As infecções respiratórias ocorrem com maior frequência nos meses de mudança de estação devido à interferência das baixas temperaturas e da umidade. O uso de inaladores e umidificadores pode controlar os principais sintomas
Janelas e portas trancadas, aglomerações e pouca vontade de ficar ao ar livre… Ambiente perfeito para que os problemas respiratórios comecem. A troca de estação faz com que a população prefira lugares fechados, o que pode causar a irritação das vias aéreas e facilitar o aparecimento de doenças.
Isso acontece, segundo informa o chefe da equipe de pneumologia do Hospital Samaritano de São Paulo, Dr. Mauro Gomes, porque os vírus e as bactérias acabam se transmitindo de pessoa a pessoa com maior facilidade, causando alguns surtos e até epidemias. Os portadores de doenças respiratórias crônicas, tais como a asma, a Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) ou a rinite alérgica, têm maior tendência a apresentar crises de exacerbação nesta época do ano em função disso.
A mucosa respiratória dessas pessoas é mais sensível e reage de maneira exagerada a pequenos estímulos, tais como ar mais frio e seco, poeira doméstica, fumaça de cigarro, poluição ambiental e até mesmo situações de estresse. Isso pode desencadear crises de tosse e falta de ar, que podem ser extremas e levar até à morte.
“Essas mudanças podem desencadear sintomas; rinites e infecções respiratórias ficam mais frequentes, causando congestão nasal, coriza, dor de cabeça, mal-estar e hemorragia nasal”, explica o cirurgião geral e chefe de equipe do Hospital Santa Paula, Dr. Rafael Lopes.
Aliviando sintomas
O uso dos nebulizadores ajuda a manter as vias aéreas mais úmidas e auxilia na aplicação de terapias medicamentosas, levando os medicamentos até o pulmão. Já os umidificadores são empregados para melhorar a umidade relativa do ar do ambiente.
Os inaladores devem ser utilizados em pessoas que necessitem de medicamentos por via inalatória, sejam elas asmáticas ou portadoras de DPOC, sempre sob a orientação médica, ou até mesmo, uma simples hidratação e desobstrução das vias, somente com soro fisiológico.
Importância da categoria
Por serem produtos de alto valor agregado, essa categoria é muito importante e os resultados com a venda de inaladores e umidificadores contribui com a alta proporção no faturamento das farmácias, principalmente nos meses mais frios, em que há maior busca por estes aparelhos.
“É importante falarmos que o faturamento das farmácias é resultado da venda de um mix de produtos e não só de uma determinada categoria. Mas ainda existem muitas farmácias que não focam a venda nos inaladores e umidificadores, deixando estes equipamentos escondidos da visão do consumidor, expondo somente itens de higiene pessoal e perfumaria, como fraldas, lenços umedecidos e sabonetes, por exemplo. Em algumas situações, o próprio atendente da farmácia também não oferece inaladores por não ter conhecimento sobre os aparelhos ou, em alguns casos, porque a venda destes produtos exige maior tempo no atendimento”, avalia a gerente de marketing da Soniclear, Talita Almeida.
Para a linha de umidificadores, o diretor comercial da Controller, Ramom Bertotti, destaca que a venda destes produtos é extremamente sensível ao clima, tendo sua procura intensificada em certas regiões durante os períodos de seca. “O que ocorre é que com a instabilidade climática (em determinadas épocas do ano em que havia falta de chuva, agora chove torrencialmente), este período da sazonalidade não pode ser definido com tanta precisão. Hoje, temos a certeza de que teremos um período de seca, mas não podemos afirmar ao nosso parceiro quando será.”
Orientação no PDV
Com a categoria em ascensão nos próximos meses, é necessário saber trabalhar bem o sortimento para que haja aumento do tíquete médio da loja durante o período.
Para Talita, da Soniclear, é importante que todos os profissionais da farmácia, que realizam o atendimento ao consumidor, tenham o conhecimento sobre os diferentes modelos de inaladores, participando constantemente dos treinamentos promovidos pelo fabricante.
