Summit Inovação em Saúde discute tendências tecnológicas aplicáveis ao canal farma

Colocar consumidor no centro de tudo o que se fizer é essencial para melhorar oferta de produtos e serviços

A segunda parte do Summit Inovação em Saúde, evento realizado pela Contento Comunicação em parceria com o Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos no Estado de São Paulo (Sindusfarma), que aconteceu ontem (21/08), na Digital House, em São Paulo capital, abordou a questão dos Ecossistemas Nacionais e Internacionais de Saúde.

O sócio-fundador da I2H Innovation Health, Carlos Ballarati, começou o painel contando as diferenças entre várias localidades consideradas inovadoras. Naturalmente, o primeiro citado é o Vale do Silício, considerado o maior polo de inovação do mundo, com inúmeras empresas que buscam inovar a todo mundo. Israel é, também, um dos destaques por ser um mercado pequeno e com muitos inimigos em volta, o país precisa de inovação para resolver problemas. Além disso, o governo apoia muito os que querem investir.

A União Europeia, apesar de bastante conservadora em vários aspectos, faz diversos planos diretos para melhorar a qualidade de vida e, consequentemente fomentar a inovação, como a diretriz de investimento de 3% de investimento geral em Pesquisa & Desenvolvimento (P&D). Por fim, a China focou em educação para aumentar sua produtividade e inovação, tornando-se um dos maiores mercados do mundo.

Para que o Brasil consiga ser tão inovador quanto esses lugares, são necessárias diversas mudanças. Do lado dos empreendedores, é essencial ter cuidado ao olhar para frente. O cofundador da Health innova.hub, Fernando Cembranelli, diz quealgumas tecnologias têm crescimento exponencial e, se não percebidas no começo, fica impossível correr atrás depois.

“Quando a gente olha para saúde, é algo muito interessante, porque todo o ciclo é diferente. Entre as tendências focadas no segmento, estão a ascensão da telemedicina, mais inteligência e aumento da procura por produtos e serviços que forneçam bem-estar”, complementa o CEO e fundador da Grow, Paulo Beck.

Em seguida, o painel Regulação de Inovação Digital na Saúde, abordou sobre as tecnologias e a importância das novas leis. Segundo a advogada especialista em segurança, Lara Rocha, o Brasil ainda não tem uma lei que fale sobre telemedicina, somente regulamentações, deixando as empresas um pouco no escuro.

Por outro lado, as tendências podem – e muito – ajudar os profissionais da saúde. É o caso do blockchain, uma tecnologia descentralizada que permite registros praticamente imutáveis, seguros e criptografados.

“O blockchain de saúde permite um prontuário acessível ao paciente e a todos os profissionais de saúde. Ele faz um relatório on-line que pode ser acessado em qualquer lugar e ser alimentado por muitos anos”, explica a sócia da HCO Advogados, Anne Chang. Ou seja, o prontuário estaria disponível para qualquer médico, em qualquer lugar do mundo, com os dados organizados de uma maneira que seja mais fácil e correto o tratamento.

Essa é uma das tecnologias disponíveis para criar um ambiente disruptivo, tema do painel Disrupção na Era Digital. O sócio da Quantum4, José Duarte, iniciou o debate explicando que as tecnologias cognitivas têm como alguns de seus desafios localizar o conhecimento, delimitar tendências e identificar padrões.

E o mercado farmacêutico não está tão atrasado. Segundo a médica e fundadora da Lifedoc, Dra. Andressa Gulin, 17% do investimento de inovação entre todos os setores é do segmento farmacêutico, sendo o que mais inova no mundo. “Porém, o mundo precisa de mais serviços. A indústria farmacêutica oferece muitos produtos, mas ainda têm uma grande oportunidade de oferecer serviços inovadores”, diz ela.

Para fechar o dia, foi realizado o Painel Farma, que contou com a presença do CTO da SPI Integração de Sistemas, Élcio Brito, que explicou um pouco sobre a quarta revolução industrial. Hoje, a junção de diversas tecnologias, como a digital e a biológica, fazem com que toda a sociedade mude.

“Porém, apenas 7% das empresas da indústria farmacêutica são consideradas Digital Champions”, frisa o líder da PwC, Rodrigo Damiano. A nomenclatura é usada para organizações que possuem soluções digitais omnichannel; que alinham os objetivos de negócios e os processos associados; e oferece uma atuação proativa, planejamento em tempo real, tomada de decisões e resposta da cadeia de suprimentos.

A grande solução, segundo o líder da unidade de negócios de Consumer Health Brasil & América Latina da IQVIA, Rodrigo Kurata, é colocar o consumidor no centro e entender que, hoje, ele tem inúmeros pontos de contato e muita informação. Por isso, estão em busca de experiência de compra.

“Inovação precisa ser simples. É olhar dentro da nossa empresa e ver quais as limitações. Então, trabalhar todas as limitações para ter resultados melhores”, finaliza ele.

Deixe um comentário