Pela 1ª vez, Anvisa autoriza plantio de cannabis

Decisão permitirá que a UFRN faça o cultivo da planta em um espaço fechado e de acesso restrito

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) concedeu, na última quinta-feira (15) a autorização para que a Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) realize o plantio de cannabis para projetos de pesquisa sobre a atuação de derivados da erva em casos de distúrbios neurológicos e psiquiátricos.

As pesquisas da UFRN são pré-clínicas e serão conduzidas pelo Instituto do Cérebro (ICe-UFRN).

O objetivo, portanto, é avaliar a eficácia e a segurança de combinações de fitocanabinóides (moléculas presentes na planta) no tratamento de sinais e sintomas associados a distúrbios neurológicos e psiquiátricos.

Anvisa cita importância do uso científico

A autorização para o plantio e pesquisa foi concedida após a UFRN entrar com um recurso administrativo depois de ter um pedido negado em 2021.

Na análise do recurso, o diretor da Anvisa e relator do processo, Alex Machado Campos, destacou que a Convenções de Drogas da ONU de 1961, 1971 e 1988 colocaram restrições ao comércio internacional e à circulação interna de substâncias psicotrópicas e entorpecentes.

Para justificar a importância das pesquisas sobre a planta, Alex Machado lembrou que a pesquisa da mineira UFSJ com cultivo in vitro já resultou em duas patentes e que uma terceira se encontra em tramitação.

Condições para o plantio na UFRN

O relator Alex Machado Campos, que foi favorável à autorização e teve o voto acompanhado pelos demais diretores, apontou que a UFRN deve cumprir condições já previstas no projeto de pesquisa para garantir que a cannabis seja usada apenas no desenvolvimento de fármacos.

  • Plantio vai ocorre em salas especiais, em sistema fechado (cultivo indoor);
  • O espaço tem, aproximadamente, 100 metros quadrados, com alvenaria resistente e portas maciças. O acesso ao espaço será feito mediante controle biométrico de pessoas previamente registradas;
  • Edifício e entorno têm moderno sistema de videomonitoramento (24h/7 dias), bem como vigilância armada todos os dias do ano;
  • Sistema de vídeo deve ser capaz de gravar em qualquer condição de iluminação e gerar imagens de qualidade que precisam estar disponíveis para vistorias.

 

Fonte: G1

Foto: Shutterstock

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