Vacinação tem a menor taxa de cobertura nos últimos 30 anos

Pequeno Príncipe alerta sobre a importância de manter o calendário vacinal atualizado, principalmente entre crianças e adolescentes

A vacina é a principal forma de prevenir diversas doenças. No entanto, os números da cobertura vacinal tiveram queda nos últimos anos – em 2019 foram 73%, já em 2021 caíram para 60% no país.

Em todo o mundo, a cobertura vacinal chegou à menor taxa dos últimos 30 anos.

Os dados são alarmantes, principalmente no Brasil, que está entre os dez países com a maior quantidade de crianças com a vacinação atrasada, de acordo com a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS).

A cobertura vacinal para a poliomielite, por exemplo, ficou abaixo de 80% em quase toda a América do Sul nos últimos anos, de acordo com a OPAS. O Brasil está com alto risco de reintrodução do vírus, que teve o último caso registrado em 1989.

As crianças estão mais suscetíveis às doenças, pois o sistema imune delas ainda se encontra em desenvolvimento.

Além disso, o contato com outras crianças, que também estão nessa situação, é maior.

“A imunização traz benefícios imediatos e futuros, pois previne a doença e também possíveis sequelas graves, como uma surdez depois de uma infecção ou uma diabetes decorrente de uma infecção por caxumba”, explica a pediatra e coordenadora do Centro de Vacinas Pequeno Príncipe, Heloisa Ihle Garcia Giamberardino.

Queda na taxa de cobertura da vacinação

Por isso, a vacinação é fundamental e não pode ser deixada de lado. O Brasil possui o Programa Nacional de Imunização (PNI), um dos maiores do mundo, que prevê o Calendário Nacional de Vacinação, que precisa sempre estar atualizado.

“No caso das crianças e adolescentes, é papel dos pais ter atenção ao cronograma vacinal e levar os filhos para serem imunizados. Isso é mais do que um direito garantido pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), é um ato de amor e responsabilidade coletiva”, completa a pediatra.

Cada faixa etária possui imunizantes específicos e fundamentais, passando por prematuros, crianças, adolescentes e demais idades.

As sequelas de doenças, que poderiam ser evitadas por meio das vacinas, podem durar por toda a vida.

Como é o caso da meningite, capaz de desencadear déficit de atenção, dificuldade na fala, problemas visuais, amputação de membro e até mesmo a morte.

Estar com a imunização em dia garante qualidade de vida aos imunizados porque, prevenindo as doenças, previne-se também o tratamento ou internamento pela enfermidade. Para a especialista, pensar em longo prazo é fundamental. “As pessoas costumam estar muito atentas só no hoje e esquecem do futuro. Esquecem que a vacina é um cuidado para o futuro”, pontua.

As doenças trazem prejuízo para o desenvolvimento das crianças e adolescentes; algumas podem atrasar o crescimento, a coordenação motora, a imunidade, entre outras consequências. Não há como saber quando as enfermidades irão chegar, mas é possível preveni-las, evitando que tragam prejuízos às crianças e adolescentes. “Os pais são os responsáveis pelo futuro, com saúde, dos filhos. Não vacinar a população infantojuvenil é assumir riscos, que poderiam ser evitados”, finaliza a especialista.

Fonte: Hospital Pequeno Príncipe

Foto: Wynitow Butenas/Hospital Pequeno Príncipe

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