Tudo sobre as vacinas contra a Covid-19 analisadas pela Anvisa

As vacinas AstraZeneca/Oxford e CoronaVac pediram o uso emergencial pela Anvisa. Saiba sobre suas doses, eficácia e produção

vacinas analisadas A Anvisa já recebeu o pedido de autorização para uso emergencial da CoronaVac e da vacina AstraZeneca/Oxford, produzidas no Brasil pelo Instituto Butantan e pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), respectivamente.

A expectativa é que a resposta do órgão saia no próximo domingo (17) e a vacinação comece na quarta-feira (20).

Então, saiba tudo o que se sabe até o momento sobre as duas vacinas que estão em processo de aprovação.

Eficácia das vacinas analisadas

Um estudo publicado na revista científica Lancet aponta que a eficácia geral da vacina da AstraZeneca/Oxford é de 70%.

Já o Instituto Butantan, que vai produzir a CoronaVac, anunciou a eficácia geral de 50,38% no Brasil. No entanto, Esta taxa variou em outros países.

Expectativa de produção própria

A proposta da Fiocruz é entregar 100,4 milhões de doses até o final do primeiro semestre de 2021.

No segundo semestre, a produção passará a ser 100% nacional na Fundação e mais 110 milhões de doses serão entregues ao Ministério da Saúde, totalizando cerca de 210 milhões de doses durante todo o ano.

Já o Instituto Butantan afirma que produzirá 1 milhão de doses da vacina por dia, e a expectativa é dobrar a produção a partir de maio, quando a unidade espera já ter entregue todas as vacinas contra a influenza que fabrica, destinando, assim, todos os seus esforços para a Coronavac.

Grupos prioritários

A vacinação é dividida em fases que levam em conta critérios como atividades de risco, idade, comorbidades, entre outros.

Fase 1: Trabalhadores de Saúde, pessoas acima de 75 anos, pessoas de 60 anos ou mais institucionalizadas (em asilos ou casas de repouso) e indígenas.

Fase 2: Pessoas acima de 60 anos.

Fase 3: Pessoas com comorbidades como diabetes mellitus; hipertensão; doença pulmonar obstrutiva crônica; doença renal; doenças cardiovasculares e cerebrovasculares; indivíduos transplantados de órgão sólido; anemia falciforme; câncer; bem como obesidade grave (IMC maior que 40).

Fase 4: Professores, nível básico ao superior, forças de Segurança e Salvamento, funcionários do sistema prisional.

No plano de vacinação, o Ministério da Saúde (MS) incluiu, como grupos prioritários os povos e comunidades tradicionais ribeirinhas e quilombolas, as pessoas com deficiência permanente severa e a população privada de liberdade, mas não explicou em qual fase de vacinação serão incluídos.

Acordos para as doses no Brasil

O MS fechou um acordo inicial para a produção de 30,9 milhões de doses da vacina contra Covid-19 pela Fiocruz, incluindo a transferência de tecnologia para que a fundação produza sozinha as doses do imunizante.

O acordo com o Instituto Butantan é, então, para receber 46 milhões de doses da CoronaVac até abril e mais 54 milhões até o fim do ano, totalizando 100 milhões.

Armazenamento  

Os dois imunizantes podem ser armazenados entre 2 e 8°C, ou seja, ambos podem ser guardados em uma geladeira comum.

Como funcionam

Vetor Viral: tecnologia aplicadas em vacinas que usam um outro vírus para introduzir genes do coronavírus nas células. Equipes adicionaram, então, o gene da proteína espícula (spike) num adenovírus, que naturalmente infecta macacos.

O vírus foi, assim, geneticamente alterado para não se multiplicar, mas ele ainda é capaz de penetrar nas células humanas e descarregar as instruções genéticas para produzir proteínas do Sars-CoV-2.

Estas são “exibidas” ao sistema de defesa, que, em resposta, produz anticorpos.

Essa tecnologia nunca foi usada em seres humanos, mas já é empregada para imunizar animais contra raiva e cinomose. As vacinas de AstraZeneca/Oxford, Janssen/Johnson & Johnson e a Sputnik V, por exemplo, usam essa tecnologia.

Vírus inativo: A maioria das vacinas em uso atualmente utiliza formas inativadas de vírus. A estratégia é simples: o vírus inativo não pode se replicar e causar doença, mas sua presença ativa o sistema imunológico, que passa então a produzir defesas, anticorpos e memória celular.

As vacinas convencionais para outros vírus como influenza, varicela, sarampo, caxumba e rubéola utilizam esse tipo de tecnologia. A CoronaVac também é feita dessa forma.

Vacina da Pfizer e da BioNTech mostra eficácia contra mutações do coronavírus 

Fonte: O Globo

Foto: Shutterstock

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