Veja as principais causas dessa dor intensa e em ciclos
Por definição, as cólicas são dores relacionadas a vísceras ocas, como estômago, intestino e útero. Geralmente, são dores intensas em ciclos que vão aumentando progressivamente até atingir um pico, e depois começam a aliviar lentamente.
Para o Dr. Silva, da Regional da Sociedade Brasileira para o Estudo da Dor, hábitos ruins da vida moderna, como a alimentação com baixa quantidade de nutrientes, o aumento do estresse e a vida sedentária, podem contribuir bastante para o desenvolvimento de problemas digestivos.
“Existem muitos problemas digestivos que podem causar a cólica intestinal, por exemplo, e a Síndrome do Intestino Irritável (SII) é um deles. Trata-se de um distúrbio intestinal bastante comum, caracterizado pelo desconforto abdominal que, normalmente, começa após a alimentação e termina após a evacuação”, explica o Dr. Silva.
O cálculo renal é outro motivo de queixa de cólicas intensas e agudas na região lombar em pacientes que sofrem com esse problema. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), em torno de 15% da população mundial sofre com cálculos renais, sendo duas vezes mais comuns em homens do que mulheres com idade entre 20 e 40 anos.
Mas de todas elas, talvez, a de que mais se ouça falar é a cólica menstrual. “Várias pesquisas demonstram que a cólica menstrual é provocada pela prostaglandina, uma substância que é liberada quando a camada do útero descama na forma de menstruação e faz o órgão contrair para eliminar o sangue. Essa compressão comprime os nervos e os vasos que passam pelo músculo uterino, causando dor”, explica o Dr. Silva.
Segundo ele, 25% das mulheres não sentem cólicas menstruais e 75% as sentem em diferentes graus de intensidade. “Desses 75%, um quarto sente dores muito fortes localizadas no baixo ventre. É uma dor que se irradia para as costas e confunde-se com a das cólicas intestinais, especialmente porque a prostaglandina também age no intestino, que fica mais irritável”, diz.
A intensidade da cólica varia muito entre as mulheres e pode ser incapacitante. Para o ginecologista e obstetra, Dr. Domingos Mantelli, quando a dor é intensa, o mais recomendado é que a mulher faça repouso.
“Nos casos em que a cólica for mais leve, a mulher pode se beneficiar das atividades físicas para aliviar essas dores até mesmo para os próximos ciclos”, diz.
Ainda segundo o Dr. Mantelli, além da menstruação, as cólicas na mulher também podem ter outras causas, como a endometriose, por exemplo, o que as impossibilita de praticar atividades físicas ou até mesmo seguir a rotina diária, uma vez que as dores são muito intensas.
No caso das cólicas menstruais, a má notícia é a de que não há como preveni-las, apenas tratar para amenizar os sintomas. “A mulher que faz atividade física periodicamente tende a ter uma qualidade melhor no período menstrual e ter menos cólica, assim como com uma alimentação balanceada”, diz o Dr. Mantelli.
O tratamento não medicamentoso consiste em desde a ingesta de alimentos ricos em cálcio e potássio, que diminuem a contração uterina, até a prática de atividades, como musculação, corrida e pilates.
“Essas e outras atividades permitem que a pessoa se sinta bem, tenha uma sensação de bem-estar, libere endorfinas e ainda ajude a reduzir o inchaço”, indica o Dr. Mantelli.
Já, segundo o Dr. Silva, o tratamento medicamentoso inclui os anti-inflamatórios e hormônios esteroidais.
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