Estudo realizado pela Fundação Dom Cabral mostra cenário detalhado sobre a evolução do uso do dinheiro e das novas formas eletrônicas de pagamento mostrou que país ainda tem cerca de 38% de desbancarizados
Com o objetivo de identificar e compreender os hábitos e preferências da população brasileira em relação aos meios de pagamento, a Fundação Dom Cabral – FDC, com o apoio da Brink’s, realizou a pesquisa “Meios de Pagamentos no Brasil”.
Entre os destaques apontados pelo estudo, estão a preferência pelo pagamento em dinheiro, o crescimento vertical do Pix entre os mais jovens e o alto número de desbancarizados no país.
Realizada em todas as regiões do país, com maior incidência em cidades do interior, seguido pelas capitais e regiões metropolitanas, a pesquisa traz um retrato fidedigno do Brasil:
Um país de dimensões continentais com grande disparidade de infraestrutura e econômica em suas regiões, ainda mais evidentes com o avanço da tecnologia e que refletem na preferência da população em relação aos meios de pagamento.
Levando, no entanto, em consideração o contexto de aceleração digital durante o distanciamento social causado pela pandemia da Covid-19.
Detalhes do estudo
De acordo com o estudo, com uma amostra de 2 mil pessoas ouvidas entre os dias 20 de julho e 13 de agosto de 2021.
Estima-se que 53,4% dos brasileiros preferem o dinheiro como forma de pagamento e que 38,5% não tem conta em banco.
Entre as mulheres, o percentual de não-bancarizadas (43,4%) é maior do que entre os homens (33,2%).
Além disso, os resultados revelam que o percentual de mulheres que não possuem renda própria (7,7%) é aproximadamente 3 vezes maior do que entre os homens (2,0%).
A região Sul é a que possui menor índice de consumidores não-bancarizados (27,7%).
No Nordeste, nota-se a maior incidência de desbancarização (47,1%).
Entre os motivos apontados por quem prefere o uso do dinheiro estão o controle dos gastos (26,0%) e facilidade (22,4%).
Os cartões de crédito e débito (20% e 16,5% respectivamente) são as principais alternativas apontadas para pagamento, seguidos pelo boleto bancário (4,6%).
Já o Pix, que vem se consolidando como outra opção, já foi utilizado ao menos uma vez por quase metade da população (49,2%). Porém, apenas 3,5% têm preferência pelo novo recurso digital.
Portanto, a pergunta norteadora para o público (a) População Brasileira é:
Quais são os hábitos e as preferências dos brasileiros em relação aos meios de pagamento?
Entre os resultados observados, vemos números reforçam a disparidade econômica regional do país, onde grande parte da população ainda sofre consequências da falta de infraestrutura para acompanhar a digitalização global”, explica o professor Ph.D. em Estratégias Competitivas e Modelos de Negócios da Fundação Dom Cabral, responsável pela equipe de pesquisadores do projeto, Fabian Salum.
Apesar da maioria dos entrevistados receberem seus rendimentos em conta bancária, tem-se que 34,3% ainda recebem em dinheiro.
Renda
A renda familiar de até 2 salários-mínimos (até R$ 2.200,00 é a predominante, sendo a maioria dos entrevistados 56,3%).
A pesquisa também procurou analisar o futuro do dinheiro em um mundo cada vez mais digitalizado.
A maior parte afirma que no futuro irão reduzir o uso do dinheiro, no entanto, nunca irão deixar de utilizá-lo (44,7%).
Os mais jovens se mostram mais propensos à adoção de outros meios de pagamento, em detrimento ao dinheiro.
As Gerações Z (43,2%) e Y (27,9%) são as que mais afirmam, portanto, que utilizam muito o Pix.
Fonte: Brink’s
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