Doria diz que adotará quarta dose da vacina contra a covid-19 para toda a população de SP

Medida será implementada no Estado 'independentemente de haver ou não recomendação do Ministério da Saúde', aponta governador; início não deve ocorrer de forma imediata

O governador João Doria (PSDB) declarou nesta quarta-feira, 9, que São Paulo planeja administrar a quarta dose da vacina contra covid-19 em toda a população do Estado, mas posteriormente ponderou que isso não deve acontecer de forma imediata. “Vamos adotar em São Paulo a quarta dose, independentemente de haver ou não recomendação do Ministério da Saúde”, afirmou em entrevista à Rádio Eldorado. Atualmente, a quarta dose é destinada apenas a imunossuprimidos, que, em geral, correm mais risco de ver a doença evoluir para quadros graves.

“A hipótese (da quarta dose) já é avaliada pelo comitê científico. Não só avaliada, ela já é confirmada pelo comitê científico aqui do governo de São Paulo”, apontou o governador. Porém, ele destacou que, antes de iniciar esse novo momento da campanha de vacinação, que ainda não tem data definida, é necessário avançar nas etapas anteriores da imunização para aumentar a cobertura vacinal no Estado. A ampliação da quarta dose, desse modo, não ocorreria imediatamente.

Quarta dose da vacina contra a Covid-19

“Nós estamos preparados para iniciar a quarta dose de reforço, mas fazendo um esforço ainda, antes de iniciar a quarta dose, para que as pessoas que não tomaram a segunda dose (vacinem-se)”, disse Doria. “Avançando na segunda dose, nós aí já podemos iniciar em São Paulo a dose de reforço e a quarta dose, seguindo também uma ordem de faixa etária. Como fizemos na terceira dose: nós começamos vacinando as pessoas de mais idade até chegar às pessoas com mais baixa idade”, disse Doria. No final de semana, a coordenadora do programa paulista de imunização, Regiane de Paula, já havia indicado que o governo de São Paulo poderia “ir além do Ministério da Saúde”.

Em coletiva realizada no início da tarde, Doria ponderou, contudo, que não houve indicação de que a ampliação da quarta dose ocorreria de forma imediata. “O fato de considerar não significa que vai aplicar”, disse o governador, destacando que o desafio agora é completar o esquema vacinal dos faltosos. Conforme mostrou o Estadão, São Paulo ainda tem 2,2 milhões de pessoas em atraso com a 2ª dose da vacina da covid-19, a maioria (1,2 milhão) na faixa de 12 a 29 anos.

Com o avanço rápido da variante Ômicron pelo Brasil, que fez elevar o número de infecções e de mortes, autoridades correm atrás dos faltosos e médicos destacam a importância de avançar a imunização. Como parte desse esforço, a quarta dose já está permitida nacionalmente desde o dia 21 de dezembro do ano passado para pessoas imunossuprimidas, como transplantados e pacientes oncológicos.

Governo ainda não definiu qual vai ser a estratégia para ampliar aplicação da quarta dose

O secretário da Saúde de São Paulo, Jean Gorinchteyn, frisou que o governo paulista ainda não definiu qual vai ser a estratégia para administrar a quarta dose em outros públicos. “Em que momento isso vai acontecer? Com qual vacina que será feita? Qual será a população-alvo?”, questionou. “Isso está sendo discutido e definido no nosso Programa Estadual de Imunização.”

Coordenador do comitê científico que assessora o governo paulista, Paulo Menezes apontou que, enquanto a necessidade da quarta dose “já é bastante clara”, o que ainda precisa ser estabelecido é quando sua aplicação ocorreria. “Só faz sentido pensar na quarta dose na medida que tivermos uma boa cobertura na dose de reforço”, explicou Menezes.

“Então, eu diria que não é algo que vá começar imediatamente, mas que está na perspectiva para os próximos meses”, continuou. Segundo ele, mais de um terço da população total do Estado, o equivalente a metade da população acima de 18 anos, recebeu dose de reforço. “Temos ainda um grande número de pessoas que precisam completar a dose de reforço”, apontou o coordenador do comitê científico.

Dados do governo de São Paulo indicam que, até esta quarta, 40,74 milhões de pessoas haviam recebido ao menos a primeira dose da vacina contra covid, o equivalente a 90,62% da população do Estado. Enquanto isso, 37,48 milhões receberam segunda dose ou aplicação única, o que corresponde a 80,99% do total. Com terceira dose, são 17,90 milhões, mais de um terço da população.

Fonte: Estadão
Foto: Shutterstock

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