SUS registrou 262 atendimentos/dia por queimaduras, em 2022

Em 2023, já foram mais de 25 mil registros, em 3 meses; Junho tem campanha de prevenção e Sociedade Brasileira de Cirurgia da Mão faz alerta

Anualmente, neste período, ações de conscientização sobre a prevenção das queimaduras são realizadas, dando luz à importante problema de saúde pública, uma vez que em 6 de junho é Dia Nacional de Luta contra Queimaduras. Ao longo do mês, a campanha Junho Laranja chama a atenção à questão.

De acordo com o Sistema de Informações Ambulatoriais (SIA), do Ministério da Saúde, em 2022, foram registrados, no Sistema Único de Saúde (SUS), 95,9 mil atendimentos hospitalares por queimaduras, média de 262 registros por dia e, até março de 2023, mais de 25 mil atendimentos foram contabilizados. Em 2021, foram 112 mil atendimentos.

Já em relação ao número de internações por queimaduras, dados do Sistema de Informações Hospitalares (SIH), também do Ministério da Saúde, mostram que em 2022, o SUS teve 11,9 mil registros, número pouco maior do que em 2021 (11,7 mil internações). Em 2023, até março, foram 3,4 mil hospitalizações.

Neste mês, em que acontecem as festas juninas, a incidência de acidentes com queimaduras tem destaque, em função das fogueiras e do uso de fogos de artifício, lembra o presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia da Mão (SBCM), Antonio Tufi Neder Filho. Em ocorrências desse tipo ou envolvendo outros agentes causadores, as mãos costumam ser as principais partes atingidas, podendo resultar em sérias consequências. “Além das queimaduras com desfechos letais, é importante ressaltar que as queimaduras não fatais resultam em inúmeras incapacidades, entre as funcionais, estéticas, psicológicas, sociais e as do retorno à vida com a mesma qualidade anterior ao acidente”, pontua o médico.

As queimaduras em ambiente doméstico também são comuns, principalmente envolvendo crianças. Uma criança exposta a água quente a 60 graus por três segundos terá uma queimadura de terceiro grau, lesão que requer hospitalização e até enxertos de pele. “Na faixa etária de zero a quatro anos, por exemplo, a pele é mais fina que a de crianças mais velhas e adultos. Por isso, se queimam a temperaturas mais baixas e mais rapidamente”, fala.

O médico destaca importantes orientações para a prevenção desse tipo de acidente. “As crianças devem ser mantidas longe da cozinha e do fogão, principalmente durante o preparo das refeições. É recomendado cozinhar nas bocas de trás do fogão e sempre com os cabos das panelas virados para dentro”, diz. O uso de protetores de fogão é uma medida para evitar que a criança tenha acesso às panelas.

“Outra dica importante é evitar carregar as crianças no colo enquanto mexe em panelas no fogão ou manipula líquidos quentes. Um simples café pode provocar graves queimaduras na pele de um bebê”, salienta. “A prevenção de acidentes, seja na idade que for, reduz custos para o sistema de saúde e para a sociedade, além de poupar vidas e sofrimento em função das sequelas”, conclui.

Crianças são as principais vítimas de queimaduras

Fonte: SBCM

Foto: Shutterstock

Deixe um comentário