Vendas nos sites e aplicativos de farmácias crescem até 60% em um ano

Farmácias observaram um aumento significativo nas vendas em seus canais digitais próprios no último ano, que em alguns casos chega a quase 60%

Com poucos cliques no aplicativo (app) ou site, o cliente escolhe seu remédio, xampu ou protetor solar, paga e em pouco tempo o recebe ou retira em loja. A prática, pouco comum até 2020, quando a pandemia empurrou a população para a casa, ganha cada vez mais adeptos, e agora não mais apenas pela praticidade ou conforto, mas também pelas ofertas e vantagens que dão algum alívio no bolso.

Farmácias observaram um aumento significativo nas vendas em seus canais digitais próprios no último ano, que em alguns casos chega a quase 60%.

Com itens vendidos em drogarias mais caros – dados do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), apontam que em 2022, a alta acumulada de produtos farmacêuticos foi de 12,52% e a de higiene pessoal alcançou 16,69 – a saída é encontrar estratégias para economizar.

Os dados gerais do setor corroboram os balanços positivos observados por algumas das principais redes do País. Números compilados pela Associação Brasileira das Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma) mostram o crescimento do e-commerce no setor é expressivo.

Em 2019, antes da pandemia, as vendas digitais representavam 1,4% do faturamento total das farmácias, enquanto no ano passado, até novembro, a fatia foi de 4,7%. Só em 2022, foram R$ 3,46 bilhões em receita só no online, um aumento de 36,4% em relação ao mesmo período do ano anterior.

“O setor vem trabalhando com sucesso a combinação entre a agilidade digital e a experiência na loja física, por meio de modalidades como o Clique e Retire. O consumidor tem acesso a uma jornada de compra e saúde muito mais fluida na farmácia”, avalia o CEO da Abrafarma, Sergio Mena Barreto.

Remédios encabeçam a lista de produtos mais procurados nos canais digitais. Redes de farmácias ouvidas pelo EXTRA calculam que, em 2022, os medicamentos representaram até 70% das vendas digitais, com destaque para aqueles usados no tratamento da gripe, resfriado, dor e febre.

Mas a procura não fica restrita aos medicamentos. Nas drogarias São Paulo e Pacheco, itens de nutrição avançaram 128% no ano passado, na comparação com 2021. Já dermocosméticos subiram 56% e itens de beleza, 43%.

Produtos de beleza e melhor idade se destacaram nas vendas online da Venâncio. Já a direção da Raia e Drogasil afirmou que a procura por diferentes categorias é similar tanto nas lojas físicas quanto no e-commerce, e que produtos de higiene, beleza e infantis vêm ganhando mais destaque na busca.

“A única diferença está na procura por itens relativos ao Covid que eram mais presentes no ano anterior e agora passaram a ser menos procurados” diz o diretor de Relações Institucionais e com Investidores da RaiaDrogasil, Flavio Correia.

A procura maior por itens nos canais digitais das redes reflete na fatia que o online representa no total de vendas das empresas. Na RaiaDrogasil, a participação do digital é de 12% no faturamento total, acima dos 9% de 2021. Na Venâncio, o patamar também está nos dois dígitos, mas o percentual não foi informado pela empresa.

Já no grupo DPSP, os pedidos online são 10% do total das vendas, 324% na comparação com 2020. Para a companhia, o resultado foi potencializado com o relançamento dos apps, que passaram a contar com funcionalidades na lógica do “fidigital”, que alia a compra online à experiência nas lojas.

Nas redes, por exemplo, os clientes conseguem ativar ofertas nos apps e obter descontos exclusivos nas lojas físicas.

“Investimentos na melhoria da experiência dos clientes utilizando das novas tecnologias para criar uma jornada unificada em todos os nossos canais. O relançamento dos apps possibilitam uma experiência de compra personalizada”, afirma o diretor de Tecnologia e Digital do grupo, Cristiano Hyppolito.

Preços mais atrativos, aliados à conveniência da compra com retirada em loja em poucas horas, levam mais comodidade aos consumidores, mas também são favoráveis para as empresas. É o que observa o diretor para soluções da indústria de bens duráveis da consultoria Falconi, Alexandre Ribas.

Ele analisa que a estratégia do “clique e retire” das redes de farmácias que, com preços mais vantajosos incentivam a ida física a uma das lojas, se converte não apenas em fidelização com boas ofertas, mas também acaba convertendo os pedidos online em novas vendas.

E isso fica ainda mais sensível com a expansão cada vez maior do mix de produtos e serviços ofertados pelas drogarias.

“As vendas online no modelo de retirada de mercadoria em loja trazem o consumidor do digital para a loja física oferecendo uma jornada de compra mais flexível, personalizada e rápida. Além da retirada de mercadoria, pode realizar a venda de serviços de saúde, como a aplicação de vacinas, testes e a execução de serviços farmacêuticos, utilizando a estrutura do modelo tradicional e promovendo ganhos para as duas frentes do negócio”, analisa.

Cupons e frete grátis: nas compras pelos canais digitais da Venâncio, consumidores têm acesso a cupons de desconto na primeira compra e frete grátis acima de R$ 130 (na modalidade de entrega padrão).

Já no app e no site da Pacheco e Drogaria São Paulo, cupons são liberados para diferentes categorias de produtos.

Além disso, no app da rede é possível ativar ofertas exclusivas nas lojas físicas e o site permite a inserção de convênios parceiros, que podem aumentar os descontos.

Clube de pontos: nas compras nos canais da Raia e Drogasil, os clientes pontuam no programa de fidelidade Stix, que garante desconto em novas compras.

Dermaclub: no clube de benefícios focado em dermocosméticos, cada R$ 1 em compras das marcas participantes o consumidor ganha dez pontos que podem ser convertidos em novos itens.

Além disso, há descontos mensais para os membros. Farmácias das redes Raia, Pague Menos, Pacheco, Venâncio e Drogasmil são conveniadas tanto no e-commerce quanto nas lojas físicas.

Fonte: Yahoo! Notícias

Foto: Shutterstock

1 comentário

  1. Adailton Brandão em

    Boa tarde,

    Nessa matéria é ditado exemplos apenas de grandes redes, que tem estrutura e canais digitais próprios. Seria interessante trazer informações das farmacias independente, que não tem capital pra desenvolver uma ferramenta digital própria e para acompanhar o mercado estão utilizando Apps de marketplace, como por exemplo Farmacias APP, consulta remedios e outros mais.

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