Para oferecer um bom atendimento, os profissionais da farmácia precisam entender a necessidade do consumidor e conhecer o funcionamento e as características principais dos inaladores e umidificadores. Sabendo a diferença de cada modelo, é possível indicar aquele que melhor atenda às necessidades e expectativas do consumidor e, com isto, fidelizar este cliente à farmácia.
Para os umidificadores, o diretor técnico e de comércio exterior da Mondial, Jacques Ivo Krause, recomenda que o varejista oriente o consumidor a utilizar o produto quando a umidade do ambiente ficar abaixo de 40%.
“Isso pode ser detectado pela própria avaliação do local, sentimos isto quando estamos num ambiente seco. Também em dias quentes, especialmente em locais refrigerados, ocorre a redução da umidade e aí é indicado o uso de umidificadores para manter a umidade acima de 60%. Os inaladores são produtos médicos e seu uso depende de orientação médica”, orienta.
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O canal farma é muito importante para a venda de inaladores, pois representa aproximadamente 70% na distribuição destes produtos no mercado. Já os umidificadores têm uma concentração de 30% das vendas nos meses do outono e de 52% nos meses de inverno. Para a categoria de inaladores, os meses mais fortes são de março a agosto, devido ao inverno e às mudanças drásticas de temperatura. Segundo dados da IMS Health, a categoria cresceu 9,3% nos últimos três anos. *Fora da alta temporada, a venda média mensal da categoria é de aproximadamente 70 mil unidades, enquanto nos meses da alta temporada, a venda média mensal é de 143 mil unidades”, avalia a analista de marketing da Omron Healthcare do Brasil, Paula Serafino. |
Exposição correta
Devido ao alto valor agregado dos inaladores e umidificadores e à importância das margens que estes produtos representam no faturamento da farmácia, é importante ter muita atenção na exposição deles o ano todo.
“Devem estar expostos em locais privilegiados nas gôndolas para que o consumidor descubra facilmente o produto. Dê preferência aos lugares em que mais circulam clientes dentro da farmácia, como nos balcões de atendimento, onde o consumidor possa facilmente visualizar e, se possível, ver o produto fora da embalagem. Pode ser exposto um mostruário para o consumidor perceber a demonstração real de funcionamento. Nas pontas de gôndolas e prateleiras próximas aos caixas e nos locais de destaque da farmácia, como também na entrada da loja, com a exposição em pilhas de caixas”, orienta a gerente de marketing da Soniclear.
O umidificador deve ser posicionado próximo ao usuário e deve-se respeitar o tamanho da sala para que o aparelho tenha o efeito desejado, segundo Bertotti, da Controller. “A exposição ideal do produto é em cima do balcão, ligado. Essa ‘amostra’ do produto sem dúvida traz a demanda e aumenta significativamente o volume de vendas.”
Um estudo sobre o shopper, realizado pela Omron Healthcare do Brasil, em outubro de 2015, sugere que o ponto natural seja estabelecido próximo ao balcão de atendimento, em uma gôndola no autosserviço.
Principalmente por duas razões: a primeira é que existe um grande número de consumidores potenciais de inaladores e umidificadores, que já circulam pela farmácia em busca dos medicamentos de prescrição da linha respiratória, portanto, a categoria exposta nesse local aumenta as chances do consumidor associá-la com a sua necessidade.
“Em segundo lugar, é uma categoria que demanda esclarecimentos e informações ao consumidor, pois por ser um produto durável, a recompra pode chegar até três anos, fazendo com que o consumidor não tenha as informações de que precisa para adquirir seu novo inalador ou umidificador”, esclarece a analista de marketing da Omron Healthcare do Brasil, Paula Serafino.
Para estimular ainda mais as vendas, inaladores e umidificadores podem ganhar pontos extras, como, por exemplo: em cima do balcão, próximo aos medicamentos de prescrição da linha respiratória, ou no setor infantil, uma vez que, aproximadamente, 50% dos usuários de inalador possuem até 10 anos de idade*
Autor: Vivian Lourenço
