Brasileiro toma mais suplemento vitamínico

No Brasil, as vendas desse tipo de produto devem chegar a quase R$ 3 bilhões neste ano, um crescimento de 12% quando comparado a 2021, de acordo com a Abiad

A pandemia aumentou a atratividade de suplementos vitamínicos e abriu portas para que novas empresas se posicionem no mercado enquanto buscam investidores. Ao mesmo tempo, gigantes da indústria, como a Procter & Gamble (P&G), reforçam a atuação no segmento. No Brasil, as vendas desse tipo de produto devem chegar a quase R$ 3 bilhões neste ano, um crescimento de 12% quando comparado a 2021, de acordo com dados da Associação Brasileira da Indústria de Alimentos para Fins Especiais (Abiad).

Entre as novatas está a Vittaball, que busca se estabelecer em um nicho ainda incipiente no Brasil: o de suplementos efervescentes. Multinacionais também se movimentam nesse segmento. Em abril do ano passado, a P&G comprou a australiana Voost, e em julho a Nestlé divulgou a aquisição da Nuun, dos Estados Unidos.

A Vittaball, que começou a operar no ano passado, produz suplementos efervescentes como cólageno, vitamina B e energético. Agora, prepara seis novos produtos como ômega 3 e um isotônico. Para a produção dos tabletes, a Vittaball tornou-se sócia de um laboratório em São Paulo, que tem capacidade de produzir 10 milhões de frascos por ano. “Estamos no momento de buscar capital. Estamos conversando com potenciais investidores, como grandes farmacêuticos. Precisamos decidir se nos plugamos a um grupo para ter poder de logística e comercial ou se daremos rumo ao produto com capital de terceiros”, diz Peter Gaul, fundador da Vittaball.

Consumo de suplementos vitamínicos

Por enquanto, o e-commerce é a alavanca principal de vendas. Além do canal próprio, também há distribuição em “marketplaces” – shoppings centers virtuais como os da Lojas Americanas e o da Magazine Luiza. O plano para 2022 é triplicar as vendas e passar de 30 pontos de vendas para 500 até dezembro. Ter lojas próprias também está nos planos para o ano. A ideia é criar um espaço de experiência para os clientes, em uma espécie de “bar de vitaminas”, segundo o fundador.

“A pandemia vai deixar o legado de que prevenir é melhor do que remediar”, diz o diretor-geral da divisão de saúde da P&G no Brasil, Rodrigo Padilla. Essa área, desde o início da pandemia, mais do que dobrou de tamanho e ainda há espaço para mais crescimento, acredita o executivo. No Brasil, a P&G tem produtos como vitamina C, probiótico e um multivitamínico voltado para o planejamento gestacional e amamentação.

O crescimento expressivo do mercado abriu caminhos para novos competidores e desafiou as grandes empresas. “Não havia demanda e não havia oferta. Grandes players como nós não estavam preparados para este nível de crescimento”, diz Padilla.

A P&G, com a Voost, mira a possibilidade de vender pacotes de assinaturas e produtos customizados. “Esse mercado deve começar a ganhar muita relevância à medida que os conceitos de imunidade e preocupação com a saúde forem massificados”, diz Padilla.

A Inbeauty, de Porto Alegre (RS), é outra startup de suplementos vitamínicos em busca de recursos e de espaço no mercado. Desde 2013, seus fundadores observavam o avanço desse mercado nos Estados Unidos e em países da Europa como a Espanha. Em 2019, a empresa captou R$ 700 mil por meio de uma rodada de “equity crowdfunding”, um tipo de investimento coletivo destinado ao financiamento de startups. Agora, a companhia está em conversas com investidores para uma rodada série A.

Mesmo empresas já estabelecidas estão abertas para investimentos. “Queremos aprofundar nossa relação com parceiros estratégicos e acelerar a agenda [ de crescimento] “, diz Fernanda Salgado, presidente da Sanavita, que está há quase 40 anos no setor. Em 2022, há perspectiva de crescer 20%, mas os custos são uma barreira, reconhece a executiva, filha dos fundadores.

Foto: Shutterstock

Fonte: Valor Econômico

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