a quantidade de glucagon, além de apresentar várias outras ações anti-hiperglicêmicas do GLP-1. “O Trulicity vem em uma caneta aplicadora pronta para uso, que permite a confirmação da aplicação da dose, e conta com uma agulha de pequeno calibre que não fica exposta ao paciente”, explica a Dra. Maria Cristina. Um dos grandes ganhos deste medicamento é a possibilidade de uso semanal, substituindo a necessidade de injeções diárias. “Essa facilidade tende a contribuir para a adesão do paciente ao tratamento”, projeta.

A professora e coordenadora da Unidade de Diabetes do Serviço de Endocrinologia e Metabologia do Hospital de Clínicas da UFPR (SEMPR), Dra. Rosângela Réa, lembra, ainda, o benefício dos inibidores da SGLT2. “Eles agem, principalmente, por meio da perda de glicose na urina, não causam queda excessiva no nível de açúcar no sangue e podem auxiliar na diminuição do peso e pressão arterial”, destaca.

E as inovações não param de chegar ao Brasil. A Sanofi recebeu a aprovação de registro do medicamento Soliqua pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Trata-se de um novo produto, que deve estar disponível no mercado em 2018, e que se constitui em uma combinação fixa de insulina glargina (U100) e lixisenatida, em dose única diária. A indicação é para pacientes adultos que precisam melhorar o controle glicêmico com DM2, inadequadamente controlado com medicamentos hipoglicemiantes orais isolados ou combinados com insulina basal, ou insulina basal utilizada isoladamente. “Além de reduzir o nível de açúcar no sangue em pacientes que têm dificuldade de manter o controle com insulinas ou medicamentos orais, essa opção terapêutica tem demonstrado redução de efeitos adversos que causam muitas queixas do paciente, como ganho de peso e risco de hipoglicemia”, comentou o vice-presidente da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), Dr. Alexandre Hohl.

Os pacientes com diabetes precisam encarar uma mudança no estilo de vida, envolvendo dieta equilibrada e uso de terapia indicada pelo médico. Mas a qualidade de vida pode ser preservada, saiba mais sobre a diabetes.

Marco histórico

Edição 300 - 2017-11-01 Marco histórico

Essa matéria faz parte da Edição 300 da Revista Guia da Farmácia.